quinta-feira, abril 30, 2009

O ménage do génio


Conseguem imaginar Woody Allen, Penélope Cruz e Scarlett Johansson juntos na cama? Ou Allen a ensinar Javier Bardem a ser sexy? Provavelmente não, mas o génio humorístico do realizador nova-iorquino fez isso mesmo, num suposto diário de produção do recente "Vicky Cristina Barcelona". Eis algumas das mais divertidas passagens de um artigo, já com alguns meses, que pode ser lido na integra no New York Times.

APRIL 2
Offered role to Scarlett Johansson. Said before she could accept, script must be approved by her agent, then by her mother, with whom she’s close. Following that it must be approved by her agent’s mother. In middle of negotiation she changed agents - then changed mothers. She’s gifted but can be a handful.

JUNE 15
Work finally under way. Shot a torrid love scene today between Scarlett and Javier. If this were a scant few years ago, I would have played Javier’s part. When I mentioned that to Scarlett, she said, “Uh-huh,” with an enigmatic intonation.

JUNE 20
Barcelona is a marvelous city. Crowds turn out in the streets to watch us work. Mercifully they realize I’ve no time to give autographs, and so they ask only the cast members.

JULY 15
Once again I had to help Javier with the lovemaking scenes. The sequence requires him to grab Penélope Cruz, tear off her clothes and ravish her in the bedroom. Oscar winner that he is, the man still needs me to show him how to play passion. I grabbed Penélope and with one motion tore her clothes off. As fate would have it she had not yet changed into costume, so it was her own expensive dress I mutilated. Undaunted I flung her down before the fireplace and dove on top of her. Minx that she is, she rolled away a split second before I landed causing me to fracture certain key teeth on the tile floor. Fine day’s work, and I should be able to eat solids by August.

AUG. 20
Made love with Scarlett and Penélope simultaneously in an effort to keep them happy. Ménage gave me great idea for the climax of the movie. Rebecca kept pounding on the door, and I finally let her in, but those Spanish beds are too small to handle four, and when she joined, I kept getting bounced to the floor.

Ruah mais perto de Hollywood


Para os mais distraídos, e depois do boom mediático inicial derivado do anúncio da escolha para o elenco, o primeiro episódio de NCIS com a portuguesa Daniela Ruah passou ontem na televisão norte-americana. É o vigésimo segundo da sexta temporada e abre caminho ao esperado spin-off, que contará ainda com Chris O'Connell e LL Cool J.

Só para relembrar

quarta-feira, abril 29, 2009

104 maneiras para arruinar de forma hilariante Watchmen

Um passatempo organizado pelo site Gizmodo resultou numa das mais divertidas e originais galerias fotográficas relacionadas com a Sétima Arte de que tenho memória. O tema do concurso diz tudo: 104 maneiras para arruinar de forma hilariante "Watchmen". Seguem-se dois exemplos de montagens lá presentes, mas fica o aviso, em tons de ameaça: a visita ao site é obrigatória.

terça-feira, abril 28, 2009

Gran Torino (2008)

Vivemos numa geração cagarolas, onde todos se acostumaram a dizer, “Bem, como é que vamos lidar psicologicamente com esta situação?”. No meu tempo, simplesmente retribuíamos com uns socos ao rufia que nos chateava. Mesmo que fosse mais velho e suficientemente forte para dar cabo de nós, ele respeitava-nos por termos coragem para lutar com ele e deixava-nos em paz dali em diante. Não sei quando é que esta geração cagarolas principiou. Talvez quando as pessoas começaram a pensar em demasia sobre o significado da vida.”. Foi assim, no seu estilo matreiro e fadista, que Clint Eastwood definiu o buraco geracional que existe na genealogia norte-americana. Em “Gran Torino”, um filme cuja premissa modesta e vulgar sobre essas diferenças geracionais – e culturais – é alvo de um majestoso trabalho de humanização e personalização quase autobiográfica da mutação dos valores morais de Eastwood ao longo, não só da sua vida, mas também das suas personagens cinematográficas, sempre desfocadas do retrato das suas diversas épocas, fica provado que tanto o Clint realizador, como o Eastwood actor continuam, quase a chegar à fasquia dos oitenta, no apogeu das suas capacidades.

Tão divertido – o processo de masculinização de Thao é hilariante - como comovente, “Gran Torino” narra uma história que, apesar de não ter como ponto de partida um conto verídico, é certamente adequada à vida de milhões de estrangeirados, um pouco por todo o planeta. Com uma visão atroz, mas de desfecho optimista, a obra mais recente do assumidamente republicano ícone norte-americano pega em Walt Kowalski, um herói medalhado da Guerra da Coreia – guerra violenta e sangrenta que marcou a sua personalidade - que acabou de enviuvar, e cujas bases tradicionais fazem com que olhe desconfiado para uma América que não considera ser a sua. O estilo de vida e o carácter da sua própria família envergonha-o e, solitário num mundo onde parece não ter mais nada a fazer que não esperar pela morte, acaba por entrar numa encruzilhada racial que envolverá todos os valores centrais do seu cinema: a liberdade, a solidão, o envelhecimento, a amizade, a morte, a violência, a amargura, o patriotismo, o choque de culturas, entre tantos outros.

E é num constante jogo de antíteses, que envolve os próprios personagens principais – veja-se o contraste entre o velho carrancudo consciente do seu papel no mundo e o jovem inadaptado à procura de um lugar melhor – que Clint Eastwood afirma uma vez mais o seu refinado estilo de realização, numa verdadeira prosa que usa a luz e a ausência dela como eufemismos, transmitindo de uma forma suave uma realidade desagradável. E é durante a noite, aquela que uma vez classificou como opressiva, que Eastwood nos oferece o seu canto de cisne dramatúrgico. Sem cair nas armadilhas de um final feliz, Clint resume em poucos minutos uma vida enquanto homem e actor, cowboy e justiceiro de rua, num acto de redenção capaz de arrancar uma lágrima ao mais insensível dos espectadores. Numa das mais belas – senão mesmo a mais bela – despedida cinematográfica de um actor, somos ainda presenteados com uma canção sumptuosa interpretada pela voz cansada e inconfundível de Eastwood, que sobre um plano alegórico de uma estrada sem fim, enternece o público e deixa-o a pensar no vazio que fica na sétima Arte agora que um dos seus mais brilhantes defensores e artistas a abandona parcialmente.

Incompreensivelmente esquecido e abandonado pela Academia norte-americana – circulou o rumor que tal se deveu à estreia tardia nos Estados Unidos, algo que nunca foi confirmado pela distribuidora do filme ou pela própria Academia -, “Gran Torino” era um dos favoritos às nomeações por quase toda a imprensa norte-americana. Perdeu esse combate – digo eu que tal deveu-se às questões raciais que o filme levanta - mas tornou-se, talvez também de forma algo inesperada, no filme mais lucrativo da carreira de Clint Eastwood, tendo ultrapassado já os cerca de 140 milhões de dólares apenas na box-office norte-americana. Mais inteligente, dramático, divertido e liberal do que qualquer cinéfilo poderia antever, até pelos antecedentes republicanos de Eastwood, “Gran Torino” é o melhor filme americano desta década, uma das mais contundentes provas de que o cinema, mesmo através de temas repetidos e deteriorados, consegue reinventar-se a si próprio, transformando em magia a mais comum das narrativas. Num estilo contido e recatado, Eastwood orquestra uma obra-prima que será, quando a poeira assentar, certamente considerado um dos mais belos quadros da filmografia do cineasta e da história de Hollywood.

Cartazes: The Taking of Pelham 1 2 3 & Terminator Salvation

segunda-feira, abril 27, 2009

Terminator Salvation vai ser mesmo PG-13

Warner Bros 1, McG 0. "Terminator Salvation" foi confirmado oficialmente como o primeiro filme da saga com esta classificação que permite o visionamento seguro a miúdos e crianças. Lá se vão os "fucks", o sangue e as mamocas que McG tinha prometido em entrevistas diversas. Começa o descalabro?

domingo, abril 26, 2009

20 Anos de Empire

sábado, abril 25, 2009

Natasha Richardson (1963 – 2009)


Natasha Richardson passou grande parte da sua vida a ser rotulada. Primeiro, como filha de Vanessa Redgrave ou do realizador Tony Richardson; mais tarde, como esposa de Liam Neeson e irmã de Joely Richardson. Apesar dessa pesada “bagagem familiar”, o talento e a paixão para o cinema – e para o teatro, a sua arte de eleição – não tiveram nunca margem de manobra para serem confundidos ou atribuídos a factores alheios. Longe de alcançar a fama e a projecção mediática daqueles que amava, Natasha foi sempre, e apesar de tudo, uma estrela cintilante. Faleceu no passado dia 18 de Março, na sequência de um acidente ocorrido durante uma lição de ski, numa estância de férias canadiana. Segue, em tom de homenagem, uma breve análise a algumas das obras cinematográficas e teatrais que marcaram a sua carreira.

NELL (1994)

O seu papel em Nell não era o mais dramático. Esse pertencia a Jodie Foster, uma adolescente rebelde que cresceu isolada do mundo nas montanhas de um estado interior dos Estados Unidos da América. Mas Natasha espremeu ao máximo a sua personagem secundária e, enquanto psicóloga – o seu colega de gabinete era Liam Neeson, com que havia de se casar um ano depois – ensina a personagem de Foster a falar. Uma interpretação muito interessante, apenas sombreada pelo brilhantismo de uma actriz que já nada tinha a provar ao mundo.

THE PARENT TRAP PAI PARA MIM... MÃE PARA TI (1998)

Natasha nunca foi tão charmosa como no remake do clássico da Disney da década de sessenta “The Parent Trap”, uma fábula divertida sobre duas irmãs gémeas, separadas à nascença, que conhecem-se por acaso num campo de férias e orquestram um plano para reunir os seus pais. Com a então atinada Lindsay Lohan a brilhar nos papéis principais, a Richardson coube a tarefa de desempenhar o papel de mãe, num enquadramento britânico desempenhado perto da perfeição, naquela que talvez tenha sido a sua obra de maior impacto comercial em Hollywood.

TEATRO CABARET (1998)

Na mais brilhante representação da sua carreira, Natasha Richardson partiu corações no papel de Sally Bowles, uma cantora em plena era nazi que lida com uma gravidez inesperada e uma separação devastadora com a sua companheira bissexual. A sua actuação foi tão poderosa que lhe valeu um Tony – equivalente aos Óscares no mundo teatral – para Melhor Actriz. E a prova definitiva que Richardson era muito mais do que a senhora Neeson.

TEATRO CLOSER (1999)

Depois de ganhar um Tony pela sua actuação em Cabaret, Natasha foi rapidamente contratada para ser uma sedutora fotógrafa profissional em Closer, uma produção da Broadway que acabou por ganhar uma enorme projecção alguns anos mais tarde quando Mike Nichols a transformou em filme em 2003. O seu papel cinematográfico coube a Julia Roberts, mas diz quem viu ambos os trabalhos que Richardson foi muito mais crua e sexual em palco do que Roberts em fita.

MAID IN MANHATTAN ENCONTRO EM MANHATTAN (2002)

Na pele de Caroline Line, Natasha interpretava uma figura pública que tentava de mil e uma maneiras seduzir um candidato ao senado norte-americano (Ralph Fiennes), mas que acaba por perder a corrida para uma emprega de limpeza do hotel onde estava instalada em Manhattan. A empregada era Jennifer Lopez e o filme uma comédia romântica igual a tantas outras. Richardson conseguiu ser uma snob com estilo e roubar aos protagonistas algumas das cenas mais divertidas da obra.

THE WHITE COUNTESS A CONDESSA RUSSA (2005)

No derradeiro projecto da produtora Merchant-Ivory, Natasha contracenou com a sua mãe, Vanessa Redgrave, e com a sua tia, Lynn Redgrave, no papel de Sofia Belinsky, uma condessa russa expatriada em Shangai nos anos trinta. Viúva, Sofia sustenta a sua família através de trabalhos escuros de prostituição e espectáculos regulares enquanto dançarina erótica. Até ao dia em que conhece um americano cego (Ralph Fiennes), que se apaixona pelo seu tacto e faz dela responsável por um clube nocturno. Apesar das várias lacunas dramáticas do argumento, a interpretação de Natasha mereceu aplausos de todas as vertentes da indústria.

EVENING AO ANOITECER (2007)

Pela segunda vez na sua carreira, Natasha contracenou com a sua mãe, desta vez num filme do húngaro Lajos Koltai. Tal como na vida real, também no filme Natasha é filha de Redgrave, que interpreta uma mulher sem forças, que passa o que resta da sua vida na sua cama, à espera que a morte chegue. Impotente junto à cama da mãe, a personagem de Richardson consegue alguns momentos de deixar um nó na garganta aos mais duros cinéfilos.

Artigo publicado na edição 14 da Take Cinema Magazine.

sexta-feira, abril 24, 2009

Quantum of the Incredibles

quinta-feira, abril 23, 2009

Quero ir a Cannes!


Eis apenas alguns dos filmes que vão concorrer à Palma D'Ouro entre 13 e 24 de Maio: "Antichrist" de Lars von Trier, "Vengeance" de Johnnie To, "Thirst" de Park Chan-wook, "Broken Embraces" de Pedro Almodovar, "Taking Woodstock" de Ang Lee e, finalmente, "Inglourious Basterds" de Quentin Tarantino. É preciso mais? Alguém paga a viagem? Eu cedo o blogue por esses dez dias para publicidade descarada.

quarta-feira, abril 22, 2009

Stand by Me (1986)

Quatro amigos partem à procura do corpo de um adolescente desaparecido, presumivelmente morto nas redondezas da linha de comboio que atravessa as suas casas. O grupo tem de tudo um pouco: do corajoso e valentão Chris - a malfadada lenda River Phoenix, que começava aqui a dar os primeiros passos de uma carreira promissora - ao cobardolas Vern (Jerry O'Connell), é, no entanto, no sensato Cordie (Wil Wheaton) que a narrativa se centra. E é ele - agora na pele de Richard Dreyfuss -, muitos anos mais tarde, que relembra esta aventura ao escrever um livro sobre o Verão em que descobriu muito mais sobre si do que alguma vez imaginava ser possível.

Adaptação cinematográfica de "The Body", do conceituado autor de "The Shining", "Carrie" ou "The Shawshank Redemption" - falamos claro de Stephen King -, "Conta Comigo" é um poema apaixonado sobre a amizade, mas também um filme agridoce sobre o envelhecimento. É quase sempre, mesmo nas peripécias mais conturbadas, com mágoa e saudade que é recordada a inocência de uma época em que não existiam preocupações existenciais ou responsabilidades várias. O argumento, repleto de referências culturais e diálogos deliciosos, é caprichosamente representado por um dos mais memoráveis e compatíveis elencos jovens da história do cinema. E é a química deste quarteto improvável que eternizou "Stand by Me" enquanto filme ícone de uma geração.

A realização de Rob Reiner - longe já iam os tempos em que as suas discussões com Archie Bunker enchiam de gargalhadas os lares de milhões de norte-americanos - é segura, mas é a sua capacidade de potenciar as qualidades específicas de cada uma das crianças que merece ser realçada. Phoenix, esse, demonstrava aos quinze anos o génio de alguém que nasceu para ser uma estrela. Uma estrela cuja luz própria acabaria por apagar-se em alcatrão sujo, em 1993. Para terminar, destaque para a banda sonora, tão actual hoje como então, com vários temas que marcaram o coração e a alma de miúdos e graúdos.

Blogue da Semana (IL)


Descoberto através do Luís, eis um blogue de cinema original. Divirtam-se a descortinar os cartazes mistério.

O Caixão de MacGyver

terça-feira, abril 21, 2009

Desafio: Qual a melhor one-liner de Arnie?


Do "Hasta la vista, baby!" ao "To be or not to be? Not to be.", a carreira de Arnold Schwarzenegger está repleta de one-liners deliciosos. O que eu quero saber é qual delas é a vossa favorita.

Eu estou indeciso entre o "Don't disturb my friend - he's dead tired.", no "Commando", após tratar de um badameco num avião e o "You're luggage!" no "Eraser", quando despacha um crocodilo. Se bem que o "Stick around!", no "Predator", depois de colocar um vilão num espeto e o "Consider that a divorce!" para a esposa Sharon Stone em "Total Recall", milésimos de segundos depois de disparar sobre a mesma, também mereciam a medalha de ouro.

segunda-feira, abril 20, 2009

Take 14 - Abril de 2009


Escalar o Evereste

Outros cem metros escalados na mais alta montanha deste planeta. É o que sentimos sempre que orquestramos cada novo número desta revista. Passo a explicar: o gozo é cada vez maior e a vista do horizonte cada vez mais resplandecente. Mas também o ar é mais rarefeito e o cansaço mais esgotante. Mas queremos chegar ao cume, contra todas as dificuldades. Aí, montaremos as nossas tendas e logo veremos o que fazer. Até agora, não há perspectivas de haver dinheiro que permita substituir os equipamentos usados ou a possibilidade de uma parceria que nos ceda um helicóptero para nos levar ao pedestal de um novo desafio. Mas acreditamos. Acreditamos que a vontade de sobreviver ultrapassará qualquer obstáculo. E lá nos vamos desenrascando, quais MacGyvers lusitanos, na expectativa de um dia podermos dizer a pais, amigos, filhos e conhecidos que do nada se criou aquela que nessa altura será considerada a mais soberba revista de cinema do mercado português. E o desejo de não ter esse estatuto por falta de concorrência.

Alguns estão neste momento a pensar: “lá está ele com esta conversa das dificuldades pela enésima vez”. É justo que assim o seja. Mas enquanto estivermos conscientes das circunstâncias críticas em que trabalhamos, não teremos o mesmo destino de outros que tentaram a mesma façanha e ficaram pelo caminho. Além disso, a esperança de que alguém com capacidade para inverter a natureza turbulenta em que trabalhamos leia estas palavras justifica qualquer saturação editorial. Porque em dezenas e dezenas de páginas feitas com paixão, exaltação e prazer, também merecemos uma escrita em tom de angústia e amargura. Porque, honestamente, há catorze números atrás pensámos que hoje estaríamos num outro patamar. Um em que, pelo menos os custos financeiros adjacentes a cada edição fossem cobertos com quantias provenientes de acordos publicitários ou parcerias institucionais. Zero. A Take Cinema Magazine continua a ser um exercício puro de mecenato gratuito. Não interessa. Desfrutem sim deste número: das entrevistas exclusivas, de Lisboa a Los Angeles, aos artigos de excelência, é tudo vosso.

http://take.com.pt

PS: Este é, na minha opinião, o melhor número da Take nos últimos meses. Do fantástico artigo de capa (Che + Soderbergh + Del Toro), ao especial Seinfeld com entrevista exclusiva a Larry Thomas, o "nazi das sopas", há uma harmonia primorosa ao longo das quase noventa páginas desta edição de Abril. E em Maio, preparem-se para outra entrevista exclusiva, ainda mais bombástica. Vão duas dicas: cabelos louros e Tarantino.

domingo, abril 19, 2009

Lágrimas de um herói


24. Dia 7. Uma e picos da manhã, quase duas. Jack e Kim Bauer estão sentados num sofá pela primeira vez após anos e anos de desvios propositados. Um magnânimo actor mostra, numa cena poderosa e sentimental - e, no entanto, tão simples e básica na sua construção narrativa - que é muito mais do que um intérprete de acção. As lágrimas são reais e o desespero de um herói, de olhos inchados e boca tiritante, não enganam: Kiefer Sutherland é um dos mais sólidos actores da actualidade e merece, indiscutivelmente, o Emmy e o Golden Globe que tem lá em casa. Os prémios, aliás, pecam por escassos. Esta temporada, quase ao nível da quinta, apaga por completo o pessimismo que a sexta havia deixado nos mais consistentes admiradores da série. O episódio, o décimo oitavo, com dois plot twists, um deles de personagem, e a morte de uma personagem fulcral, é o que de melhor se fez em televisão este ano. E o melhor da série desde o quarto episódio da sexta temporada. Venha a season finale e a oitava época com Nova Iorque em pano de fundo.

sábado, abril 18, 2009

The Ron Clark Story (2006)

Baseado em acontecimentos verídicos, “The Ron Clark Story” narra a história de um professor de ensino básico do interior dos Estados Unidos que decidiu, já perto dos trinta, trocar a segurança de uma vida simples por um dos seus sonhos de sempre: arriscar uma carreira em Nova Iorque. Quando chega à metrópole, arrenda um quarto reles – a única janela dá para uma parede imunda - e, sem dinheiro ou escola em que pudesse leccionar, começa a trabalhar num bar temático, onde todos os seus colegas são jovens actores à procura do estrelato. Até que um dia consegue convencer o reitor de uma escola de Harlem, a zona mais pobre da cidade, dominada por jovens de etnia negra, a ser o professor de uma turma que mais ninguém queria. E aqui começou a jornada que o tornou num dos mais conceituados professores norte-americanos, com direito nos dias que correm a instituto e academia homónima.

“The Ron Clark Story” é um telefilme da cadeia televisiva norte-americana TNT que arrecadou várias nomeações em 2007, em cerimónias tão distintas como os Globos de Ouro ou os Emmy. Ao conseguir agarrar Matthew Perry para o papel principal – ele que andava a ressacar do estigma “Chandler Bing”, que o conotava obrigatoriamente a papéis declaradamente humorísticos -, a realizadora californiana Randa Haines (“Children of a Lesser God” ou “The Doctor”) tratou desde logo de reclamar para a obra a atenção que esta acabou por provar que merecia. E é Perry, numa interpretação eficaz e natural, mesmo que através dos clichés típicos do ofício, que faz a diferença. Actor de excepção, tal como provou recentemente no delicioso “Studio 60 on the Sunset Strip”, Perry faz-nos acreditar que a sua personagem preocupa-se mesmo com aquelas crianças problemáticas. E é essa naturalidade que coloca o filme de Haines num patamar equivalente ao de “Dangerous Minds”, com Michelle Pfeiffer.

sexta-feira, abril 17, 2009

Become a Terminator

quinta-feira, abril 16, 2009

Wolverine, got milk?

quarta-feira, abril 15, 2009

Sugestão de Leitura: É Só Um Filme

Nos seus filmes, Alfred Hitchcock encontrou a expressão perfeita para as suas fantasias. Partilhou essas fantasias com o mundo em clássicos como "Janela Indiscreta", "O Homem Que Sabia Demais", "Intriga Internacional", "A Mulher Que Viveu Duas Vezes", "Psico" ou "Os Pássaros". Em "É Só Um Filme - Vida e Obra de Alfred Hitchcock", Charlotte Chandler baseia-se nas suas longas conversas com Hitchcock, revelando frequentemente factos desconhecidos e dados inesperados sobre o homem, o realizador e os seus filmes.

Autora de excelentes biografias, Charlotte Chandler passou vários anos com Hitchcock, falando sobre a vida e a espantosa carreira do realizador. Também conversou com a sua mulher, Alma, com a filha, Pat, e, ainda, com muitas das lendas do cinema que participaram nos filmes de Hitchcock, incluindo nomes como Cary Grant, Ingrid Bergman, James Stewart, Grace Kelly ou Gregory Peck, entre muitos outros. O resultado é um retrato pessoal mas também abrangente de um artista único que, entre os anos vinte e os anos setenta do século passado, criou muitos dos mais memoráveis filmes da história.

Vinte e cinco anos após a sua morte, o perfil característico de Hitchcock continua a ser um ícone instantaneamente reconhecível e os seus filmes continuam a conquistar popularidade e louvores críticos. Charlotte Chandler apresenta-nos o verdadeiro Hitchcock: um dedicado homem de família, dotado de sentido de humor, um inglês com sensibilidade eduardiana que foi um dos grandes mestres da arte cinematográfica.

Fonte/Editora: Bizâncio
Preço de Relançamento: 7,50€

The Times of Harvey Milk


A Midas Filmes vai lançar em DVD o documentário "Os Tempos de Harvey Milk", de Rob Epstein e Richard Schmiechen, hoje, dia 15 de Abril, às 21h30, no Cinema São Jorge, lançamento a que se seguirá uma sessão única do filme premiado com o Óscar de Melhor Documentário em 1984.

Depois de Gus Van Sant, com “Milk”, ter recuperado para a actualidade a figura de Harvey Milk, "Os Tempos de Harvey Milk" é um filme essencial que enquadra o activista e político no seu contexto e época ao relembrar o tumultuoso clima social e político de São Francisco nos anos 70 e construir um brilhante e assombroso retrato do que realmente se perdeu com o brutal assassínio de Harvey Milk, em Novembro de 1978.

A edição em DVD conta ainda com um conjunto de extras que ultrapassam as 3 horas de duração: um comentário áudio, declarações de Harvey Milk, imagens da Cerimónia dos Óscares de 1985, imagens de uma marcha à luz das velas, uma conversa entre Rob Epstein e Tom Ammiano na Associação de Realizadores em Los Angeles, conferência de imprensa da Presidente da Câmara Dianne Feinstein no primeiro aniversário da morte de Milk, conferências, discursos e debates sobre o caso no 25º aniversário da morte, galeria de fotos dos realizadores e trailer.

Fonte/Distribuidora: Midas Filmes

terça-feira, abril 14, 2009

Indielisboa debate papel do crítico de cinema


Lisbon Talks, uma iniciativa do Indielisboa, continua a ser um espaço aberto à discussão crítica, reflexão, aprendizagem e reformulação de ideias, à volta das práticas cinematográficas e do meio profissional português e internacional. Conta para isso com um seminário activo, debates e conversas informais envolvendo convidados de renome, nacionais e estrangeiros das diversas áreas do cinema e audiovisual.

Entre os vários debates que vão ocorrer - e podem ser consultados no site do INDIELISBOA, destaque para este, sobre um assunto recorrente na blogosfera cinéfila nacional: A CRÍTICA DE CINEMA. Para que serve a Crítica?

Data e Local: 2 de Maio, 17:30, Cinema São Jorge, Sala 2
Descrição: A crítica de cinema é cada vez mais alvo de crítica. Para que serve a “Crítica”? Qual o valor da acção crítica como ideia e prática actualmente? Que mitos ou clichés alimentam formas de percepcionar a sua legitimação e que novas configurações se desenham no papel da verdadeira crítica de cinema? Estas são as questões que se vão colocar neste debate que terá a presença de críticos portugueses e estrangeiros.

Informação à navegação

Nos últimos três ou quatro anos habituei os leitores deste blogue a responder no próprio dia - por vezes, na própria hora - a todos os comentários que neste espaço iam sendo publicados. Nos últimos três ou quatro meses, tal não tem sido possível. Falta tempo e disponibilidade para tal monitorização.

A boa notícia é que não há um único comentário que, mais cedo ou mais tarde, não seja respondido. Por vezes, passo tardes a escrevinhar nos comentários de vinte e muitas entradas. Provavelmente os visados já não vão ler as minhas palavras. Mas sinto essa obrigação para com todos aqueles que, ao fim de tantos anos, continuam a fazer deste blogue algo que me dá um gozo tremendo.

Choose Your Own Crank

Engraçada e original a iniciativa de pré-marketing da Lions Gate para promover o novo "Crank". É só visitar o Youtube e... jogar.

segunda-feira, abril 13, 2009

Londres


Cheguei de Londres esta madrugada, depois de quatro dias de fotografias, dezenas e dezenas de quilómetros nos sapatos e várias peripécias ontem no aeroporto de Gatwick. Mas nem um avião avariado consegiu estragar uma viagem fantástica, que incluiu no roteiro várias "escapadinhas" cinematográficas. Da fantástica film store do British Film Institute, ao Movieum, sem esquecer as fotos com Spielberg ou Kidman no Madame Tussaud, foi no entanto a blockbusteriana HMV de Oxford Street que me fez perder a cabeça: sem contar com os que trouxe para os amigos, foram 13 (!) os DVDs que vieram na mala. Entre eles, várias edições exclusivas da loja, como a de "Bird", de Eastwood ou "Death Proof", de Tarantino. Venha Nova Iorque.

domingo, abril 12, 2009

sábado, abril 11, 2009

Passatempo CN - 6º Festival Black & White


O Cinema Notebook, em conjunto com o 6º Festival Audiovisual Black & White tem para oferecer 5 convites duplos que poderão ser usados em qualquer sessão do festival. Para se habilitar a um destes 5 convites duplos apenas tem que responder acertadamente a uma pergunta. As respostas devem ser enviadas para o email cinemanotebook@gmail.com, indicando o nome completo e o número do bilhete de identidade. Os cinco primeiros a responderem correctamente são os premiados.

Pergunta:
Em que universidade se realiza o 6º Festival Audiovisual Black & White?

Vídeo de apresentação do Festival

sexta-feira, abril 10, 2009

Ian McEwan em Lisboa


Ian McEwan, autor de "Expiação", estará em Lisboa de 17 a 20 de Abril e participará numa conversa aberta ao público com Clara Ferreira Alves sobre a importância dos mal-entendidos nas relações pessoais, a propósito do lançamento do seu novo livro "Por Ti". A sessão terá lugar no dia 18 de Abril às 16 horas na sala Luís de Freitas Branco do Centro Cultural de Belém, em Lisboa.

quinta-feira, abril 09, 2009

quarta-feira, abril 08, 2009

A glória só chega àqueles que com ela sonharam

27 de Março de 2009


8 de Abril de 2009

terça-feira, abril 07, 2009

Caramba, o filme não é assim tão mau...

"A man shot himself to death in a Eugene movie theater just after midnight Monday morning. Police say about 10 patrons were in an auditorium at Regal Cinemas watching the movie “Watchmen.” About midway through the film some of the moviegoers told the manager they heard a “popping” noise like a gunshot. A 24-year-old man was found in the rear of the auditorium with a gunshot wound to the head. Police say the man shot himself and was dead when they arrived." [F]

segunda-feira, abril 06, 2009

Qual a melhor sala de cinema em Londres?


Dicas e sugestões para uma visita de quatro dias a Londres são bem-vindas.

domingo, abril 05, 2009

Citação da Semana (XXVIII)


"We live in more of a pussy generation now, where everybody’s become used to saying, “Well, how do we handle it psychologically?” In those days, you just punched the bully back and duked it out. Even if the guy was older and could push you around, at least you were respected for fighting back, and you’d be left alone from then on. I don’t know if I can tell you exactly when the pussy generation started. Maybe when people started asking about the meaning of life."

Clint Eastwood, em entrevista à Esquire.

sábado, abril 04, 2009

Cenas mágicas que não estavam no guião


Beginning a beautiful friendship - Perhaps no movie has as many famous one-liners as Casablanca (1942). But they weren’t all the work of screenwriters Julius J Epstein, Philip G Epstein and Howard Koch (who deservedly won an Oscar for their work). Based on Murray Burnett and Joan Allison’s unproduced play Everybody Goes to Rick’s, the script was written in a hurry, and was still going through rewrites when filming commenced. As a result, some of the best lines were improvised. “Here’s looking at you, kid,” Humphrey Bogart’s farewell line to Ingrid Bergman, was a popular quote in the 1930s. Bogart ad-libbed it while filming Casablanca, and it worked so well that was used twice. In 2007, Premiere magazine named it the best greatest-ever movie line. Bogart’s final line, however, was created just for the film. Who can forget that last shot, as Rick (Bogart) and Captain Louis Renault (Claude Rains) walk away, planning to escape Casablanca after assisting in a noble cause. “Louis, I think this is the beginning of a beautiful friendship,” says Rick. The line was created by producer Hal B. Wallis, and dubbed by Bogart after filming was completed.

Indy vs. the Swordsman - In one of the coolest and most memorable scenes of Raiders of the Lost Ark (1981), Indiana Jones (Harrison Ford), ready for action, is confronted by an evil-looking swordsman. Rather than engage him in hand-to hand combat, he gives the swordsman a tired, “you must be joking” expression, pulls out his gun and casually shoots him. This funny and clever moment, filmed in Tunisia, might never have happened if Ford and most of the crew weren’t suffering from food poisoning. Initially, Indy was supposed to defeat the swordsman in an extended fight sequence, using his famous whip. However, as he was so ill, the scene just wasn’t working. Instead, director Steven Spielberg allowed him to dispose of his foe in this simpler, but no less effective method. The tired look on Indy’s face, of course, was utterly real!

Fonte: Mental Floss

sexta-feira, abril 03, 2009

A suprema excelência está na simplicidade

A dog doesn't care if you're rich or poor, educated or illiterate, clever or dull. Give him your heart and he will give you his.

Heidi Klum Pizza Girl

quinta-feira, abril 02, 2009

Jack Bauer: Personagem política?


São raros os casos em que um produto de ficção televisiva causa tanta controvérsia política, social e moral como “24”, série dos produtores executivos Robert Cochran e Joel Surnow que já leva sete temporadas de vida. Denominado e classificado por vários como a face oficial do governo norte-americano na guerra contra o terror, Jack Bauer cativou milhões de admiradores em todo o mundo, desde o democrata Bill Clinton, ao republicano e candidato às últimas eleições presidenciais norte-americanas, John McCain, que pediu inclusive em praça pública para aparecer num episódio e falou abertamente sobre “24” numa ida ao programa do comediante Jon Stewart. Filósofos, teólogos, militares ou estrelas de cinema, ninguém ficou indiferente aos sacrifícios de uma personagem patriota, que coloca a defesa e a segurança do seu país no topo das suas prioridades, mesmo que tal traga desgraças irremediáveis à sua vida. Numa altura de profundas mudanças políticas na “terra dos sonhos”, importa agora explorar alguns contornos sociopolíticos do fenómeno televisivo e indagar sobre a (in)existência de limites morais na defesa de uma nação.

Enquadramento

A série que viria a revolucionar o panorama televisivo mundial veio ao mundo num dos períodos mais conturbados da vida e história norte-americana: dois meses após os ataques terroristas de 11 de Setembro de 2001. Filmado e pensado muito antes desse fatídico dia, as ideias inerentes a cada temporada de “24” conseguiram sempre antecipar tendências ou desenvolvimentos reais, tal como se do futuro viessem. Dos aviões que explodem para assassinar o fictício presidente norte-americano, ao chefe de estado negro que surpreendeu tanto republicanos como democratas, Jack Bauer e a CTU – Unidade Contra-Terrorista – reflectem ainda hoje nos ecrãs de televisão dilemas e complexidades reais de uma luta contra ameaças terroristas em sociedades contemporâneas que se regem pelas virtudes do humanismo.

Fenómeno cultural complexo e multidimensional, “24” é ainda entretenimento de excelência, onde a carência de regras e clichés narrativos garante uma imprevisibilidade deliciosa, que não deixa ninguém a salvo de um final menos feliz. Numa era de incertezas, tentar compreender as acções de Jack Bauer torna-se num verdadeiro e original teste aos valores e às predisposições políticas e ideológicas do espectador. Serão os atalhos sombrios de Bauer para chegar à verdade aceitáveis perante uma nação em risco? Violência, tragédia, heroísmo, ambiguidade, causas e efeitos, vencedores e derrotados, tudo entra em jogo nos extensos dias da personagem de Kiefer Sutherland, também ele um actor que passou por um outro inferno – de drogas e álcool – num certo período da sua vida.

Veículo da direita

Os impulsos políticos de direita são claros e visíveis em “24”. Jack Bauer personaliza um vigilante no século XXI que sabota conspirações governamentais e está sempre preparado para promover o bem e extinguir o mal. Com a tortura como assinatura de marca – nem o irmão escapa -, as suas metodologias extremas quebram qualquer lei. Politicamente incorrecto – e marimbando-se para tal -, o instinto de Jack é a autoridade máxima, lei e ordem em caso de dúvida. Uma metáfora para as acções de guerra da administração Bush, dizem muitos comentadores políticos de vários quadrantes, aficionados pela série. No fundo, a criação fictícia de uma justificação para acções políticas tomadas durante longos anos de republicanos sentados nas cadeiras do poder.

Mas então e a admiração da esquerda?

Mas se “24” é um veículo de divulgação das políticas de direita norte-americanas, porque razão figuras centrais da esquerda estão entre os mais fanáticos seguidores da série? A resposta é simples e não merece contestação: apesar dos desfechos crus e muitas vezes cruéis, em que os fins parecem justificar os meios, “24” tem o mérito de não disfarçar os dilemas que cada decisão de Jack Bauer levanta. Por isso mesmo, não é evitada a discussão pública e política em torno dos sucessos e fracassos de uma administração que só recentemente, e ao fim de oito anos, abandonou o poder. E há uma grande diferença entre Bauer e Bush: um é competente e triunfa em missão; o outro fracassou em todas as suas acções de âmbito planetário, causando danos irreparáveis na vida e na reputação de uma nação.

Feitiço contra o feiticeiro

Quando Dennis Haysbert foi anunciado como o actor que asseguraria a personagem presidencial da série, levantou-se de imediato uma suspeição: os produtores executivos da série planeavam não só abrir uma janela até então fechada e que se julgava impensável – a de um presidente negro -, como também preparar uma sucessão republicana de Bush para o braço direito Colin Powell num futuro próximo, conseguindo assim o que Al Gore, vice-presidente do mandato de Bill Clinton não viria a alcançar alguns anos depois, em 2004. No entanto, o que acabou por acontecer foi que o “presidente Palmer” abriu não uma janela mas sim uma gigantesca porta para a viabilidade de uma inverosímil candidatura do senador Barack Obama, hoje o 44º presidente norte-americano.

Mensagem correcta?

Numa cultura obsessiva – a norte-americana em específico mas também a ocidental em geral -, onde os direitos civis, bem como a filosofia moral do que é certo e errado pouca preponderância tem na educação, é interessante assistir à forma como “24” coloca a liberdade e a segurança de um povo num patamar bem mais elevado do que as regalias celebradas na Declaração Universal dos Direitos do Homem, em 1948. Da descriminação racial e religiosa à subversão do artigo quinto que garante que ninguém será submetido a tortura ou tratamentos cruéis e desumanos, nenhuma das morais que a série transmite é consensual. As mensagens transmitidas estão, por isso, longe do politicamente correcto. Mas a verdade é que também as políticas reais de um mundo caótico assim o demonstram. Portanto, mais do que incentivos deturpados, “24” aposta em provocações que resultam em dilemas repletos de emoção, que garantem audiências acima da média. Está à espera do quê para abraçar “24”?

Artigo publicado na edição 13 da Take Cinema Magazine.

quarta-feira, abril 01, 2009

Gisele Bündchen em conversa exclusiva na próxima Take


Puro acaso em Londres. Simpatia imensurável e uma conversa que envolve Depp, Di Caprio e "O Diabo Veste Prada". Fotografias exclusivas de uma beleza de outro mundo e um autógrafo muito especial para os leitores. Tudo para descobrir no próximo número da Take, a vossa revista de cinema.