quarta-feira, novembro 17, 2004

Fargo (1996)

Inteligentemente mórbido e supostamente baseado numa história veridíca, Fargo é uma espécie de história "a le" Pulp Fiction, onde um vencedor de carros com problemas monetários (William H.Macy) contrata dois criminosos (Steve Buscemi e Peter Stormare) para estes raptarem a sua mulher e dividirem o dinheiro do resgate do sogro entre os três. Fargo tenta ser uma comédia negra, mas séria. Na minha opinião não consegue ser as duas. Uma coisa é fazer uma comédia negra, outra fazer um filme sério. Para mim, existe sim um tipo de humor absurdo durante todo o filme. Mesmo baseado em acontecimentos reais, é difícil levar este filme a sério. Porquê? Porque não existem personagens substanciais, que nos toquem. Todos são puras caricaturas das vários tipos de figuras humanas que por aí existem.

É fácil admirar o que os Coen tentam fazer em Fargo, mas dificil gostar do filme. A ausência de limites nos acontecimentos dramáticos e nas personagens, fazem com que Fargo seja mais um exercício intelectual do que um filme marcante. Sim, eu sei que 95% dos que já viram o filme, consideram-no uma obra prima. Basta ver a sua média no IMDb. Os Coen partilham o gosto por diálogos originais de Quentin Tarantino... mas não conseguem chegar nem por sombras ao nível deste. O que conseguem sim é uma brilhante fotografia, muito em torno do frio e da neve. O filme acaba e nada mais ficou em mim que um sentimento vazio que estive a ver um filme completamente sem objectivo e sentido nenhum, que deixa praticamente tudo por explicar: O que acontece à pasta que foi enterrada com o dinheiro? O que acontece ao chinoca que aparece no filme? Para que é que ele sequer apareceu no filme? Enfim, decidi fazer esta critíca porque todos consideram Fargo uma obra-prima. E eu não o percebo. Repito, percebo a sua intenção e acho um filme inteligente. Mas ter uma boa ideia não basta.

7 comentários:

  1. Fargo é um dos melhores filmes dos anos 90 e talvez o melhor dos coen. Agora acho despropositado qualquer comparação com Tarantino. Sao cineastas completamente diferentes. O filme é uma obra prima pois consegue albergar varios generos sem ficar preso a qualquer convenção como há muito exemplos por aí sem o equilibrio e a maturidade deste. Confesso que da primeira vez que o vi tambem fiquei um pouco reticente relativamente à aclamação deste filme, mas a cada projecçao vai ganhando uma nova mistica e uma nova vida. E é isso acima de tudo que define uma obra-prima... Pelo Menos em termos pessoais.

    Apesar de nao concordar com muitas das tuas criticas gosto do teu site :)

    tozesousa83@hotmail.com

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  2. Antes de mais, obrigado pelas palavras Tozé Sousa. Fargo foi uma das primeiras críticas que fiz para este blogue, e mostra um "eu" muito verde ainda. Gostei bastante do que escreveu. Um abraço.

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  3. É um bom filme, mas muito sobrevalorizado. Quanto à Frances está bem na sua personagem, mas Óscar?

    Abraço

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  4. Não me recordo, de momento, das opositoras de então. Só revendo os títulos e as performances em questão.

    Um abraço!

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  5. concordo com o cataclismo cerebral
    frances está boa no seu papel, mas não está nada de especial para o oscar, mas quem entende a academia de holywood?...

    quanto ao filme, penso que é um bom filme, mas nada de especial
    pobre william h. macy...
    cumprimentos

    p.s.- knoxville, tenho bastante curiosidade sobre as tuas preferencias no cinema, por isso aqui está o meu mail para coversrmos melhor, se me quisers dar o teu, agradecia...
    lol!!
    ruifranciscopereira@gmail.com

    Jackie Brown

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  6. O meu mail é Cinemanotebook@gmail.com. Qualquer coisa, força :)

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