quarta-feira, julho 30, 2025

Videodrome (1983)

I’m going to be honest: I’m not exactly sure what was going on in this Cronenberg. Videodrome feels like a trippy, satirical fever dream aimed at the moral panic over consumer media, drenched in Cronenberg’s signature body horror and hallucinatory weirdness. But while the film is certainly creative and full of bold imagery, it’s also frustratingly vague in its internal logic: hallucinations blur with reality in ways that seem inconsistent, and the narrative keeps the viewer just far enough away from understanding the actual mechanics of what Videodrome is, or how it works.

segunda-feira, julho 28, 2025

Twelve Monkeys (1995)

Make no mistake: this is a sci-fi gem that deserves to be spoken of alongside the genre’s greats. Though the screenplay didn’t originate from Terry Gilliam, his fingerprints are all over it, as the plot dives headfirst into time travel, diseases and global collapse, making it all chaotic and dirty, yet, weirdly grounded. Brad Pitt steals the show in one of his most unhinged and unpredictable performances: a dangerous lunatic that somehow manages to be both hilarious and disturbing. Oh, and loved the ambiguity at the end.

sábado, julho 26, 2025

I’m Still Here (2024)

Certos filmes contam histórias, outros fazem-nas respirar de novo: "Ainda Estou Aqui" é muito menos drama histórico e politico do que seria expectável que fosse, e muito mais um acontecimento relativamente individual que se presta à memória colectiva - um oxímoro propositado num filme repleto deles -, costurado com amor, dor e uma resiliência silenciosa espelhada na perfeição pela Eunice de Fernanda Torres. Não há aqui cenas de tribunal, manifestações na rua ou aulas na universidade; não há um retrato convencional de heroísmo político/social; apenas um quotidiano cheio de vazios, de refeições partilhadas em família, de memórias na praia, de um passado em choque constante com o presente, que se prolonga, literalmente, até ao esquecimento - Alzheimer, seu filho da mãe. É no silêncio, entre lágrimas e sorrisos (es)forçados, que a dor se instala, que a memória, suportada naquelas sequências em Super 8, serve o luto. Não é perfeito, mas é extremamente necessário. Como cidadãos livres, mas especialmente como humanos.

quinta-feira, julho 24, 2025

The Shepherd (2023)

Seria Deus? O Super-Homem? O Fantasma do Natal Passado? Nada disso, era o John Travolta, uma mistura de tudo isso, o verdadeiro milagre natalício. Boas intenções - bonita homenagem a toda uma geração de pilotos da Segunda Guerra Mundial -, mas demasiado polido e limpinho, esticadinho ao máximo - mais um minuto e não estaria apto a concorrer para a estatueta de melhor curta - para poder dar nas vistas sem precisar de cortar caminhos.

terça-feira, julho 22, 2025

Bikini Airways (2003)

Pelo menos uma vez por ano tenho que (re)visitar o meu amigo Fred Olen Ray. Desta vez em missão "Nas Nalgas do Mandarim", para um episódio que promete explorar a dimensão "bikini" da carreira deste mestre esquecido da sétima arte. Da sétima ou da décima terceira do novo testamento, a pornografia. Ora bem, a mim calhou-me como TPC um que além dos bikinis envolve aviões, ou seja, um projecto para o qual poderia facilmente ter doado uma fortuna no Kickstarter de modo a receber um crédito como Produtor Executivo. Um pseudo-assalto mascarado que acaba numa cena de seis minutos de soft porn, uma chamada telefónica a meio da noite que revela uma herança inesperada de um tio que bateu a bota - nada mais do que uma companhia aérea - e um tipo que entrega flores com cunninlingus incluído no pacote - trocadilho propositado. Esperava mais filme, mais "Evil Toons", menos striki night porno, fiquei triste. Triste mas duro.

domingo, julho 20, 2025

A Working Man (2025)

Jason Statham pai viúvo, sem custódia da filha, de picareta e marreta? Yes, please. Um ex-militar que não confia nas pessoas, apenas na biologia. Dura vinte minutos a excitação da possibilidade de um novo "Taken", mas rapidamente entramos no piloto automático dos dias que correm: história convulsa entre mafiosos e vilões sem grande alma e o combate corpo-a-corpo, marreta-a-marreta, substituído por tiroteios sem fim e granadas e explosões de um lado para o outro. Tempo ainda - já nem conseguem arrumar estes bicos de obra em hora e meia - para deixar a porta escancarada para futuras sequelas. Não vale a pena, irmandade russa. Como diz o Pedro, já vimos este filme vinte vezes... só este ano. E isso podia ser bom, mas não, já só cansa.

sexta-feira, julho 18, 2025

Mr. Majestyk (1974)

O Charles Bronson de boina dono de uma quinta de melancias. Uns saloios que não aceitam ser trocados por imigrantes mexicanos na apanha da melancia. Ah caramba, quem diria que se podia começar uma guerra por causa de melancias. O charme e o jeito para a sedução de um saco de batatas, para manter isto no ramo da agricultura. Em tempo de vindima, não se contam as uvas, mas Bronson na cidade semeou mais ventos e colheu melhores tempestades!

quarta-feira, julho 16, 2025

High Plains Drifter (1973)

Nunca, mas mesmo nunca interrompam o Clint Eastwood quando este está a fazer a barba. Erro de amadores. Pim, pam, pum por baixo do avental, cinema no seu estado mais puro. Segue-se Clint Eastwood a ensinar boas maneiras, à força num estábulo, a uma moçoila que acabou de conhecer. Hoje seria cancelado, mas belos velhos tempos em que uma violação inusitada a abrir um filme ainda era recebida com satisfação e prazer momentâneo pela vítima - e, admirem-se, pelo público. Chibatadas no escuro, tornando o som do seu impacto mais sombrio do que nunca. Cigarrilha na boca o tempo todo, até dentro da banheira. Um anão transformado em xerife e mayor da terreola por um estranho, o estranho de Eastwood. Incontáveis homenagens a Leone e a outros westerns que protagonizou, neste que foi o primeiro do género que realizou. Um mimo.

segunda-feira, julho 14, 2025

Vincent (2024)

Sentado no avião, faltam cinco minutos para descolar e meter tudo em modo de voo. Abro a Amazon Prime rápido no iPad, e toca a escolher um filme para transferir. Vincent? Ah, isto é aquele que o tentam matar o tempo todo e ele não sabe porquê. Vai já este. Pois bem, não era, esse é o "Vincent Must Die". Produção australiana de fim de catálogo, numa esfera de sátira/comédia negra que não consegue efectivar com sucesso e, acima de tudo, ritmo e timing, uma única das suas ideias fora da caixa. Cenas que se arrastam sem piada para além do conceito, numa história que certamente funcionaria melhor no papel ou em gags de curta duração.

sábado, julho 12, 2025

Time Under Fire (1997)

Um tipo da "resistência" que diz ser do futuro, um submarino comandado pelo Jeff Fahey que viajou no tempo quando atravessava o famoso Triângulo das Bermudas e o Bryan Cranston, de fato e gravata, congressita, senador, o que seja, com sonhos de presidência. O Jeff Fahey visita uma rapariga após seis anos de ausência inexplicada, eu - e aposto que os cerca de cento e cinquenta restantes atrasados mentais que também viram isto de acordo com o Letterboxd - pensei que era a filha, até pela conversa... e de repente, pim pam pum, cena de sexo, maminhas e mamilos em grande plano durante uns trinta segundos. Podem meter o certo no checklist das cenas obrigatórias dos anos noventa, filmes feitos para TV. Mais uma viagem no tempo com o submarino, desta vez para 2077, onde uma espécie de filho do Dr. Claw do Inspector Gadget com o Imperador Palpatine é o manda-chuva de um planeta a morrer após uma guerra nuclear iniciada, nada mais nada menos do que... pelo presidente Cranston. Que é, também, este vilão em decomposição. Clones, ciborgues, efeitos especiais super ranhosos, camisas apertadas até ao último botão, temos direito a tudo. Até a uma reviravolta final que mostra que o futuro afinal já estava bem presente! Como não amar lixo deste!

quinta-feira, julho 10, 2025

Exterritorial (2025)

Boa surpresa. A comparação na ordem do dia ao "Flightplan" com a Jodie Foster é inevitável - curiosamente um filme realizado por outro alemão -, sendo que aqui o avião é substituído pelo consulado norte-americano em Frankfurt. Jeanne Goursaud convence como ex-militar - a acção não só é bem coreografada, como bem filmada - e este Dougray Scott, uma cara muito mais reconhecível do que o seu nome na indústria, dá sempre um óptimo vilão. Bom filme para festejar o dia da Mãe. Mesmo que seja uma daquelas mães que fazem os pais ter juizinho e metem os miúdos a fazerem as camas com os cantos a noventa graus. E noventa não são noventa e um nem oitenta e nove!

terça-feira, julho 08, 2025

Jolt (2021)

A Kate Beckinsale com uma condição médica chamada "Transtorno Explosivo Intermitente", que é, chamemos-lhe, "despoletada" quando alguém faz algo que lhe irrite. Caramba, o prólogo e a narração inicial que lança estes dados é miserável, mas eu estou rendido à ideia. Sim, sou um daqueles que deixaria de bom grado esta Kate Beckinsale pré-plástico em excesso encher-me de porrada. De preferência, com pouca roupa. Mas se fosse preciso enervá-la, até era homem para vestir calças de ganga com havaianas. Bem, saindo dos meus sonhos, entrando nos dela, ri-me uma série de vezes com aqueles cenários imaginados na sua cabeça; ri-me com o 9 que cai da porta e transforma-se, entre sombras, em 69, como que a antever o que se seguiria. Como se tudo isto não bastasse, t-shirt sem soutien, e aquele frio que arrepia. Caraças, eu nem acredito que isto foi realizado por uma mulher. Quando larga o humor por volta da meia hora e foca-se mais na acção, perde quase todo o seu charme, a sua graça, mas ainda assim entretém, seja na maternidade com bebés a voar ou numa qualquer cave de tortura. E ainda temos direito a reviravolta inesperada bem perto do fim, que me apanhou de surpresa tão relaxado que eu estava. Guilty pleasure aqui em casa, digam o que disserem.

domingo, julho 06, 2025

Whiteout (2009)

Contar até dez com os dedos, só se for com os pés, não é Kate? Thriller banal, tecnicamente competente q.b., limitado nas surpresas e na reviravolta final mais do que óbvia pela envolvente limitada de opções que o delimita no meio do nada - Pólo Sul -, entre um universo de personagens que até esta personagem amputada da Beckinsale conseguia contar com as mãos. Gabriel Macht pré-Harvey Specter, Tom Skerritt a jogar golfe no gelo e a Kate sem fatos de cabedal e látex apertados. Ou seja, dois em três na raspadinha.

sexta-feira, julho 04, 2025

Judgment at Nuremberg (1961)

Uma vénia ao Spencer Tracy, ao Burt Lancaster e à Marlene Dietrich: isto é outro nível, um que dificilmente se encontra nos dias que correm. Filme historicamente importantíssimo, que abriu um momento tão importante como os julgamentos de Nuremberga ao mundo quando este parecia que já os tinha esquecido. São muitos e complexos os dilemas morais e legais que se apresentaram aqui em tribunal, num momento decisivo e revolucionário do direito e da justiça internacional. Pode um indivíduo que apenas "segue leis e ordens superiores" ser julgado pelos crimes que cometeu? Que, segundo a lei no seu país na altura, não eram crimes, eram directrizes, obrigações? Que caso se negasse a cumprir as mesmas, seria despedido, preso, ou mesmo morto? Pois bem, ditaram estes julgamentos que o "seguir ordens" não é uma defesa válida quando se tratam de actos moralmente condenatórios e foram criadas definições legais internacionais para crimes de massa como genocídios ou escravaturas. Isto, claro, pelos mesmos tipos que anos antes mataram mais de cem mil pessoas com uma bomba em Hiroshima. Erros que se repetem em ciclos geracionais, infelizmente.

quarta-feira, julho 02, 2025

Hypnotic (2023)

É Robert Rodriguez nesta sua versão children friendly livre de drogas dos últimos vinte anos armado em Christopher Nolan dos labirintos narrativos e estruturais complexos. Um "Inception" baratinho, super expositivo não vá esta malta dos streamings ficar chateada por não apanhar bola, com Ben Affleck em piloto automático, modo "vamos lá despachar isto que só aceitei entrar porque somos amigos e perdi uma aposta". Safam-se a Alice Braga e o William Fichtner e fica o conceito ousado para admirar e relembrar no meio de tantas decisões sem sentido. Crianças do mundo, podem ficar com o Roberto, já deu o que tinha a dar aos velhos como nós.