É um "
Fury Road" com menos alma, menos coração, menos tacto, menos realismo e muitas, muitas mais pontas soltas e incongruências narrativas na sua história. Antes sentia-se o pó na garganta, a areia nos olhos, o calor daquelas chamas roqueiras; agora quase tudo passa por artificial, talvez até aquilo que não o tenha sido. Em 2015 mal dei conta do CGI, neste entrou-me pelos olhos a dentro, quase como se fosse propositado, um trunfo conquistado e exibido de forma vaidosa. Tom Burke fica a milhas de Tom Hardy - o seu Jack tem (tinha?!?) potencial enquanto personagem, mas Burke deixou o carisma em casa -, a Anna Taylor-Társio cumpre mas não é Charlize e o Thor parece estar sempre na brincadeira, como se não levasse o seu vilão minimamente a sério e isto fosse um daqueles Marvels de brincar, uma espécie de Guardiões da Galáxia no deserto. Até me conseguiu deixar com saudades do Nicholas Hoult, e olhem que não é fácil. Querido George, ainda assim, continuo a amar-te; foi mais uma aventura do caraças, num mundo do caraças, com personagens do caraças, cores do caraças, ideias do caraças e tantas outras coisas do caraças. Já sei que não devemos voltar-nos a ver depois do fiasco de bilheteira que isto foi, mas fica o meu obrigado eterno por esta saga... do caraças!