domingo, novembro 13, 2011

Melhor Crítica - Nomeados TCN Blog Awards 2011



A Árvore da Vida, por Gonçalo Trindade, do blogue AnteCinema

"Foi feito para ser visto e, acima de tudo, sentido. Terrence Malick ergueu um filme absolutamente monumental, gigantesco, arrebatador em todos os seus aspectos, feito por um realizador no seu auge, em controlo absoluto do seu talento. O que aqui temos é um filme que transborda vida, sentimento e pura transcendência. A Árvore da Vida é, acima de tudo, uma experiência que tem tanto de espiritual quanto de sensatorial, único e incomparável. Não pode ser explicado, apenas visto, e para quem dele gostar será, certamente, algo de memorável. Não é um filme para todos, poderá desiludir até fãs do realizador, mas jamais poderia ser de outra forma num filme tão pessoal e, ao mesmo tempo, tão gigantesco. É por vezes incompreensível, frequentemente arrebatador, por vezes profundamente comovente, e todo ele transcendente. Como a vida, portanto."


Meia-Noite em Paris, por Pedro Ponte, do blogue AnteCinema

"A verdadeira mensagem do filme acaba por ser a desmistificação da noção romântica de que se nasceu depois do seu tempo, sentimento de que Allen partilha certamente. Mas hoje, aos 75 anos de idade, o mestre parece ter feito as pazes com o mundo e consigo próprio. A sua mensagem é simples e lindíssima: esta é a nossa época, e é a única em que existimos e existiremos. Quando, daqui a 100 anos, olharem para trás e a recordarem, não falarão de Hemingways e Picassos, mas falarão certamente de filmes que capturaram na perfeição o que significou viver no século XXI. Meia-Noite em Paris é um deles. E é fabuloso, como Paris."


Tron: Legacy, por Nuno Reis, do blogue Antestreia

"Este foi o filme porque esperei toda a minha vida. Consegui vê-lo em 3D com a sala vazia, som e imagem em condições. Esperava ser arrebatado e foi o que aconteceu. Queria fazer parte daquele mundo, como utilizador ou programa, isso não importa. Repetiram as frases certas do primeiro e melhoraram os gráficos para o infinito. A história é linear, mas nunca monótona e apesar de durar duas horas dá vontade de ver várias vezes seguidas. Pode não ser uma obra-prima e possivelmente as sequelas anunciadas vão vulgarizar o mito, mas volta a marcar uma posição na história do Cinema e farei todos os possíveis para não o esquecer. E vou sorrir sempre que veja a Encom a escrever numa shell Unix."


Videodrome, por João Palhares, no blogue Cine Resort

"Por quanto propõe, por quanto analisa, pelo que aborda, é um filme de ficção científica, que não desmerece (nada, nada) toda a herança do género, de Lovecraft a Dick, passando por Heinlen. Presente paralelo ou futuro possível, as consequências são palpáveis e podem-se discutir. É uma obra moderna, perfeitamente contemporânea, enquanto houverem filhos-da-puta neste mundo. Dos mais gloriosos filmes dos anos 80, dos melhores do seu realizador (é o meu preferido, hoje). Trepidante, alucinante (em Portugal chamaram-lhe mesmo Viagem Alucinante), arrepia o estômago, dilacera-o, e até nem o faz pelas imagens mais gráficas mas antes pelas mais sugestivas. É impossível, hoje, fazer um filme assim. Infelizmente."


Gigante, por Roberto Simões, do blogue CineRoad

"Tantos bens materiais para quê? Quando morremos, deixamos cá tudo e não levamos nada. A única coisa que podemos deixar é a saudade e a única coisa que podemos levar, espero, é a memória do amor que sentimos enquanto estivemos vivos. A quem deixará Jett Rink saudade? Que memória de amor levará consigo para a eternidade? Admite, finalmente, ter amado Leslie toda a vida, mas nunca consumou esse amor. Eis, pois, a mais importante lição de todas. Gigante acaba por constituir, dessa forma, uma clarividente elegia sobre a humanidade. Sinceramente, admira-me como uma obra com a monumentalidade de Gigante possa algum dia ser esquecida. Mas porque será, então, tão poucas vezes mencionada? Que glorioso pedaço de cinema. Um daqueles filmes de uma vida."


Assim é o Amor, por Jorge Rodrigues, do blogue Dial P for Popcorn

"Um filme que mais parece um espelho da nossa vida, que captura na perfeição o amor e a melancolia em todas as suas formas, que se atreve a abordar assuntos difíceis e o faz de forma poética, sonhadora e cativante, ao som puro e gentil da linda banda sonora de Palmer, Reitzell e Neill, "BEGINNERS" é um filme que vale a pena ver e rever - mais não seja pelo sentimento inconfundível de sair da sala de cinema após ter visto um filme completo, quase perfeito, que me mexe com as emoções, que me deixa quase em lágrimas e que me faz feliz por estar vivo e neste mundo imperfeito e imprevisível onde tudo é possível. Como apaixonar-me. Ele nunca desistiu, diz Anna na cena final do filme acerca de Hal. É isso mesmo que nunca devemos deixar de fazer. Não desistir de ser feliz."


José e Pilar, por Tiago Ramos, do blogue Split Screen.

"Se o mérito de vida cabe a José e Pilar, o mérito de quem a resolveu seguir com simplicidade única cabe a Miguel Gonçalves Mendes. Quando é questionado do porquê deste documentário diz «Foi tudo uma desculpa para conhecer Saramago». E é esta gana de querer conhecer mais que faz deste filme um dos melhores do ano. Um trabalho sensível, notável, cheio de humor e paixão. Não obstante os problemas de financiamento - mesmo que complementados pelo apoio de duas grandes produtoras internacionais (O2 e El Deseo) - o trabalho incansável de quem nunca desistiu vê-se agora recompensado. É provavelmente um dos melhores e mais comoventes filmes da década, um dos melhores portugueses. A beleza e inteligência frui na montagem de Cláudia Rita Oliveira e contribui para engrandecer esse sentimento de reconhecimento perante esta notável obra. «Eu tenho ideias para romances. Ela tem ideias para a vida. E eu não sei o que é mais importante» dizia Saramago. Pilar respondia «Eu acho que é a vida». E mesmo que este documentário não seja o mais importante do mundo, ele é tão grande como a vida."


Game of Thrones 1x01 - Winter is Coming, por Syrin, do blogue TVDependente

"Muito mais haveria por contar, por discutir, por analisar. Do primeiro vislumbre do Hound (Sandor McCann) à chegada de Benjen Stark (Joseph Mawle), membro da Night’s Watch, protectora da Muralha. Das palavras premonitórias de Ned às dúvidas de Catelyn. Dos olhares frios de Cersei à fêmea direwolf trespassada pelo veado. Da cena adicionada, que poderá condicionar uma das histórias principais numa direcção inesperada, à cena totalmente omitida entre as crianças Stark e Lannister, que poderá levantar algumas dificuldades no futuro, este primeiro episódio de “Game of Thrones” não foi, de forma alguma, perfeito, mas conseguiu certamente cativar os que o viram. Espera-se que, nos próximos, a exposição fique um pouco para trás e se consiga avançar, da melhor forma, com a história."

6 comentários:

Roberto Simões disse...

Pessoalmente, considero esta categoria das mais renhidas e das mais importantes. Sublinho pessoalmente, porque é o que mais faço no blogue, é do que mais gosto, críticas. Que se premeie ou reconheça a boa escrita que se faz nos nossos blogues. Gostei de ter sido nomeado - especialmente - nesta categoria. Não sei se mereço - que os meus colegas que aqui estão nomeados merecem, disso não tenho dúvidas. Falta aqui pelo menos uma crítica do Flávio Gonçalves, entre tantos outros, que têm o dom da palavra e que escrevem magistralmente.
Parabéns a todos.

Roberto Simões
» CINEROAD «

syrin disse...

Até entornei chá no teclado do mac quando vi esta nomeação. Já me disseram que o prémio para o vencedor é um cheque, por isso é bom que venha para mim, para poder comprar um portátil novo! ;D
Obrigada!

Nuno disse...

Será talvez a categoria mais difícil de nomear. Às custas desta vi que em 2011 tinha escrito mais de 160 no blog e só 50 eram de filmes estreados nesse ano. Ver o "TRON Legacy" como único filme pipoca da lista é fabuloso. Obrigado!

Tiago Ramos disse...

Bem... parece-me que me devo dedicar apenas a fazer coisas em redor do "José e Pilar". :P Muito obrigado a quem se lembrou e a quem votou. :)

Jorge Rodrigues disse...

Pese também achar que o Flávio Gonçalves merecia cá uma menção, tenho a dizer que venero e adoro toda a gente nesta categoria.

Sinto-me muito sortudo de poder fazer parte dela entre nomes gigantes da blogosfera como são estes. E ainda por cima entre críticas deste calibre.

Parabéns a todos! E obrigado a quem votou em mim!

Jorge Rodrigues

João Palhares disse...

Ena, obrigado. :) Apanhou-me um bocado de surpresa, não estava à espera.

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