sexta-feira, outubro 07, 2005
Silence of the Lambs (1991)
Um psicopata está a raptar e a assustar jovens mulheres por todo o oeste americano. Com o intuito de tentar perceber a mente do assassino, o FBI manda a agente Clarice Starling (Foster) entrevistar um prisioneiro demente que poderá fornecer informações psicológicas, bem como pistas para o comportamento do homicida. Este prisioneiro, o psiquiatra Hannibal Lecter (Hopkins), é um canibal assassino e extremamente inteligente, que só concordará em ajudar Starling se esta saciar a mórbida curiosidade de Lecter com detalhes da sua complicada vida. Esta relação deturpada obriga Starling não só a confrontar os seus próprios demónios, mas também a encarar, face a face, um louco e horrendo homicida, uma tão poderosa encarnação do mal que ela poderá não ter a coragem ou força suficiente para o travar.
"O Silêncio dos Inocentes", apesar de ter sido o primeiro filme de terror a ser premiado com o Óscar de Melhor Filme e ser um dos filmes do género mais bem amados pelo mundo fora, está longe de, quanto a mim, ser uma obra de arte. Não devido à sua maravilhosa realização, com pormenores sucolentos de Demme, até então pouco conhecido no meio, nem derivado às maravilhosas interpretações, que tão justamente premiaram mais tarde Hopkins e Foster. Não pelos maravilhosos "one-liners" e momentos simbólicos do filme, e muito menos pela arrepiante "encarnação" de Ted Levine como Bufallo Bill. Porquê então?
Pura e simplesmente devido à história principal do seu argumento, que, a meu ver, foi pouco explorada pelos guionistas do filme, apesar de, tal como referi anteriormente, ter sido aproveitada ao máximo, com momentos fantásticos (as cenas de visão nocturna já no final são delirantes) pelo realizador, que justamente ganhou também o óscar de Melhor Realizador. Aliás, repito, Foster, Hopkins e Demme transformaram este filme num delicioso (se é que se pode usar esta palavra relativamente a um filme de canibais) entusiasmo. Mas, com um argumento mais trabalhado em termos de assasíno e não tanto em Hannibal Lecter, "Silence of the Lambs" poderia ter sido muito melhor. Muito mesmo.
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1 comentário:
Mas creio que o mais fascinante deste filme é exactamente o facto de se ter centrado na persona do Hannibal e da sua mente inteligente, mas doentia. Outro trunfo é o subtexto de Jodie Foster, a mulher a tentar vencer os seus traumas num universo de demência e eminentemente masculino. É exactamente isso que distingue esta obra de arte de outros thrillers anódinos, que não têm grande desenvolvimento de personagens nem metade da intensidade e confronto psicológico que vemos aqui. Este guião é, quanto a mim, perfeito; a realização é soberba e os desempenhos são assombrosos. Filmes deste género, com esta qualidade são muito raros... Continua a inquietar, mesmo tendo passado todos estes anos...
Abraço
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