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domingo, março 16, 2025

The Man Who Killed Hitler and Then the Bigfoot (2018)

Bonito filme sobre a velhice, a solidão, os arrependimentos e as memórias do passado que nos condicionam o presente, perdido num título pateta e numa premissa que levou meio mundo ao engano e ao desespero perante o que afinal estava aqui. Uma mistura de géneros e de ideias que mantêm-se coesos em torno da classe e do talento desse grande actor que é o Sam Elliott, estatelando-se apenas naqueles dez minutos dedicados à caça do Bigfoot. É uma história sobre dar significado a uma vida passada que quase ninguém que o rodeia conhece, (sobre)viver das memórias - representadas por uma caixa de conteúdo misterioso -, aguentar mais um dia. Mais um dia vazio como tantos outros, sozinho no mundo. E pensava eu que isto ia ser um grindhouse de segunda cheio de sangue!

sábado, fevereiro 22, 2025

Parallel (2018)

"Coherence" para atrasados mentais, de um mexicano que até costuma entrar no quadro de honra em escolas sci-fi com pedigree. Usar universos paralelos para desenvolver mais rápido aplicações de smartphones para estacionar carros entra no ranking das respostas mais estúpidas à eterna pergunta do "o que farias se te saísse o Euromilhões". Tudo muito clean, low cost, teatral, sem a sujidade cinéfila dos seus antecessores.

domingo, fevereiro 16, 2025

Red Sparrow (2018)

Os piores sotaques russos desde "As Aventuras do Rocky & Bullwinkle", num misto de thriller pateta da Netflix com marotice Verhoeveniana na pele - e no corpinho - da Jennifer Lawrence. Ninguém lhe pode acusar de não andar a dar o corpo ao manifesto em quase tudo o que saiu no cinema depois do escândalo de pirataria que abriu-lhe a galeria de fotos e vídeos do seu telemóvel ao mundo. Perdido por cem, perdido por mil. Joel Edgerton como espião da CIA - ao menos não foi a Melissa McCarthy -, num filme excessivamente longo, mas eficaz na sua resolução.

quinta-feira, março 28, 2024

Black Water (2018)

Van Damme e Dolph Lundgren num submarino, trinta mil léguas debaixo de água. Só de escrever fiquei de tenda armada. Um implante de cabelo na Turquia para o Jean-Claude e uns óculos de leitura para o Ivan Drago, que a idade não perdoa. Alimentação por via rectal como um dos modos de tortura. Sem problema, Van Damme tem uma tolerância ilimitada à dor, quanto mais ao prazer. Salas de interrogatório com paredes direitas de tijolo/pladur e ângulos de noventa graus - porque todos sabemos que é um mito a questão da falta de espaço em apertados submarinos cilíndricos. Conspirações dentro da CIA, rebelião dos reclusos fantasma, tiroteios num submarino - como mandam as regras -, Lundgren ao comando nas piadas durante uns cinco minutos e uma jeitosa underground (Jasmine Waltz) para aliviar a tensão alta de todos os envolvidos. Vida esta.

sexta-feira, janeiro 12, 2024

The Favourite (2018)

É provavelmente o Lanthimos mais acessível e, por isso mesmo, o mais equilibrado e sensato dentro da sua loucura, da sua ousadia, do seu surrealismo, da sua estranha energia. Sempre a saltitar entre comédia negra e tragédia absurdista, eis um drama de época que de época tem apenas a arte visual e cénica, uma fotografia e cinematografia irrepreensível que quase sempre numa angular estranha - qual observador externo através daqueles olhos mágicos das portas - permite-nos entrar de forma cativante no jogo de xadrez entre duas mulheres que recusam render-se a uma vida banal. Papelões de Colman, Stone e Weisz, qual delas a de maior destaque, entre diálogos inesperados - a Rainha que gosta de uma língua feminina dentro dela - e acções controversas - a masturbação assistida de palma mas sem alma. O terceiro acto parece-me não conseguir acompanhar a mestria dos dois primeiros e aquele final, ambíguo, longo e vazio, entre massagens de pernas e imagens de coelhos, revela-se uma desilusão para um filme até então tão focado, divertido e objectivo.

domingo, junho 18, 2023

The Mule (2018)

Eu não consigo perceber Clint Eastwood. Longe da tela e da cadeira de realizador, em cada entrevista, em cada momento público, um saloio republicano que, por exemplo, apoiou Trump nas suas duas campanhas presidenciais, sem pudor de defender muitas das suas ideias polémicas relativas ao controlo fronteiriço com o México. Mas, quando pega na câmera, quando cria uma personagem à sua frente, eis que todas as sensações em torno das suas histórias parecem querer defender, ideologicamente, o exacto oposto. Chamem-lhe melodrama ou thriller reflexivo, "Correio de Droga" revela-se uma meditação conflituosa, carinhosa e a momentos até divertida sobre o choque entre diferentes culturas e gerações e o fiasco do sonho americano. O resto? O resto é aproveitar enquanto o homem anda por cá, amigos.

domingo, maio 21, 2023

Crazy Rich Asians (2018)

Uma vez por ano lá dou uma oportunidade a uma romcom qualquer, seja enclausurado numa viagem de avião ou num serão de redenção com a cara metade depois de uma noitada embriagada de poker com os amigos. O grave é que raramente fico desiludido com o que vejo. Serei eu um romântico incurável em negação? "Crazy Rich Asians" cumpre em toda a linha: elenco competente, paixonetas à primeira vista - Constance Wu, que mimuuu -, química a rodos, personagens para todos os gostos, duas ou três cenas para rir a bom rir e uma pitada de drama nos olhos assassinos de Michelle Yeoh. Dinâmicas familiares asiáticas representadas com respeito em Hollywood, sets extravagantes, ritmo irrepreensível e um jogo de Mahjong para terminar em beleza. Deixem-me em paz, sou feliz assim.

sexta-feira, novembro 04, 2022

Psychokinesis (2018)

O realizador é o mesmo do que o do clássico "Train to Busan" - e da sua sequela -, mas a fórmula e o tom mudam radicalmente. Super poderes com super trapalhadas, num filme onde todos, à excepção da filha que luta pela sobrevivência do seu restaurante, esforçam-se ao máximo para serem o mais parvinhos possíveis. No meio das interpretações dignas de uma qualquer telenovela sul coreana de inspiração mexicana, perde-se a força e o impacto de efeitos especiais competentes que metem quase tudo o que é preciso a flutuar com credibilidade. Boa decisão na escolha modesta de objectivos - já estou farto de malta a salvar o mundo - e muito mérito a uma vilã empresarial que merecia muito mais tempo de ecrã do que uma simples - mas poderosa - cena. Mas não, ainda ficava tudo muito sério e nada como aquela bandidagem toda meio atrasadita para animar esta malta de olhos em bico. Resumidamente, "Hancock" coreano sem estaladões em palco.

sábado, agosto 20, 2022

The Predator (2018)

Não percebo o ódio, confesso. Um Predador muito sensato incapaz de fazer mal a uma Olivia Munn nua, Holbrook com carisma suficiente para encher cada cena que entra e uma dinâmica narrativa que a certa altura mais parece uma sequela do "Con Air" do que do "Predador". O que é bom. Shane Black a ser Shane Black sempre que pode - a diferença entre cinco negros e uma anedota é que a tua mãe não aguenta com uma anedota -, muito mais sorrisos do que em qualquer outro capítulo da saga, acção convincente q.b. para o universo em questão e um, perdão, dois Predadores palpáveis em fatos de borracha, sem grandes abusos catastróficos de CGI. De resto, química entre os bandidões e expectativas baixíssimas acabaram por tornar a compra muito melhor do que a encomenda, fazendo-me até ignorar quase por completo a pergunta que mais vezes me surgiu durante o transporte para entrega: porque raio é que uma criatura tão evoluída tecnologicamente é uma verdadeira idiota incompetente quando se trata de caçar "simples" humanos. Who cares, right?

domingo, fevereiro 20, 2022

Até Que o Porno Nos Separe (2018)

"Ser mãe é um amor que nunca se esgota", grita Eulália Almeida directamente do fundo do seu coração e da sua alma durante os créditos finais. E é nesta esfera maternal de alguém disposto a aceitar "escancarar o seu armário" para deixar o amor derrubar qualquer preconceito - seu mas também dos que a rodeiam - que o documentário de Jorge Pelicano ganha uma camada emocional absolutamente prodigiosa e rara, que nos confronta com os nossos próprios pecados enquanto filhos, sejam eles de que natureza forem. A solidão, o abandono, a vida que nos leva para uma distância física que inevitavelmente se transforma num sentimento de ausência e ingratidão, sempre com os planos certos - os crucifixos na casa e no palco, o marido rezingão sem cara, a luz do computador que se apaga - e os silêncios nos momentos perfeitos. Falta o mesmo impacto desta vida que se esgota num desespero angustiante na perspectiva que nos é oferecida de Sydney no segundo acto do documentário - o foco está mais centrado na homossexualidade e na sua profissão do que, como creio que devia, nos seus defeitos enquanto filho -, mas ainda assim "Até Que o Porno Nos Separe" revela-se uma obra singular e excêntrica num género - o documental - que adora factos e evidências e que, por isso mesmo, raramente consegue colocar algo tão espiritual e platónico como objecto final da sua arte.

segunda-feira, dezembro 13, 2021

Venom (2018)

Tão melhor que tanta Marvelzada que sai às paletes todos os anos, sempre a revirar a mesma fórmula, tentando ter piada quando, na verdade, se leva demasiado a sério. E, ainda assim, tão longe do que poderia ter sido. A dinâmica interna entre Eddie e Venom é irresistível, qual herói e anti-herói unidos num só corpo, humor negro leve mas cativante e show de Tom Hardy num registo mais descontraído do que o habitual. Tudo o resto é esquecível, da aborrecida Michelle Williams - quatro nomeações a óscares, zero empenho que não a levantar o cheque - ao pouco convincente Elon Musk diabólico de Riz Ahmed, num superhero buddy movie que banaliza-se como tantos outros na parte do superhero, mas que destaca-se na forma criativa e farrista com que aborda o buddy factor. Contas feitas, e mesmo tendo em conta todo o potencial ultra-violento e visceral desperdiçado de uma personagem como o Venon, possivelmente o melhor filme de Ruben Fleischer desde "Zombieland".

sábado, novembro 13, 2021

Seuwingkizeu (2018)

Bipolaridade: perturbação de humor caracterizada por alternância entre estados depressivos e estados de excitação eufórica. Ou, num putativo dicionário cinéfilo: "Swing Kids". Ora num mood quase pateta similar ao de um qualquer "Kung-Fu-Zão", ora inesperadamente cruel e sombrio qual "Lista de Schindler", eis uma forma nada convencional de juntar humor e tragédia, com uma mão-cheia de actores claramente escolhidos pelo seu talento e know-how em sapateado e não pelos seus dotes de representação, numa narrativa que mistura personagens a falar duas línguas tão diferentes (coreano e inglês), mas onde tudo é entendido independentemente do idioma usado por várias personagens sempre que assim dá jeito. Campos de concentração coreanos nos anos cinquenta, verdadeiras tocas de poliglotas comunistas e anti-comunistas. Fora de brincadeiras, a história verídica tem, obviamente, interesse e carácter histórico relevante, mas tal é o desfasamento e inconsistência entre tons que raramente nos cativa ou emociona. Nem no pós-créditos, onde em vez de usarem registos fotográficos de então, metem retratos a preto-e-branco dos bastidores das filmagens. PS: Agora que falei nisso, era mesmo engraçado haver um dicionário cinéfilo em que cada termo era associado a um filme específico.

terça-feira, novembro 09, 2021

The Lie (2018)

Baseado numa história verídica. Não, estou a brincar, ninguém seria tão burro e pateta ao ponto de deixar os pais que ama e respeita entrarem numa espiral de loucura e decisões criminosas só para deixar a amiga ir descansada agitar o néctar ao namorado durante uns dias. Sim, estraguei-vos o filme com um mega spoiler do twist decisivo que, surpresa, até está escarrapachado no título do filme. Não chorem, não vale a pena. Mesmo que seja triste que uma realização segura e cuidada de Veena Sud e um par de interpretações fenomenais - e não uso o termo de forma leviana - de Sarsgaard e Mireille Enos enquanto pais destroçados e perdidos por um erro inimaginável da filha sejam desaproveitados de forma tão leviana por uma ideia de reviravolta que não convence nem no papel, quanto mais no ecrã. Blumhouse, go home, you're drunk.

sexta-feira, setembro 03, 2021

Upgrade (2018)

Vingança sci-fi com baixo orçamento mas resultado, tanto visual quanto narrativo, estrondoso. Atmosfera futurística credível, conceito sombrio, sets simples, modernos e eficazes e Logan Marshall-Green, uma vez mais, a brilhar numa batalha consigo próprio. No fundo, o cozinheiro Leigh Whannell atirou "Black Mirror", "Robocop" e "Death Wish" para a liquidificadora, juntou uma pitada de coreografias de acção de excelência, meia colher de humor negro e sangue e serviu um daqueles cocktails baratuchos de praia que sabem melhor na praia do que qualquer garrafa de tinto caríssima. 01010000 01010011 00111010 00100000 01000110 01110101 01101001 00100000 01101111 01100010 01110010 01101001 01100111 01100001 01100100 01101111 00100000 01110000 01100101 01101100 01101111 00100000 01010011 01110100 01100101 01101101 00100000 01100001 00100000 01100100 01101001 01111010 01100101 01110010 00100000 01100010 01100101 01101101 00101110 00001010.

segunda-feira, agosto 02, 2021

Diamantino (2018)

Que hype aparvalhado. Um bom arranque e tantas boas ideias - o futebol como ópio do povo, os contornos políticos nacionais e europeus, a crise de refugiados - desperdiçadas numa fábula idiota com pouco cérebro - tal como a sua personagem Ronaldesca - e uma colecção de sotaques extremamente forçados - overacting constante -, qual anedota madeirense contada por um micaelense que só quem não conhecer de perto conseguirá suportar. Tenta ser comédia, tenta ser sátira, tenta ser provocador, acaba por ser apenas absurdo e espalhar-se ao comprido entre espasmos criativos visuais e um pai adoptivo que acaba na cama com o filho(a). Que apoquentação atoleimada, de gama na boca e blica à mostra no final.

sábado, junho 12, 2021

Peppermint (2018)

"E se eu fizesse parecido com o que fiz com o "Taken", mas com uma mãe em busca de vingança?", pensou o francês Pierre Morel certa noite enquanto revia Garner infiltrada na SD-6. Realização estilizada, sequências de acção aprimoradas, muito coração - pudera, marido e filha vão desta para melhor logo no arranque - e uma actriz que prova ter muito mais para dar do que aquilo que regularmente oferece nos caminhos (mais) confortáveis das comédias românticas/familiares. "Peppermint" é tudo o que se espera de um revenge movie à Morel - até nos seus defeitos, que são vários, da transformação animalesca da mãe enlutada às reviravoltas vilanescas. "Confort food", como dizem os bifes.

segunda-feira, maio 03, 2021

Creed II (2018)

Faltou Stallone na cadeira do realizador, faltou alma no treino - não vamos sequer falar da banda sonora que troca os clássicos de sempre de Bill Conti pelos hip hops da moda -, chama no ringue e um coração muito mais intimista fora de quatro paredes a um filme que tinha todos os ingredientes míticos da saga para funcionar, do legado Creed à família Drago - pai, mãe e filho. O pacote completo acaba ainda assim por nos entreter e (quase) conquistar (nem que seja porque queríamos mesmo muito gostar disto), mérito maior das relações familiares/sentimentais de Adonis - tanto Jordan como Thompson convencem naquele papel muito frágil de pais cujo mundo desaba de um dia para o outro - do que propriamente do confronto entre Creed Jr. e um tronco germano-romeno que arranjaram para enterrar a carreira para a posteridade, tal era o peso que tinha nos ombros. Stallone, ainda te amamos; nem pensar continuar isto sem a tua presença.

domingo, abril 04, 2021

Nefta Football Club (2018)

Um burro treinado para fazer entregas de cocaína na fronteira entre a Argélia e a Tunísia. Isto, claro, se os headsets tiverem postos no bicho a tocar "Someone Like You" da Adele em repeat infinito. Um dos traficantes que pensou que era para meter no leitor de mp3 Handel e não Adele. Erro inocente, ele nem sabe que cantor é o Pavlov que o outro fala. Burro desorientado, dois irmãos que discutem quem é melhor - Messi ou Mahrez -, uma pausa para xixi e um sacalhão de "sabão em pó" para levar para casa. O uso certo para tanto pó; Maradona seria imparável naquelas quatro linhas. Quinze minutos - um intervalo de um jogo de futebol - que passam a voar, com inteligência, humor e aquele afago caloroso que só a inocência de uma criança consegue propagar ao mais gélido coração adulto.

quarta-feira, março 03, 2021

The Commuter (2018)

Reza a lenda na Catalunha que um dia o Tony Scott e o Renny Harlin passaram de mãos dadas as grades de protecção das obras na Sagrada Família. Entraram no monumento de Gaudi e, por magia, debaixo daqueles tectos hipnóticos, transformaram-se num só homem: Jaume Collet-Serra. Melhor viagem do casal Serra/Neeson, que descarrila - literalmente e figurativamente - apenas bem perto do fim com uma série de decisões narrativas inconsistentes e falta de noção no capítulo do espectáculo visual. Fora isso, thriller mais do que competente, filmado com mestria num espaço confinado - a forma como a câmera segue os protagonistas e ultrapassa barreiras - e com uma sequência inicial de fazer inveja a muito realizador artsy fancy. "Wall Street, on behalf of the American middle class, go fuck yourself" e o Sam Neill com uma bela barba. Por mim está comprado.

sábado, outubro 03, 2020

10x10 (2018)

Thriller psicológico de premissa enigmática, dois actores (Luke Evans e Kelly Reilly) experientes que não vacilam na forma como dão corpo e substância propositadamente ambígua às suas personagens e... ficamos por aqui. A jovem estreante na realização Suzi Ewing não teve mãozinhas para não encher a história com um sem número de momentos patetas que matam toda a tensão ao longo do filme, culminando essa inexperiência com um final tão frustrante como desnecessário. Boas ideias, execução trapalhona, uma casa que podia ser ela mesmo uma personagem mas que acaba por tornar-se num mero espaço decorativo. Ai Kelly, que saudades do "Eden Lake".