quarta-feira, fevereiro 28, 2007

7 Blogues, 6 Estreias, 5 Estrelas? Fevereiro 2007


A explicação para as minhas cinco estrelas a "Rocky Balboa" está dada na crítica. Não premeiam o filme em si, mas a distintiva e heróica saga. Em Março, teremos novamente ao nosso dispôr um leque considerável de afáveis estreias cinematográficas. De "El Labirinto del Fauno" a "Dreamgirls", passando por "Notes on a Scandal" e "The Good German", o meu destaque vai mesmo para o último de Darren Aronofsky, "The Fountain", que tardou mas finalmente chega a Portugal no próximo dia 15. "The Last Kiss", com Zach Braff, passará também ele certamente pelo Cinema Notebook.

terça-feira, fevereiro 27, 2007

Se tivesse sido assim...(VIII)

segunda-feira, fevereiro 26, 2007

Saciado e Satisfeito por...


Alan Arkin e Martin Scorsese. A maior surpresa da noite, acaba mesmo por ser... a careca de Jack Nicholson. Rapidamente explicada pelo seu próximo projecto, em que interpretará o papel de um personagem com cancro em estado terminal, juntamente com Morgan Freeman. E provavelmente, lá o veremos na próxima edição dos Óscares da Academia, mas desta vez a receber em vez de entregar.

domingo, fevereiro 25, 2007

Apocalypse Now (1979)

"I've seen horrors... horrors that you've seen. But you have no right to call me a murderer. You have a right to kill me. You have a right to do that... but you have no right to judge me. It's impossible for words to describe what is necessary to those who do not know what horror means. Horror. Horror has a face... and you must make a friend of horror. Horror and moral terror are your friends. If they are not then they are enemies to be feared. They are truly enemies. (...) You have to have men who are moral... and at the same time who are able to utilize their primordial instincts to kill without feeling... without passion... without judgment... without judgment. Because it's judgment that defeats us."

Apocalypse Now é ainda o maior espectáculo sobre a monstruosidade jamais feito. É Ópera e Shakespere ao mesmo tempo. Não é um filme sobre o Vietname, é o Vietname ele próprio. É um filme de culto que acarreta consigo uma forte ressonância da cultura pop americana. Porque o horror e a selvajaria não se limitam ao pantâno mas à própria nação do criador. É a beleza e a perversidade, é o surrealismo e a autenticidade. É a insanidade de uma guerra espelhada na loucura de um homem. É o transformar de Willard (Sheen) em Kurtz (Brando), de homem são até à imagem da própria presa. É o grito de um utopista e de uma era. É o reduzir de todas as restantes obras sobre o Vietname a simples bagatelas. É, por fim, a pura expressão de um génio que voltará este ano com "Youth Without Youth".

Baywatch: Hawaiian Wedding (2003)

“Baywatch: Hawaiian Wedding” em quarenta segundos: Mitch Buchannon afinal não morreu na décima temporada ao contrário do que se pensava. Estava sim a recuperar de uma amnésia em Los Angeles. Recuperado, volta para o Havai para casar (mais uma vez!). A sua noiva Allison é igualzinha a Stephanie, o seu antigo amor. Mal sabe ele que foi tudo resultado de uma plástica, patrocinada pelo seu rival asiático da segunda temporada Mason Sato, que agora procura vingança. CJ (Pamela Anderson) tem o seu próprio bar e passa a vida no yoga, Caroline (Yasmine Bleeth) é actriz de telenovelas, Lani (Carmen Electra) aparece para mostrar o rabo e apêndices mamários e Neely (Gena Lee Nolin) continua a mesma víbora de sempre.

Apenas quatro ou cinco ilações rápidas sobre “Baywatch: Hawaiian Wedding”: o tema de introdução (“I'm Always Here” de Jimi Jamison) provoca um ligeiro arrepiozito a todos os antigos aficionados da série, um Hiroyuki Tagawa eficaz como vilão - aliás, como já é costume -, e um visual cuidado das beldades que provoca aquela sensação de “Sou homem, este filme é brutal. Sou cinéfilo, este filme não vale um mamilo.”. Para ver com os colegas das noitadas, com uma cervejola na mão e um baralho de cartas na outra. De resto, só recomendável a admiradores extremistas de “Marés Vivas”. Ou de Pamela Anderson. Ou de Stacy Kamano. E por aí adiante.

sábado, fevereiro 24, 2007

Especial Óscares: Vencedores Inesperados dos últimos 15 anos

O envelope com o nome que ninguém esperava. A surpresa e o choque dos vencedores. A desilusão dos favoritos. Em suma, aqueles momentos que inesperadamente marcaram a vida e a carreira dos "underdogs", que pensavam ter na própria nomeação a sua maior e única vitória. Como é óbvio, em quinze anos, foram mais do que cinco os sucessos inesperados. Marisa Tomei, Chicago ou Benigni são alguns dos casos que bem poderiam constar nesta lista. De qualquer das formas, e numa vertente pessoal, eis os Cinco Vencedores mais Inesperados dos últimos quinze anos.

Quinto Lugar: Crash como Melhor Filme em 2006, deixando para trás os favoritos Brokeback Moutain e Munich.

Quarto Lugar: Shakespere in Love como Melhor Filme em 1999, batendo na corrida fina, filmes como Saving Private Ryan, The Thin Red Line e La Vita è Bella.

Terceiro Lugar: Jim Broadbent como Melhor Actor Secundário em 2002. Os restantes nomeados eram apenas e só Ian McKellen, Ben Kingsley, Ethan Hawke e Jon Voight.

Segundo Lugar: Jessica Lange como Melhor Actriz Principal em 1995, "eliminando" Susan Surandon, Jodie Foster e Wynona Rider.

Primeiro Lugar: Cuba Gooding Jr. como Melhor Actor Secundário em 1997. Os "outros" eram apenas William H. Macy, James Woods e Edward Norton.

sexta-feira, fevereiro 23, 2007

Alternativa Credível (esperamos nós!)

Fartos dos comentários televisivos absurdos, vulgares e inoportunos com que fomos presenteados durante os últimos anos nas transmissões dos Óscares da Academia, na TVI? Este ano, parece que temos uma alternativa "áudio" para seguir em directo a cerimónia. Ou seja "olhos na televisão, ouvidos na internet". Este especial é-nos trazido pelo site A Plataforma e na mesa redonda de comentadores, estará a nossa colega inesgens, do Elite Criativa. Esperemos que corra tudo bem e que seja uma experiência a repetir nos próximos anos. E por tudo o que é mais sagrado, não convidem a menina do AXN para a vossa tertúlia!

Nota de Erro: Afinal, o acompanhamento não é em formato auditivo. A explicação para tamanha gralha da minha parte está exposta nos comentários. As minhas desculpas a todos os leitores.

quinta-feira, fevereiro 22, 2007

O Jóquer Endiabrado

Esta noite, pouco depois da meia-noite, a 2: apresenta um documentário sobre a vida e a carreira de um dos mais emblemáticos e fabulosos actores de Hollywood, que marcou e ainda marca gerações de cineastas e cinéfilos. Premiado por diversas vezes e aclamado pela maioria, ele é Jack Nicholson, o adepto fánatico dos Lakers e um dos mais marcantes e polémicos representantes do cinema americano.

Especial: Previsões para os Óscares


Deixem também as vossas previsões e preferências para discussão cinéfila e para conferirmos daqui a uns dias quem acertou em cheio nas estatuetas principais. O meu obrigado a todos os blogues que aceitaram colaborar neste desafio lançado pelo Cinema Notebook.

Nota de Redacção: Esta tabela demonstra as previsões de cada um dos blogues convidados e não as suas preferências.

quarta-feira, fevereiro 21, 2007

Twix Blogritos para Realizadores de Sofá

Cria a continuação do anúncio de TV dos 3 personagens a andar na rua… o que lhes acontecerá? Faz o teu filme, coloca-o no YouTube® e submete o teu post com o video (em embed) para a categoria Gritos II (caso não possuas câmara podes sempre descrever a tua ideia). Os cinco primeiros classificados recebem uma PSP™ (PlayStation® Portable)! E todas as partipações válidas receberão ainda uma t-shirt Twix. Participações abertas de 17 de Fevereiro a 16 de Março.

Mais em http://blogritos.twix.pt/

terça-feira, fevereiro 20, 2007

Bob Kennedy: L'homme qui voulait changer l'Amérique (2003)

Passou esta noite na 2:, um documentário interessante e realista sobre uma das figuras mais importantes e ilustres da política americana do século XX. Tudo começa durante o mandato presidencial de John F. Kennedy, o seu irmão, quando este apresenta a sua visão para o futuro ("The New Frontier", como ele lhe chamava). Contudo, passado alguns anos, John Kennedy morre assassinado e, mais do que trabalho feito, deixa sim um longo projecto pela frente. E é ai que entra Bob Kennedy como símbolo da esperança de uma nação, nos cinco anos que se seguem, até à sua própria e violenta morte em 1968.

"There are those who look at things the way they are, and ask why... I dream of things that never were, and ask why not?". Parafraseando a informação disposta no site da RTP, - não vá cometer alguma imbecilidade histórica - "por detrás das suas maneiras abruptas e aparência dura, estava um homem com princípios e profundas convicções. A própria presidência de JFK não pode ser avaliada sem ter em conta a profunda influência de Bob, particularmente desde o fiasco da Baía dos Porcos. Ele não era apenas a pessoa que administrava alguns dos serviços secretos do Estado, como a CIA, mas também era o principal conselheiro de JFK, na política internacional e mais tarde, nos assuntos do país. "

O Documentário de Patrick Jeudy, narrado por um tranquilo e sereno Jean-Pierre Kalfon, ganhou o galardão para Melhor Documentário no internacionalmente desconhecido Festival de Cinema de Avignon. Com um trabalho de montagem interessante, e um processo criativo que mistura o preto e branco com o tímido brilho de algumas imagens, "Bob Kennedy, O Homem que Queria Mudar a América" é uma interessante obra retroactiva que nos conta em pouco menos de uma hora a essência política de uma vida manchada e perseguida pela tragédia. Um bom prelúdio para uma visita a "Bobby", que estreou este mês nas nossas salas de cinema.

segunda-feira, fevereiro 19, 2007

Boato do Dia

Relative Strangers (2006)

Richard Clayton (Ron Livingstone, “Office Space”) é um daqueles trintões a quem a vida dificilmente poderia correr melhor. Com um galopante sucesso profissional, que inclui um best-seller sobre psiquiatria, uma noiva escaldante (Neve Campbell) e uns pais financeiramente generosos (apesar de ideologicamente adversos), parecia que nada puderia acontecer que colocasse em causa o seu equilíbrio emocional, bem como o seu casamento com Ellen. Mas tudo muda quando, a poucos dias do seu casamento, este descobre que os seus pais biológicos não são verdadeiramente aqueles a quem ele sempre se habituou. Perante a descoberta de que foi adoptado, recorre a um detective para encontrar a sua família biológica, mas quando finalmente encontra Frank e Agnes Menure (Danny De Vito e Kathy Bates), a desilusão não podia ser maior: o casal Manure (estrume, em inglês) é um tanto ou quanto grosseiro e, sem querer, não pára de o chocar com os seus comportamentos muito pouco ortodoxos.

Conclusão primordial de “Socorro, Conheci os Meus Pais”: comediantes de luxo não são suficientes para termos como resultado uma boa comédia. Além disso, a história de “Relative Strangers” já foi contada e recontada mil e uma vezes, e não existe a minima tentativa de inovar ou melhor, renovar, o conceito cómico-dramático. Um Danny de Vito, mesmo que longe dos tempos áureos, não é suficiente para combater a previsibilidade de todos os momentos de transição do argumento. É pura maluqueira complacente não acompanhada por um delicado tratamento cerebral de cada uma das personagens. E o final pateta a misturar cliché burlesco atrás de cliché burlesco é a maior prova de todo um filme que começa bem mas rapidamente entra num caminho sem retorno: o da truanice.

domingo, fevereiro 18, 2007

Steven Seagal em Saldos

Nico (Above the Law), Out for Justice, Under Siege, Under Siege 2, The Glimmer Man, Executive Decision, Fire Down Below e Exit Wounds. Oito filmes a onze euros, já com portes incluídos. Desconto de 92% sobre o preço de lançamento. Eu ainda acho a colecção um pouco sobrevalorizada (se fossem 5 euros, era homem para mandar vir isto), mas fica a informação para quem quiser rechear a prateleira com este ícone das madrugadas de cinema da TVI! E visualmente, o "pack" até tem bom aspecto. Clique na imagem para aceder à promoção.

sábado, fevereiro 17, 2007

Citaçao da Semana (XI) - Peter Stormare

Peter StormarePeter Stormare é um nome certamente desconhecido para muitos. Já da sua cara, não poderemos dizer o mesmo e quem não a reconhecer, não é cinéfilo que se preze. Nascido na Suécia, descoberto para o cinema por Ingmar Bergman e escritor e músico além de actor, Stormare é um daqueles artistas infelizmente destinado - mas não limitado - para uma personagem tipo: a de vilão. Em Prison Break, uma das séries televisivas de maior sucesso nos últimos tempos, e que actualmente passa em Portugal na RTP1 e na FOX, é John Abruzzi, um mafioso enclausurado numa prisão de alta segurança. A sua presença, como de costume, é excêntrica e singular. Apenas mais uma prova da sua qualidade representativa, num actor que já foi Francês (Chocolat), Alemão (The Big Lebowski), Italiano (Prison Break), Russo (Bad Boys II) e Sueco (Minority Report). Considera Gary Oldman o melhor na sua profissão (apesar de nunca ter trabalhado com ele), e sobre a sua sina enquanto actor uma vez disse:

"I was a foreigner, and I knew that most of the parts I would be offered would be foreigners. I knew I could not compete with Bruce Willis, Tom Cruise and Nicolas Cage, and so I did not fight it. I saw the path I was destined to walk and decided to do the parts that would be offered to me as well as I possibly could."

Nota de Redacção: Por não conseguir aceder ao Blogger através do seu site, este artigo foi publicado através do Zoundry Blog Writer. Espero, portanto, que qualquer inconsistência com o formato usual do Cinema Notebook seja perdoada. É o que dá esta Vodafone Box não gostar do Google. E eu sem saber porquê. Não faz mal, que amanha estou de volta à base.

sexta-feira, fevereiro 16, 2007

quinta-feira, fevereiro 15, 2007

O Homem das Mil Vozes


De seu nome Melvine Jerome Blank. Mais conhecido como Mel Blanc. Ou como Bugs Bunny, Daffy Duck, Sylvester, Tweety, Speedy Gonzalez, Woody Woodpecker, Barney Flinstone, Porky Pig entre muitos outros. Um mestre e especialista vocal, que ao sair de um coma prolongado devido a acidente de viação, proferiu as seguintes primeiras palavras em semanas, para com o médico e com a voz de Bugs Bunny: "What's up, Doc?". Um sentido de humor e de boa disposição maiores do que a própria vida. O Homem que pediu que após a sua morte, colocassem na sua pedra tumular "That's All Folks!". Ele é "A voz eterna".

quarta-feira, fevereiro 14, 2007

Equação Matemática de Propriedades Inversas

Em 2001, Cérebro / Apêndices Mamários = 1
Em 2005, Cérebro / Apêndices Mamários = 0,00201

terça-feira, fevereiro 13, 2007

Rocky Balboa (2006)

“Let me tell you something you already know. The world ain't all sunshine and rainbows. It is a very mean and nasty place and it will beat you to your knees and keep you there permanently if you let it. You, me, or nobody is gonna hit as hard as life. But it ain't how hard you hit; it's about how hard you can get hit, and keep moving forward. How much you can take, and keep moving forward. That's how winning is done. Now, if you know what you're worth, then go out and get what you're worth. But you gotta be willing to take the hit, and not pointing fingers saying you ain't where you are because of him, or her, or anybody. Cowards do that and that ain't you. You're better than that!”

Vamos começar por deixar algo bem claro: “Rocky Balboa” é o melhor filme da saga desde a obra original, - que levou o Óscar para casa - e arrecada, com larga distância para qualquer outro, o estatuto de fita cinematográfica de Stallone com maior sensibilidade e coração. E este parágrafo de introdução é o esbanjar de uma vida. A vida de Stallone, a vida de Rocky. Porque um e outro são indissociáveis. Porque o inglês arranhado de Balboa não impede que aquele coração mole amanteigue também o nosso. Porque a pressão exterior do meio e da indústria não obstruiu Stallone de voltar a executar uma obra como nos velhos tempos, cheia de paixão e inocência. “Rocky Balboa” não é um filme de boxe, é sim um impulso auto-retratista, de um repentismo entusiasmante, instigado pela solidão, e que vem, de certa forma, pedir “desculpa” por todas as sequelas que apesar de cativantes, arruinaram por demasiadas vezes o próprio espiríto e lema de Rocky.

Cinematograficamente, “Rocky Balboa” tende para a mediania. Usa e abusa do formato “Televisão em Directo”, não se preocupa com a repetição de planos e desiquilibra as três fracções de qualquer filme de Rocky: a razão/sentimento, o treino e o combate final. Temos apenas cinco minutos de treino (cinco minutos bombásticos, acompanhados por um “Gonna Fly Now” em orquestra absolutamente delicioso) e o combate final é mediocremente mal aproveitado em termos físicos. Mas quem precisa de tudo isto, quando temos perante nós um filme carregado de sinceridade por parte de Stallone, que disfarçadamente faz a relação entre a situação de Rocky como “animal preso” e a sua própria vida real enquanto actor? Ninguém. “Rocky Balboa” é humano enquanto filme, e isso chega e sobra. Trata a vida como um bem precioso mas cruel, que golpeia-nos a todos mais tarde ou mais cedo e isso toca o espectador. Honestamente, não me lembro da última vez que fui ao cinema e vi uma sala cheia a bater palmas durante o filme, a cantar o seu tema principal, e a sair da sala com uma lágrima no canto do olho. Não me lembro, porque nunca tinha acontecido. “Rocky Balboa” foi, por tudo isso, uma experiência única.

Stallone agarra-nos como nunca com um coração enorme que esconde e desculpa todas as falhas enquanto realizador e mesmo, como actor. E Sylvester Stallone é, ele mesmo, uma história de vida com um “knock-out” vitorioso ao fim de alguns rounds. Nasceu com um nervo facial destruído, que lhe paralisou parte dos lábios, da língua e do queixo, deixando-o com aquele olhar e falar à pedrada que o transformaram num mito. Com pouco mais de 10 anos, a “escola para deficientes” que frequentava colocou na sua ficha que o seu desfecho mais provável seria a pena de morte. Ao fim de uma vida (já lá vão 60 anos), Stallone é o que é. E mais uma vez, remete-nos para o parágrafo inicial. Porque “You, me, or nobody is gonna hit as hard as life. But it ain't how hard you hit; it's about how hard you can get hit, and keep moving forward. How much you can take, and keep moving forward. That's how winning is done.” Porque “Rocky Balboa” mais do que a própria história de Rocky Marciano, é a história de Stallone, Sylvester Stallone. E talvez tenha sido pela sua dedicação a Rocky, que Sly nunca conseguiu ser um actor aceite como tal. Porque, e citando Vasco Câmara, Stallone não o faz como nos anos 70, Stallone “é” os anos 70.

Em suma, “Rocky Balboa” é a despedida de um clássico que marcou gerações. É uma história de coragem e esperança, que apesar das diversas falhas, acaba por ser aplaudido pelos mesmos que o assobiaram aquando do seu aparecimento enquanto projecto. É um Rocky sincero e humilde que “encaixa” um forte gancho de direita em todos aquelas que o previam na lama. E um valente abraço a todos aqueles, que tal como eu, cresceram a respeitar e a adorar “Rocky/Sylvester” como símbolo de vitória e sucesso perante a mais díficil das adversidades. E é nesta altura que sinto a necessidade de retribuir aquela arrepio na espinha ao ouvir “Gonna Fly Now” - não se percebe a razão pela qual esta nova versão não consta nos nomeados da Academia para melhor canção – durante “Rocky Balboa”. Porque mesmo sem merecer enquanto filme solitário, estas cinco estrelas premeiam muito mais do que isso. Premeiam uma vida, uma geração, uma saga inesquecível. “Adrian... we did it!”.

segunda-feira, fevereiro 12, 2007

Prémio dos Leitores 2006 - Melhor Filme

360 votos espalhados por 72 leitores votantes. Uma sondagem que ultrapassa de forma extraordinária todas as expectativas, batendo inclusivé por mais do dobro os números de participação alcançados no ano passado. Pela adesão e boa vontade de todos os que cá deixaram os seus favoritos, o meu agradecimento.

Mas nem tudo foi diferente. Tal como aconteceu com a eleição para Melhor Filme de 2005, - Sin City na altura - a preferência dos nossos visitantes voltou a coincidir com a escolha para Globo de Prata do Cinema Notebook. É quase caso para dizer: "diz-me com quem andas...".

5. A History of Violence de David Cronenberg com 23 Votos


"Sob a aparência de uma fita regulada pelo classicismo, um olhar pessoalíssimo: o puro filme de autor. E, sejamos claros: UMA HISTÓRIA DE VIOLÊNCIA é uma obra-prima."- Jorge Leitão Ramos (Expresso)

4. Babel de Alejandro González Iñárritu, Munich de Steven Spielberg e V for Vendetta de James McTeigue, todos com 24 Votos


"Babel é uma jornada de montagem virtuosa. Cortes precisos, mudanças de tom criteriosas e close-ups vorazes que desabam e fundam de forma apelante um autêntico império de sentidos. Elíptico como um sonho, directo como a trajectória de uma bala, Babel coloca o dedo numa série de feridas que flagelam a humanidade." - Francisco Mendes (Pasmos Filtrados)


"(...) Munich é um verdadeiro exercício de virtuosismo cinematográfico (...) tem tudo o que pode ter um grande filme que interessa a todos, isto é, cenas e diálogos perfeitos, uma tensão crescente, uma extraordinária beleza visual, actores escolhidos a dedo e, principalmente, a discussão e investigação detalhada de um tema contemporâneo"- José Vieira Mendes (Premiere)


"V FOR VENDETTA resulta uma adaptação da BD muito mais fiel do que uma obra de pressupostos comerciais aparentemente permitiria e, principalmente, e isso é o que mais interessa, é um óptimo filme."- Luís Salvado (Premiere)

3. The Departed de Martin Scorcese com 29 Votos


"The Departed é um thriller escorreito que ao mesmo tempo funciona como processo de auto-descoberta de um fenomenal realizador, no qual os sobressaltos, frustrações e permutas existenciais instigam reflexão no espectador acerca das conjecturas da sua brilhante filmografia." - Francisco Mendes (Pasmos Filtrados)

2. Match Point de Woody Allen com 30 Votos


"MATCH POINT é o melhor filme de Woody Allen em uma década. Revela uma garra de jogo, uma intencionalidade e uma firmeza de passes curtos - isto é, ideias de «mise-en-scène» - que já não se esperava de quem parecia degastado pela rotina. E que não são habituais num cineasta com a idade dele" - Vasco Câmara (Público)

1. Little Miss Sunshine de Jonathan Dayton e Valerie Faris, com 31 Votos


"E filmando de maneira suja, queimada, irreverente, quase arrojada nessa recusa do limpinho e do certinho - mais um traço que os une a esses "seventies" em que a palavra-chave era "resistência". Sim, há estilo, mas é um estilo tudo menos "estiloso", com um certo ar de carolice improvisada, porque o que interessa é não como as coisas parecem mas sim como elas são." - Jorge Mourinha (Público)

domingo, fevereiro 11, 2007

"La Marche de l'empereur" gratuito

Parece que, o Jornal Expresso, enquadrado na iniciativa "Mês do Ambiente", irá presentear os seus leitores, no dia 24 de Fevereiro, com a obra "La Marche de l'empereur", de Luc Jacquet. Apesar desta promoção não estar ainda confirmada, fica já o aviso que os possíveis interessados devem reservar o semanário com antecedência num quiosque perto de casa, não vão os pinguins acasalar para outra dvdteca qualquer que não a vossa. É que "A Marcha dos Pinguins" é um dos melhores documentários familiares dos últimos anos e merece ser visto por quem não o fez ainda.

sábado, fevereiro 10, 2007

Duelo de Titãs

Queria apenas deixar o aviso que amanhã termina a votação que irá eleger o Melhor Filme do Ano para os visitantes do Cinema Notebook. Neste momento, os já 66 (!) votantes determinaram um empate no primeiro lugar da tabela entre Match Point e Little Miss Sunshine. Está no vosso poder decidir quem irá ficar em primeiro. A todos os que já votaram e aos que ainda o irão fazer, o meu obrigado! Agora, deixo-vos e vou ver Stallone com 60 anos e um par de luvas.

sexta-feira, fevereiro 09, 2007

Mitos (ainda) Vivos... (VIII)

Embora já ninguém os veja em lado nenhum...

Terence Hill (66 anos) e Bud Spencer (76 anos)

quinta-feira, fevereiro 08, 2007

The Pursuit of Happyness (2006)

Chris Gardner (Will Smith) é inteligente e talentoso mas não consegue encontrar um emprego que sustente a família. Sem conseguir suportar a pressão constante da falta de dinheiro, a mulher abandona-o e Chris fica sozinho com o filho de cinco anos. Pai solteiro, Chris continua a lutar por um emprego melhor mas acaba por aceitar um estágio não remunerado na esperança de vir a ser contratado no final. No entanto, sem dinheiro, acaba por ser despejado do apartamento em que vive com o filho e os dois são obrigados a dormir em abrigos, estações de metro ou qualquer local que possa servir de refúgio para a noite. Mas, apesar de todos os problemas, Chris continua a ser um pai afectuoso e dedicado, encarando o amor do filho como a força necessária para ultrapassar todos os obstáculos.

Num registo apaixonante, apesar de vulgar e ingénuo, “Em Busca da Felicidade” suporta muito do seu sucesso no facto de exibir, logo ao início, e de forma orgulhosa, aquelas mágicas palavras que transformam a mais simples das histórias, num mito de moral indestrutível: Baseado Numa História Verídica. “The Pursuit of Happyness” (e não Happiness, devido a uma das histórias internas da própria obra) nunca sente a necessidade de fugir ao previsível, pois a própria narrativa na sua autenticidade é suficiente para comover o espectador.

Numa performance que justifica todas as nomeações alcançadas por Will Smith, este acaba por ser o espelho - mais um - do tão desejado e quase ultrapassado sonho americano. E o único a sobressair de um elenco, que conta ainda com uma Thandie Newton bastante apagada. Com uma realização moderada mas competente do italiano Gabriel Muccino, “Em Busca da Felicidade” não traz nada de novo ao género, mas como sempre neste tipo de obras “lamechas”, a fórmula sentimental funciona, desde que bem explicada, mesmo que em termos cinematográficos, poucos sejam os louvores atingidos. De qualquer das formas, a obra de Muccino acaba por deixar a sensação de ter sido insuficientemente explorada e estruturada apenas para a glória de Will Smith.

quarta-feira, fevereiro 07, 2007

Sienna Miller como Barbarella?


O clássico série B de ficção científica "Barbarella", protagonizado por Jane Fonda nos anos 60, está prestes a ganhar uma nova versão. Já com o nome de Dino de Laurentiis ("Hannibal Rising") confirmado, foi a vez deste replicar que a sua prioridade para o papel é dada a Sienna Miller ("Layer Cake", "Alfie" ou o ainda por estrear entre nós "Factory Girl") - "She’s sexy but can act at the same time — much like Jane Fonda". Cá pelo CN, esperamos que não se confirme. Será um passo atrás numa carreira que ainda agora começou e finalmente recebe algum crédito, devido a "Factory Girl". E que tal Pamela Anderson, numa actualização ainda mais chunga de "Barb Wire"? Mais enterrada do que já está é difícil.

terça-feira, fevereiro 06, 2007

Descoberta Madrugadora

Esta madrugada, por volta das quatro da manhã, destapei uma actriz soberanamente notável, brilhante e pomposa, num filme semi-amador feito para o pequeno ecrã, transmitido pela TVI. A obra denominava-se "O Perigo Mora ao Lado", e apesar de contar com algumas caras ilustres e momentos delicados, não era nada por aí além (como seria de esperar). Mas, verdade seja dita, vi uma das melhores representações dos últimos tempos, numa personagem difícil de interpretar. A responsável, uma completa desconhecida para mim: Portia de Rossi. A descobrir e a acompanhar nos próximos tempos, pois pelo que vi, não tarda nada está no topo. Há muito tempo que não era tão fácil acreditar verdadeiramente e inocentemente nas fragilidades de uma personagem.

segunda-feira, fevereiro 05, 2007

Rankings CN: Só no Cinema... (II/IV)

"Eish que granda tanga!", "Tá bem tá!" ou "Porra, que enorme palhaçada!" são apenas algumas das expressões usadas por todos nós quando damos de cara com algumas daquelas situações que só acontecem mesmo no cinema. O Cinema Notebook, após uma intensa pesquisa cinematográfica, elaborou um top com 16 desses momentos clássicos, divididos em quatro partes. O desafio que vos deixo - de forma a provar que todos já reparamos nestas incongruências - é o de deixarem exemplos, nos comentários, de obras em que ocorreram cada uma das vicissitudes listadas. [Parte II - 12 a 9]


12. Consequência Schwarzeneggeriana. A regra que manda que o bom só pode morrer, se isso contribuir ou servir para a morte do vilão. Da saga "Terminator", a "End of Days", as personagens do nosso velhinho "democrata" Arnold "I'll be back" Schwarzenegger são o expoente máximo deste regulamento interno de Hollywood. Mas verdade seja dita, nada como uma boa pirueta ao temível e medonho happy-ending (alguem sussurrou "Braveheart"?).


11. Apóstolos de MacGyver. Qual é o herói que não sabe ligar um carro, no meio de uma fuga, mesmo sem chaves nenhumas à mão? E muitas vezes em dois ou três segundos, pois as portas essas, nunca estão trancadas. O que nos tempos do único e indestronável Angus (ou Angs segundo alguns, naquele que é um dos mistérios mais bem guardados da série) MacGyver parecia ser obra para um homem só, agora é façanha de qualquer um. Aposto que até o Francisco Louçã e o Ribeiro e Castro, para chegarem ao Governo, conseguiam "fazer faísca"!


10. Ar Semi-Condicionado. Sim, porque as condutas de ventilação servem no mundo fictício para aproximadamente setenta e oito vírgula seis porcento das mais recentes fugas míticas de Hollywood. Em "24", por exemplo, o nosso compadre Bauer já atravessou aeroportos, discotecas e a própria CTU dentro de uma. E estão sempre limpas e asseadas, de forma a não sujar as calças (que crime!) dos protagonistas. Ultimamente, estão também em moda na arte de colocar gases tóxicos em centro comerciais ("24" all over again!). Qual será o primeiro filme a apresentá-las como recanto sexual? Uwe Boll, confiamos em ti!


9. Efeito Anti-Peseiro. Sim, aposto que estão curiosos. Porque raios é chamado um dos próximos treinadores benfiquistas para este ranking? Ora bem, nada mais nada menos porque José (não o Mourinho, mas este mesmo) foi o autor da famosa máxima "pressão alta". E este cliché é caracterizado por, depois de um despedimento/suspensão, qualquer detective/inspector/policía acabar sempre por resolver o caso sozinho, de forma muito mais eficaz do que a restante esquadra unida. Sem pressão de obedecer ao patrão, sem regulamentos ou leis a respeitar. Acredita-se que o cinema veio "buscar" esta tendência a Portugal. É que sempre que qualquer ministro sai do Governo, parece sempre saber mais e melhor.

domingo, fevereiro 04, 2007

Se este consegue, tu também consegues! (I)


Denise Richards ("Christmas" para os amigos) com o seu novo namorado, bem jeitoso por sinal (ou não, ou não)!

sábado, fevereiro 03, 2007

Match Point (2005)

“Match Point” de Woody Allen não tem Woody Allen como protagonista, não tem Nova Iorque como cenário e nem sequer conta no seu enredo com o maior dom do seu autor, que o catapultou para a eternidade: o inconfundível e abstracto sentido de humor. É sim um melodrama surpreendente sobre o destino e a sorte, com traços negros de suspanse, traição e morte. Chris é um jovem professor de ténis que sonha pertencer à alta sociedade britânica. Sonho esse que começa a tomar forma quando um dos seus alunos, Tom, o apresenta à família, aos pais e à irmã, que ficam fascinados com o seu gosto pela ópera e pelas artes. Mas Chris, que rapidamente começa um romance com a irmã de Tom, cai também ele rapidamente em tentação com a namorada de Tom (Scarlett), uma americana aspirante a actriz que transpira sensualidade por todos os poros. Entre as duas mulheres, Chris terá de recorrer a medidas extremas para não perder tudo o que instantâneamente ganhou.

Com uma considerável carga dramática e sempre em crescendo emocional, “Match Point” foi o regresso ao minimalismo mais primitivo e fulgurante de Allen, sem a necessidade deste de recorrer às suas marcas mais autorais. Bem filmado, com Londres como contexto e não como fundo, “Match Point” é uma obra extremamente sóbria sobre a imparcialidade moral da sorte e, por consequência, do destino. Com um argumento cruelmente real, repleto de culpa e desejo, Allen voltou a alcançar a notoriedade que desde os anos 80/90 lhe escapava iniquamente.

No entanto, o filme é demasiado repartido em termos de ritmo. Se temos uns quinze minutos finais absurdamente arrebatadores, do melhor que Allen fez na sua já longa filmografia, somos durante vários períodos do filme comparecidos com uma apatia quase asfixiante, que enrola e enrola o que de mais básico a obra produz e acaba por cansar e desanimar um pouco o espectador mais impaciente. O “casting”, como já é habitual nos filmes de Allen, é adequado e apropriado. Rhys Meyers surpreende e Scarlett Johansson confirma. Em suma, a ópera iguala o jazz, e Allen prova, de uma vez por todas, ser muito mais do que apenas um comediante de sucesso.

sexta-feira, fevereiro 02, 2007

O que é Nacional é bom!

Dos Gato Fedorento, ao Herman José, passando por essa figura fabulosa das reportagens desportivas que é o Emplastro. Da Floribella à Marta Atalaia. Para mandarem algumas gargalhadas com o que melhor existe de origem lusitana no You Tube, passem por aqui. Iniciativa brilhante da revista masculina FHM, comandada por um excelso Pedro Boucherie Mendes. Para ver e rever...

quinta-feira, fevereiro 01, 2007

Royale with... Boobies?

Já percebemos a razão do nosso cordial e afectuoso colega Dermot só ter visto um filmezinho da tabela de Janeiro publicada ontem. Parece que teve ocupado com outros "clássicos"! Estás mais do que desculpado!

PS: A votação para Melhor Filme do Ano, já conta com 175 votos (35 votantes) em menos de dois dias. A todos os que já votaram, o meu obrigado! Por enquanto, "Little Miss Sunshine" lidera, isolado, as vossas preferências.