Richard Clayton (Ron Livingstone, “Office Space”) é um daqueles trintões a quem a vida dificilmente poderia correr melhor. Com um galopante sucesso profissional, que inclui um best-seller sobre psiquiatria, uma noiva escaldante (Neve Campbell) e uns pais financeiramente generosos (apesar de ideologicamente adversos), parecia que nada puderia acontecer que colocasse em causa o seu equilíbrio emocional, bem como o seu casamento com Ellen. Mas tudo muda quando, a poucos dias do seu casamento, este descobre que os seus pais biológicos não são verdadeiramente aqueles a quem ele sempre se habituou. Perante a descoberta de que foi adoptado, recorre a um detective para encontrar a sua família biológica, mas quando finalmente encontra Frank e Agnes Menure (Danny De Vito e Kathy Bates), a desilusão não podia ser maior: o casal Manure (estrume, em inglês) é um tanto ou quanto grosseiro e, sem querer, não pára de o chocar com os seus comportamentos muito pouco ortodoxos.
Conclusão primordial de “Socorro, Conheci os Meus Pais”: comediantes de luxo não são suficientes para termos como resultado uma boa comédia. Além disso, a história de “Relative Strangers” já foi contada e recontada mil e uma vezes, e não existe a minima tentativa de inovar ou melhor, renovar, o conceito cómico-dramático. Um Danny de Vito, mesmo que longe dos tempos áureos, não é suficiente para combater a previsibilidade de todos os momentos de transição do argumento. É pura maluqueira complacente não acompanhada por um delicado tratamento cerebral de cada uma das personagens. E o final pateta a misturar cliché burlesco atrás de cliché burlesco é a maior prova de todo um filme que começa bem mas rapidamente entra num caminho sem retorno: o da truanice.
Sem comentários:
Enviar um comentário