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quarta-feira, julho 30, 2025

Videodrome (1983)

I’m going to be honest: I’m not exactly sure what was going on in this Cronenberg. Videodrome feels like a trippy, satirical fever dream aimed at the moral panic over consumer media, drenched in Cronenberg’s signature body horror and hallucinatory weirdness. But while the film is certainly creative and full of bold imagery, it’s also frustratingly vague in its internal logic: hallucinations blur with reality in ways that seem inconsistent, and the narrative keeps the viewer just far enough away from understanding the actual mechanics of what Videodrome is, or how it works.

sábado, maio 17, 2025

Nighthawks (1981)

Tem vários momentos que parece um De Palma clássico, tem outros que arrasta-se num formato quase televisivo meio rasca de buddy cop à Miami Vice. Papelão de Rutger Hauer como vilão terrorista na sua estreia em Hollywood - de longe o melhor do filme -, figurão vazio, no olhar e na falta de desinibição, de Stallone, preso a um personagem cujos sapatos de Serpico não lhe serviram naqueles dois brutos troncos. Anos mais tarde encontraria umas botas à maneira no género - Cobretti! -, mas aqui não colou nem à lei do teleférico.

sábado, maio 03, 2025

Firefox (1982)

É o Flop Gun do Clint Eastwood, um verdadeiro secão confuso de espionagem durante a Guerra Fria, extremamente mal montado - ai caramba porta a fechar do hangar, já foi... ah espera, já está cá fora a descolar -, com vários momentos que chegam a roçar a mais pura das patetices, desde os efeitos especiais de terceiro mundo relacionados com os momentos em vôo, mas principalmente com este pré-Maverick punk reformado a falar sozinho no cockpit o filme inteiro, para irmos acompanhando e percebendo o que faz a cada momento. Dos muitos que já vi, de longe o filme mais banal e inconsequente realizado por Eastwood. Se precisarem de adormecer numa noite de insónias, estejam descansados: o Firefox trata do assunto.

segunda-feira, janeiro 27, 2025

Still of the Night (1982)

Cada vez que o Roy Scheider levantava o braço para licitar no leilão, um nazi bebia um shot para comemorar algures no mundo. Para a posteridade fica a imagem da Meryl Streep na mesa de massagem, num filme que nunca sabe se quer ser uma homenagem a De Palma ou a Verhoeven, um thriller erótico que não percebe a importância dos preliminares, uma paixoneta cinematográfica que só dá o passo seguinte - ainda que de forma muito segura e competente, diga-se - nos últimos dez minutos. Uma hora de beijinhos na testa - com um valente apalpão pelo caminho, naquela cena de sonho Gialliana -, dez minutos de luxo a salvarem o casamento.

quinta-feira, janeiro 16, 2025

After the Rehearsal (1984)

Teatro no cinema para televisão. Os tiques grandiosos de Bergman na realização - os grandes planos que transformam as caras de Ingrid Thulin, Erland Josephson e da então tão jovem Lena Olin em paisagens a céu aberto para o espectador - num telefilme cuja narrativa, ainda assim, perde-se na intensidade imparável da sua acção. Uma acção falada, desbravada quase em directo palavra atrás palavra, numa realidade onírica cuja força das suas performances não encontra par na aparente banalidade da sua história. Cansativo - apesar de curto -, muito distante dos grandes clássicos do sueco.

quinta-feira, outubro 24, 2024

Dressed to Kill (1980)

Another love letter to suspense and desire by Brian de Palma. It's a dark, erotic and hypnotic labyrinth with meticulous camera choreography - every movement has as much elegance as urgency - and masterful pacing. It balances eroticism and fear, vulnerability and danger, desire and death. Haunting score by Pino Donaggio in an audacious homage to Hitchcock legacy with a modern twisted heart. I was just kind of disappointed with that "fake" ending, and that's the only reason it doesn't get the full five stars.

segunda-feira, outubro 21, 2024

The Loveless (1981)

Estreia de Defoe no ecrã e de Bigelow na realização/escrita. Ambiente saturado de estilo mas vazio de substância, em que nada acontece que não sirva o único propósito de proporcionar uma certa, chamemos-lhe, erotização da cultura dos motoqueiros da década de cinquenta, uma geração antes de mudarem radicalmente de imagem para os Easy Riders desta vida. Não colou - ao contrário daquela laca toda no cabelo de Defoe - e não convenceu quase ninguém, mas ainda assim abriu portas para as carreiras que viriam a ser de sucesso de Defoe e Bigelow.

segunda-feira, setembro 30, 2024

The Octagon (1980)

Chuck Norris de smoking, lacinho negro e penteado capacete. Uma bailarina médium cujo estômago só aguenta com tequilla, diz ela devido ao sal na borda do copo que lhe acalma a digestão. A voz do Chuck Norris constantemente em off, a sussurrar, como se estivéssemos a acompanhar todos os dilemas morais que o atormentam. Como diz o meu amigo Nora, tão mau, tão estranho, que entra na categoria das idiotices espectaculares da carreira do tio Chuck. "Oh meu Deus, Ninjas!", "Um homem só precisa de um olho para disparar uma arma", "Tolerância é o meu nome do meio" e "Isso faz de mim estúpido e de ti uma put*" como algumas das frases que ficam para a posteridade, numa história extremamente confusa - grupo de mulheres lesadas pelo Seikura, piores que as viúvas do Jorge Tadeu - em que a única certeza que temos é que, por mais disponível e jeitosa que seja a rapariga que tente engatar o nosso querido Chuck, terá tanto sucesso quanto aquela malta que se mete a procurar trevos de quatro folhas no parque biológico de Gaia.

quarta-feira, agosto 28, 2024

The Final Countdown (1980)

Massive underexplored ambitious sci-fi history drama plot, terrible - i mean, really terrible - acting by Kirk Douglas and a lot of impressive aerial and "ground" carrier operations shots to fill, for sure, more than half an hour of movie, adding absolutely nothing to the story. And, sadly, lacked "thecojones" to finish in a surprising and unexpected way.

quarta-feira, agosto 07, 2024

Café Flesh (1982)

Pornografia apocalíptica bizarra. Uma guerra nuclear transformou os humanos em "sex positives" (1%) e "sex negatives" (99%). Os sex negatives morrem mal se tocam e, por isso, os pouquíssimos sex positives que sobram no planeta são obrigados a dar espectáculos de sexo num clube para taradões chamado Café Flesh. Foi mais ou menos isto que percebi, posso ter sido enganado e baralhado pelo felácio a uma ratazana gigante humana ou a outras cinquenta mil ideias bizarras que por aqui andavam. Michelle Bauer com body double, tristeza. Neons, música extravagante e nevoeiros. Muito arbusto, que era o tempo deles. Confusão dos diabos, duas da manhã, vou-me mas é deitar.

terça-feira, fevereiro 27, 2024

Firewalker (1986)

O Chuck Norris de panamá e cigarrilha na boca sem saber distinguir a esquerda da direita, o único homem no mundo capaz de emperrar um jipe numa poça de água... no deserto. Sempre com uma piada na ponta da língua, desejoso de meter uma trela numa loiraça engraçada de vestido vermelho que o contrata - a ele e ao seu parceiro de aventuras, o Louis Gossett Jr., especialista em segurar pastilhas usadas e a cansar os inimigos - para descobrir um tesouro. Grutas, selvas, índios com setas incapazes de furar manteiga, caveiras, esqueletos, punhais mágicos, espíritos, bandidões de pala no olho, cobras e até o John Rhys-Davies para dar o toque final de Indiana Jones nisto tudo. Melhor cena de pancadaria da carreira de Chuck - a do bar - e melhor disfarce da sua filmografia - o de padre burro que benze fiéis num latim muito próprio.

terça-feira, janeiro 30, 2024

Beverly Hills Cop (1984)

According to Steven Berkoff, Stallone gave up on being Axel Foley because he got mad about the orange juice that was served in his trailer. Sounds a little bit far-fetched, but thank God Eddie Murphy ended up with the role. Ordinary crime story, but larger than life character built by Murphy improvisation skills - legend has it hundreds of takes were ruined by crew members laughing during shooting. Loved Serge and really happy that he will be coming back in this year's Netflix sequel.

domingo, janeiro 14, 2024

The Last Starfighter (1984)

O "substituto" leproso em fase de construção escondido debaixo do lençol é capaz de ter sido a cena de terror mais inesperada da década de oitenta. Um tradutor automático embutido no nosso jovem herói para justificar que todas as criaturas da liga das estrelas falem inglês perfeito. Não falam, é tudo "traduzido" instantaneamente na sua cabeça. Está certo, era bonito, mas esqueceram-se disso na cena final, quando a terreola inteira do Alex - incluindo avózinha de caçadeira em punho - percebe a conversa do Grig, um buddy de combate iguana gigante com seis mil filhos. O vilão proscrito, a morte como conceito primitivo, efeitos especiais de videojogo de arcada e aqueles olhos bonitos da Maggie. Tudo muito patetazinho, mas acompanhado por uma bela banda sonora de Craig Safan. Anos oitenta, não fez mal a ninguém.

domingo, setembro 24, 2023

The Fog (1980)

Não é um dos meus favoritos de Carpenter devido a várias decisões narrativas no mínimo duvidosas - a mãe que não abandona a estação de rádio para ir salvar o filho, por exemplo - e a um conjunto de personagens mal construídas de base - com destaque para a de Jamie Lee Curtis -, mas caramba, não há como resistir à realização de Carpenter. A atmosfera repleta de tensão, aquela sensação de condenação inevitável de uma pequena aldeia, o nevoeiro que envolve e congela, a sonoplastia e banda-sonora de mestre. Fantasmas leprosos num guião meio tosco, que não consegue igualar o brilhantismo de outros clássicos seus.

sexta-feira, setembro 22, 2023

Copper Mountain (1983)

All the Jim Carrey goofy facial and body expressions before they were a trademark, out of nowhere, for no other reason than to try to seduce women on ski vacations at a Club Med, whether at a Jacuzzi or at a sauna. Terrible acting from everyone involved - Carrey included - and no story whatsoever, just a bunch of concerts with some kind of Club Med Movie Experience in-between. Two half stars for those Creedence Clearwater Revival and Rita Coolidge concerts. Jokes around the word sheet sounding like shit. A lot - I mean, a lot - of French native speakers trying to act... in English. Supposedly professional ski athletes on a world championship competition racing in wool sweaters. I've seen it all now.

domingo, setembro 10, 2023

Conan the Barbarian (1982)

"Escrito por Oliver Stone e John Milius". Pornografia em tão poucas palavras logo no arranque. Mas nada me preparava para ver o James Earl Jones tão novo, sem rugas, de cabelo comprido, a decapitar uma pobre mãe de mão dada com o seu filho logo ao fim de dez minutos. Mulheres tratadas como gado, pancadaria gratuita em camelos, uma cobra de tamanho surreal - e nem estou a falar da do Conan - e a disciplina de aço do nosso herói de espada e sandálias. Nenhuma mulher merece um bicho como o Schwarzenegger nos seus trintas por cima, nem as possuídas por um qualquer demónio vampiresco. Cena de amor atrás de cena de amor, que é preciso aquelas costas musculadas do Arnaldo enquadradas com o maior número possível de jeitosas maminhas au naturel. Orgias, combates manhosos e a famosa cara de parvo surpreendido do Arnie. Com outro qualquer na sua tanga, este "Conan" teria ficado esquecido no tempo; com ele, tornou-se de culto.

quarta-feira, setembro 06, 2023

Class (1983)

Os ingredientes do género estão lá todos: temos a MILF, o virgem, o colégio interno, o reitor mauzão, bebidas às escondidas e partidas de adolescentes. A servir à mesa, Andrew McCarthy e Rob Lowe, dois nomes que acabaram por fazer carreira numa série de respeitáveis restaurantes. Agora o cozinheiro Lewis John Carlino? Arrumou a jaleca e o chapéu de chef após esta brincadeira, tal a desgraça de prato que daqui resultou. Faltou-lhe noção - a cena do falso suicídio -, faltou-lhe gosto, faltou-lhe ritmo, faltou-lhe um raccord minimamente credível e compacto. Foi sempre em frente sem parar nas curvas - nem se percebe qual o objectivo dos pequenos casos, da batota nos testes às drogas escondidas, que vão aparecendo lá pelo meio -, até ao choque final - o confronto com o amigo... enteado - que não dá em nada. Mais um clássico da Mónica para tentar enterrar o Nalgas Film Club, filme a filme, escolha atrás de escolha.

quinta-feira, agosto 31, 2023

Amadeus (1984)

Mozart should be a poster boy for the slogan "Live Fast and Furiously", an anarchic icon of Romanticism. But the movie is really about Salieri and his confrontation of his own mediocrity forced by the realization of Mozart's genius. Amazing characters, phenomenal director.

terça-feira, agosto 29, 2023

An American Werewolf in London (1981)

No tempo da Maria Cachucha, metia-se o Rossio na Betesga sem precisar de panos verdes e softwares de ponta. Impressionante como não há um frame deste clássico de John Landis que não sobreviva - mais do que isso, brilhe - na era digital. Trabalho fenomenal de efeitos especiais e caracterização de Rick Baker, tanto nas transformações dos lobisomens quanto na apresentação dos mortos-vivos em diferentes estados de decomposição e putrefação. Equilíbrio notável entre comédia e terror, com meia hora inicial - no meio do nada - e meia hora final - no meio do tudo que é o centro turístico de Londres - de excelência e todo um miolo que, entre namoricos e incontáveis versões da música Blue Moon entretém o suficiente para manter as três partes estruturais coladas e coesas. Cuidado com a Lua Cheia!

quinta-feira, julho 13, 2023

Death Wish II (1982)

Os irmãos Golan & Globus, Cannon e Los Angeles. Lá se foi Nova Iorque, DeLaurentis e a promessa de Chicago, manteve-se Michael Winner na realização e Bronson como arquitecto da justiça. A filha continua maluquinha dois anos volvidos dos chocantes acontecimentos do primeiro filme e o Professor Taveira, perdão, Paul Kersey, arranjou nova loiraça para copular e uma empregada a tempo inteiro para cozinhar. Bandidagem a montes na cidade dos anjos sempre a escolher o tipo errado para assaltar e, mais uma vez, azar dos azares, uma entrega indevida na casa de Kersey. Depois da estreia de Goldblum no primeiro, temos agora Laurence Fishburne III como um dos patifes novatos, de óculinhos rosa choque e navalha em punho no pescoço da empregada enquanto o gangue todo a viola. Pouco depois, a confirmação oficial: a filha de Kersey é mesmo a rapariga mais azarada do planeta. Perdão, era. Até a tentar fugir a desgraçada não tem sorte nenhuma, numa morte tão inesperada quanto vistosa, um pouco como toda esta sequela, inesperadamente eficaz na forma como recicla nos mesmos moldes a narrativa do capítulo inicial, mas tornado toda a vingança pessoal e não meramente sociocultural e ideológica. Muita suspensão da descrença para acreditar que Kersey não seria apanhado pela polícia, mas nada como umas mortes criativas, seja através de um rádio de ombro ou de uma máquina de alta tensão, para fecharmos ligeiramente os olhos à lógica. Porque mais perigoso do que um Paul Kersey de fato e gravata, só um Paul Kersey de gorro e sobretudo.