Eu não consigo perceber Clint Eastwood. Longe da tela e da cadeira de realizador, em cada entrevista, em cada momento público, um saloio republicano que, por exemplo, apoiou Trump nas suas duas campanhas presidenciais, sem pudor de defender muitas das suas ideias polémicas relativas ao controlo fronteiriço com o México. Mas, quando pega na câmera, quando cria uma personagem à sua frente, eis que todas as sensações em torno das suas histórias parecem querer defender, ideologicamente, o exacto oposto. Chamem-lhe melodrama ou thriller reflexivo, "
Correio de Droga" revela-se uma meditação conflituosa, carinhosa e a momentos até divertida sobre o choque entre diferentes culturas e gerações e o fiasco do sonho americano. O resto? O resto é aproveitar enquanto o homem anda por cá, amigos.
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