Um misterioso círculo com mais de 150 metros encontrados num campo de cereais algures na Pensilvânia, na quinta do reverendo Graham Hess (Mel Gibson) e outros tantos encontrados em diversas partes do mundo, são o ponto de partida para
"Sinais" de Night Shyamalan, conceituado realizador da nova geração (para muitos o tão esperado sucessor de Hitchcock), que já tão bons "sinais" deixou com
"The Sixth Sense" e
"Unbreakable", por exemplo.
Mas, ao contrário da maioria,
"Signs", a meu ver, não passa de um filme mediano, com alguns (poucos!) bons (excelentes!) momentos. O tema da invasão extraterrestre foi, mesmo assim, muito bem abordado, discretamente e maioritariamente representado por sinais, tal como o título indica, o que cedeu ao filme a sua melhor e mais conseguida característica, o suspanse. Há também em
«Sinais» uma «mensagem» sobre os desígnios divinos e sobre a fé, que, apesar de ter sido mal e porcamente desenvolvida, marcou todo o filme, salvando um pouco o argumento, ou melhor, a história da família protagonista, a qual não me convenceu nada.
Mel Gibson e Joaquim Phoenix não marcaram as suas personagens, pois, a meu ver, não souberam exemplificar o tão importante "under-reaction" que o realizador pretendia para a sua obra. E não é de admirar, pois tanto Mel Gibson e Joaquim Phoenix estão habituados a outro tipo de papéis que não os de padre/tio campónio.
Assim sendo,
"Signs" triunfa no aspecto religioso, no qual se tornou, sem qualquer margem para dúvidas, num dos melhores dos últimos anos. Mas no global, e tendo em conta a filmografia de Night Shyamalan,
"Sinais" deixou muito a desejar. Depois de
"Unbreakable" (injustamente criticado pela maioria) e do fabuloso
"The Sixth Sense", "Signs" deixa mesmo muito a desejar. Em jeito de conclusão, posso afirmar que os vários momentos de grande intensidade dramática e a sua temática religiosa não são suficientes para colmatar a imensa artificialidade de diálogos, relações e interpretações, e com o seu final previsível e fácil.
.: 7/10 :.
N.D.R: Peço desculpa a todos os que por cá passam pela longa ausência. Férias são férias porra!!!