quarta-feira, novembro 30, 2005
domingo, novembro 27, 2005
Dead Man Walking (1995)
Em "A Última Caminhada", Tim Robbins dá-nos uma visão madura do difícil tema da pena de morte. Sem tomar nenhum dos lados, mas mostrando e explorando ambos, Robbins consegue criar no espectador, independentemente das suas convicções, dúvida na sua opinião sobre o assunto.
Aliás, "Dead Man Walking" será mesmo dos poucos filmes completos sobre este dossier, pois é dos poucos que consegue mostrar todas as problemáticas que envolvem a pena de morte. Desde o julgamento e da abordagem da defesa, ao perdão e à caridade entre os homens, Tim Robbins coloca um elemento inicial supostamente neutro no meio das duas partes, que é, Susan Surandon, uma freira que convive tanto com os pais das vítimas, como com o criminoso condenado, Sean Penn. E é a volta da personagem de Surandon que todas as outras gravitam.
Como disse anteriormente, Tim Robbins não assume a defesa de nenhum dos lados. Mas tal facto não faz com que "Dead Man Walking" seja um filme sem mensagem, muito pelo contrário. O seu objectivo é esse mesmo, mostrar tanto as marcas irreparáveis da destruição de uma família e a dor incomensurável dos pais que são obrigados a enterrar os filhos, como a de um homem arrependido, que ama e é amado pela sua família e que apenas será executado ao contrário de outros por duas razões: primeiro porque não teve dinheiro para um bom advogado (ao contrário do cúmplice) e depois porque, em véspera de eleições é politicamente mais aconselhável executar um branco do que dois pretos.
Com interpretações notáveis de Sean Penn e Susan Sarandon (que ganhou o Óscar de melhor actriz com esta representação), e uma realização bastante sóbria e imparcial de Tim Robbins, "Dead Man Walking" é "o" filme sobre uma das temáticas mais discutidas nos últimos anos. E no final, a dúvida ficará na maioria de nós. Eu não mudei de opinião, continuo a favor da pena de morte. Mas percebo agora todas as complicações e implicações que essa mesma decisão pode acarretar. Um filme delicado sobre um assunto delicado. E com uma banda sonora extremamente adequada e poderosa.
N.d.r: Melhor filme da década de noventa para Roger Ebert. Valha isso o que valer.
sexta-feira, novembro 25, 2005
Recordar é Viver: Pat Morita (1932-2005)
Pois é, esta é a derradeira prova que ninguém é eterno. Pat Morita, conhecido por muitos como Mr. Miyagi faleceu durante o dia de ontem, aos 73 anos. Morita foi o primeiro actor de origem asiática a ser nomeado para os Óscares, na categoria de melhor actor secundário, devido ao carismático e lendário "Karate Kid", que tanto o celebrizou. E a sua estreia mais a sério nestas lides, foi nem mais nem menos numa das mais eternas e famosas séries de televisão, M*A*S*H, que actualmente passa na Sic Comédia. Ainda esta semana o apanhei num episódio.
Que o seu descanso seja eterno, já que a sua memória para sempre ficará entre nós, comuns mortais.
Wax on... wax off. Wax on... wax off. Man who catch fly with chopstick accomplish anything.
quinta-feira, novembro 24, 2005
Into the Blue (2005)
Um grupo de amigos queria passar as férias da sua vida! Escolheram as Bahamas, mas cedo descobriram que o mar tropical azulinho clarinho reserva imensos segredos! E quando um velho tesouro valiosíssimo pode transformar-se num pesadelo, será que vale a pena arriscar a vida por ele? E o que mais poderá existir no fundo do mar? Não interessa, com a Jessica Alba no grupo, até qualquer um de nós, comuns mortais do sexo masculino, nos atirávamos de cabeça para o mais profundo dos vulcões em erupção. Pior, até para o centro de um corredor de calduços na nuca, repleto de pessoal ali da Cova da Moura.
"Into the Blue" é daqueles filmes que após os primeiros dez minutos e completa a introdução de todas as personagens, ficamos logo a saber quem serão os vilões, as infelizes vítimas mortais e, por arrasto, o seu desfecho. Nada de muito grave, quando esse mesmo excerto introdutório serve para nos fazer entender que o objectivo não foi realizar um grande filme, mas sim presenciar-nos com quase duas horas de puro "babamento" (outra da minha autoria) masculino de Jessica Alba, de todas as maneiras e com todos os planos. Claro que o mesmo se aplica ao sexo femenino, com aquele actor... o ... Jessica Alba. Ai não, raios, lá estou eu... o Paul Walker.
De qualquer forma, e mesmo não sendo grande espingarda, não se pense que "Profundo Azul" é pura perda de tempo para quem fôr assexuado. Apesar do seu argumento um pouco banal e algumas peripécias e coicidências, digamos, irreais, a verdade é que "Into the Blue" consegue durante praticamente toda a sua duração entreter o espectador, com a beleza da sua fotografia aquática e uma bem conseguida dinâmica de aventura, mesmo que, como já referi anteriomente, seja baseada em acontecimentos bastante improváveis. John Stockwell, realizador do tocante "Crazy/Beautiful" e do não tão excitante "Blue Crush", teve ainda a mestria de conseguir introduzir, por diversas situações, um mão cheia de "comic-reliefs", sempre bem-vindos nestes casos, em que o objectivo é mais entreter do que satisfazer cinéfilamente (outra pérola inventada neste momento) quem assiste.
Assim sendo, e em jeito de conclusão, podemos afirmar que "Into the Blue" é um filme para rebarbados, (não meninas, não pensem que se safam!) rebarbadas e amantes do mundo marinho. E se por acaso prestarem atenção ao filme e repararem que uma das personagens que leva com um arpão pela cavidade ocular a dentro, passado um minuto já está novamente com os dois olhos (não se cuida e vai para novo olheiro do Sport Lisboa e Benfica) e com a máscara intacta, façam como eu, continuem com o cérebro desligado, esqueçam que repararam nesse pormenor e aproveitem os poucos, mas extasiantes momentos que ainda vos vão ser proporcionados pelos planos aproximados ao rabiosque da menina Alba ou a qualquer outra parte do seu restante "curriculum" corporal. Minha nossa, que brasa!
Jessica, Jessica, Jessica, Jessica, Jessica, Jessica, Jessica, Jessica, Jessica, Jessica, Jessica, Jessica, Jessica, Jessica, Jessica, Jessica, Jessica, Jessica! Desculpem, mas a menina Alba merecia um parágrafo só dela.
quarta-feira, novembro 23, 2005
terça-feira, novembro 22, 2005
The Ring Two (2005)
Sinopse Cinema Xunga: O fantasma volta seis meses depois com um upgrade que lhe permite ignorar por completo as regras do filme anterior. Entretanto a MILF do filme anterior tenta livrar o filho da possessão dessa vil criatura que, apesar de estar morta há dezenas de anos, não tem uma pontinha espigada no cabelo.
Uso esta pequena introdução, um pouco em memória do meu grão-mestre da blogosfera, que anda desaparecido em combate, e que nada diz aos seus fiéis, mas também porque esta é clara do sentimento com que fiquei após o visionamento desta segunda parte de "O Aviso". Digo segunda parte, porque todos os truques e técnicas usados para assustar em "The Ring Two", foram os usados no seu antecessor. E pedir sucesso a este segundo filme, seria praticamente o mesmo que conseguir aquilo que nunca conseguimos enquanto putos, ou seja, fazer o "poste" a alguém duas vezes ou enfiar um pionés na mesma bunda, na mesma cadeira, em duas situações diferentes.
E se à partida pensei que o facto de o realizador deste remake hollywoodano ( e lá tou eu com os meus termos, qualquer dia faço mesmo um dicionário CN) ser o mesmo que o do filme original, seria um ponto forte a favor, depressa notei que estava completamente errado. Tal como em "The Grudge". A falta de coragem para mudar e criar novas e aterradoras surpresas à moda do oriente nestes novos produtos é tal, que só podemos escolher uma das seguintes afirmações: ou os estúdios enchem o realizador de dinheiro e o obrigam a fazer pura e simplesmente a sua adaptação ou então, neste caso, Nakata é parvo e deveria saber que fazer o mesmo filme mas com personagens ocidentais só o arruinaria. É a força do capitalismo (sou capaz de ter dito uma grande asneira, não sou de Economia)!
Quanto ao elenco, podemos e devemos destacar o puto. Só o seu ar de doido varrido traz alguma tensão ao filme, visto que, quanto a mim, todas as cenas fantasmagóricas foram completamente banais e sem o devido suspanse de introdução, que tantas vezes funciona melhor que a própria cena de terror. Naomi Watts (se eu tivesse quarenta, não me escapava) é daquelas actrizes brilhantemente polivalentes, mas que é muito mal aproveitada neste tipo de filmes, quando o objectivo é o de fazer um papel tremendamente clichético. Sabe a pouco, saber que o seu potencial é astronómico e vê-la a fazer um papel completamente previsível. Um completo deja-Vu.
Uso esta pequena introdução, um pouco em memória do meu grão-mestre da blogosfera, que anda desaparecido em combate, e que nada diz aos seus fiéis, mas também porque esta é clara do sentimento com que fiquei após o visionamento desta segunda parte de "O Aviso". Digo segunda parte, porque todos os truques e técnicas usados para assustar em "The Ring Two", foram os usados no seu antecessor. E pedir sucesso a este segundo filme, seria praticamente o mesmo que conseguir aquilo que nunca conseguimos enquanto putos, ou seja, fazer o "poste" a alguém duas vezes ou enfiar um pionés na mesma bunda, na mesma cadeira, em duas situações diferentes.
E se à partida pensei que o facto de o realizador deste remake hollywoodano ( e lá tou eu com os meus termos, qualquer dia faço mesmo um dicionário CN) ser o mesmo que o do filme original, seria um ponto forte a favor, depressa notei que estava completamente errado. Tal como em "The Grudge". A falta de coragem para mudar e criar novas e aterradoras surpresas à moda do oriente nestes novos produtos é tal, que só podemos escolher uma das seguintes afirmações: ou os estúdios enchem o realizador de dinheiro e o obrigam a fazer pura e simplesmente a sua adaptação ou então, neste caso, Nakata é parvo e deveria saber que fazer o mesmo filme mas com personagens ocidentais só o arruinaria. É a força do capitalismo (sou capaz de ter dito uma grande asneira, não sou de Economia)!
Quanto ao elenco, podemos e devemos destacar o puto. Só o seu ar de doido varrido traz alguma tensão ao filme, visto que, quanto a mim, todas as cenas fantasmagóricas foram completamente banais e sem o devido suspanse de introdução, que tantas vezes funciona melhor que a própria cena de terror. Naomi Watts (se eu tivesse quarenta, não me escapava) é daquelas actrizes brilhantemente polivalentes, mas que é muito mal aproveitada neste tipo de filmes, quando o objectivo é o de fazer um papel tremendamente clichético. Sabe a pouco, saber que o seu potencial é astronómico e vê-la a fazer um papel completamente previsível. Um completo deja-Vu.
segunda-feira, novembro 21, 2005
Jessica, minha amiga! Tudo bem?
Oito boas razões para não perder este "Into the Blue", de John Stockwell, realizador de "Crazy/Beautiful" e "Blue Crush":
1- Jessica Alba de Bikini
2- Jessica Alba de Bikini Molhado
3- Jessica Alba dentro de água
4- Jessica Alba fora de água
5- Planos frontais de Jessica Alba
6- Planos laterais de Jessica Alba
7- Planos traseiros de Jessica Alba
8- Roger Ebert ter afirmado na sua critíca "Suspanse Genial até ao fim". Será que o homem também já está afectado pela Jessicazita?
Eu lá vou estar na antestreia, Quarta-Feira no Corte Inglês, nem que seja porque não precisei de pagar nada para ver a menina Alba. E já tou pronto para levar nas orelhas da minha namorada quando ela ler este meu pequeno "momento cultural"...
domingo, novembro 20, 2005
Porque hoje é domingo...
... e a preguiça é muita, fica apenas uma sugestão de leitura a um artigo recentemente colocado na blogosfera nacional, mais propriamente no Há Vida em Markl, que nada tem a ver com cinema mas que demonstra, e bem, o estado da generalidade da imprensa escrita em Portugal. Porque, quando num dos jornais mais históricos do nosso país, uma das cronistas semanais é a filha da Cinha Jardim, algo vai mesmo muito mal...
http://www.havidaemmarkl.com/2005/11/15112005-de-gutenberg-pimpinha.html
sábado, novembro 19, 2005
War of the Worlds (2005)
Por onde anda a magia de Steven Spielberg? Esta é a pergunta que fica no ar, após a visualização deste banalissímo "Guerra dos Mundos". Se dúvidas haviam que a transformação de realizador de culto a realizador do "sistema" (e já não podem acusar o Dias da Cunha de nada), estava em fase final, já não as temos. Porque, por mais dura que seja, a verdade é que "War of the Worlds" é um filme mais que banal, com uma história paternal mais que batida e que apoia toda a sua força na parte audiovisual, na equipa de efeitos especiais. Meu caro Spielberg, com o capital investido nesta produção e com um bom suporte de bases, até o Uwe Boll teria feito um "Guerra dos Mundos" mais interessante em termos de argumento. Porque se um filme fosse apenas efeitos especiais, "Spy Kids" também teria esse nome, o de filme. E repito... a magia de E.T ou de tantos outros com que nos presenteou, por onde anda Sr.Spielberg?
Isto porque, como dizia a velhinha, "eu ainda sou do tempo" em que ir ver uma obra de Spielberg era, logo à partida, ter a certeza que se ia assistir a um grande filme, que nos iria deixar encantados no fim. Foram raras as vezes em que algum outro realizador conseguiu o aplauso da critíca e do público de uma forma tão geral ao longo da sua carreira. Mas pelos vistos, o apocalipse, tão imponente em "Guerra dos Mundos", está para breve. É verdade que a expectativa geral era bastante elevada, mas este "War of the Worlds" saberia sempre a pouco, fosse em que circunstância fosse. E se é completamente indiscutível que um filme não se resume à felicidade ou infelicidade de um final... não havia nada menos óbvio e mais surpreendente que o caminho escolhido?
Quanto ao elenco, e apesar de apreciar o talento de Tom Cruise (nada disso que já estão a pensar), toda a sua representação pareceu-me bastante esforçada e pouco real consoante as situações que supostamente vivia. Tim Robbins esteve bem (mas longe do seu melhor) mas a nota de destaque vai, mais uma vez no CN, para a minha querida Dakota Fanning. Nascida em 1994, ela irá ter, certamente, as dificuldades decorrentes da mudança de idade que se aproxima. Mas não haja dúvidas: Dakota já possui esse dom que define uma actriz: entregar-se à câmara, sem se submeter ao seu poder.
De Spielberg sempre tivemos mais carga dramática e genialidade. Fazer um filme a pensar única e exclusivamente no facto que o seu potencial de marketing será claramente maior que o seu orçamento de produção (e olhem que não foi pouco) não resulta. Spielberg está como Pamela Andersson, ainda dá para aquecer mas não para acordar a meio da noite, meio perdido. Por isso, o rei anda nú. E não há um raio desintegrador que o acorde!
Isto porque, como dizia a velhinha, "eu ainda sou do tempo" em que ir ver uma obra de Spielberg era, logo à partida, ter a certeza que se ia assistir a um grande filme, que nos iria deixar encantados no fim. Foram raras as vezes em que algum outro realizador conseguiu o aplauso da critíca e do público de uma forma tão geral ao longo da sua carreira. Mas pelos vistos, o apocalipse, tão imponente em "Guerra dos Mundos", está para breve. É verdade que a expectativa geral era bastante elevada, mas este "War of the Worlds" saberia sempre a pouco, fosse em que circunstância fosse. E se é completamente indiscutível que um filme não se resume à felicidade ou infelicidade de um final... não havia nada menos óbvio e mais surpreendente que o caminho escolhido?
Quanto ao elenco, e apesar de apreciar o talento de Tom Cruise (nada disso que já estão a pensar), toda a sua representação pareceu-me bastante esforçada e pouco real consoante as situações que supostamente vivia. Tim Robbins esteve bem (mas longe do seu melhor) mas a nota de destaque vai, mais uma vez no CN, para a minha querida Dakota Fanning. Nascida em 1994, ela irá ter, certamente, as dificuldades decorrentes da mudança de idade que se aproxima. Mas não haja dúvidas: Dakota já possui esse dom que define uma actriz: entregar-se à câmara, sem se submeter ao seu poder.
De Spielberg sempre tivemos mais carga dramática e genialidade. Fazer um filme a pensar única e exclusivamente no facto que o seu potencial de marketing será claramente maior que o seu orçamento de produção (e olhem que não foi pouco) não resulta. Spielberg está como Pamela Andersson, ainda dá para aquecer mas não para acordar a meio da noite, meio perdido. Por isso, o rei anda nú. E não há um raio desintegrador que o acorde!
sexta-feira, novembro 18, 2005
Gargalhada Inesquecível (I)
Raiders of the Lost Ark (1981)
Indiana Jones (Harrison Ford), com um ar calmo e despreocupado "despacha" um assustador e maníaco samurai árabe de capa preta, depois de todo o exibicionismo deste, com um simples tiro. Simplesmente genial!
quinta-feira, novembro 17, 2005
Blogue da Semana: Royale With Cheese
Em homenagem a uma das linhas mais famosas de Pulp Fiction, surgiu o título do blogue da semana para o CN, o Royale With Cheese. Actualizado regularmente pelo seu "proprietário", dermot, o Royale With Cheese é um excelente blogue de critíca cinéfila, com um histórico complexo e diversificado de filmes já analisados. Com um original e divertido ranking de votação (desde o expoente máximo, o Royale, até ao Pão com Manteiga), dermot contempla-nos ainda com "top's" cinematográficos ocasionais e excelentes entrevistas. Entrevistas essas que já apanharam diversas personalidades do cinema e da televisão portuguesa, como o humorista e argumentista Nuno Markl ou o realizador Fernando Fragata. Um toque de classe na blogosfera.
Royale With Cheese, peca apenas a meu ver, pelo seu histórico adoptar os títulos criticados em português e não na lingua original. Dificulta e muito a procura de um determinado filme, quando, como no meu caso, não sei 99% das traduções feitas às obras. Mas é uma questão meramente pessoal. Provavelmente haverá muita gente que prefere a listagem tal como está. Mas este é apenas um pequeno pormenor que em nada afecta a excelência deste blogue. E sai um Royale With Cheese para a mesa aqui do canto, se faz favor!
http://www.cinephilus.blogspot.com/
quarta-feira, novembro 16, 2005
The Big Lebowsky (1998)
"The Big Lebowsky", um filme assinado pelos irmãos Coen, narra a história de um homem de meia idade (The Dude) desempregado, que passa os seus dias a jogar bowling e a beber uns copos com os amigos. Um dia e devido a uma infeliz coincidência, vê-se envolvido numa complexa malha de intrigas que envolve um milionário que, tal como ele, também se chama Lebowsky. Dude, de nome de nascença, Jeff Lebowsky, observa perplexamente, mas muito calmamente, não fosse ele o maior preguiçoso de que este mundo já teve memória, a sua casa ser arrombada por dois brutamontes que julgam estar perante o multimilionário Jeffrey Lebowski, no intuito de reaver a dívida que a mulher tem para o pornógrafo Jackie Treehorn.
Com um elenco de peculiares personagens, magistralmente interpretadas por nomes como Jeff Bridges, John Goodman ou John Turturro, "O Grande Lebowsky" mostra-nos como um simples erro de identidade consegue criar uma das mais divertidas e despretenciosas comédias do século XX. Sem cenas forçadas, esquematicamente clichetéticas (mais uma critíca, mais uma palavra que invento para o dicionário de lingua portuguesa) ou ridículas, a dinâmica de uma história simples misturada com a magia daquele duo original Bridges/Goodman, provoca no espectador, por diversas vezes, momentos de riso aberto hilariante e incontrolável. E é mesmo John Goodman, com a sua personagem de sátira aos veteranos de guerra do Vietname, com um espiríto ultra-patriótico e violento, que mais se destaca. Muitos poderiam ter feito o papel de "Dude", mas mais nenhum além de Goodman encaixaria tão bem no papel de Walter Sobchak. Apesar da sua longa e atribulada carreira, arrisco-me a dizer que este foi a personagem da sua vida. Mesmo apesar de ao olharmos para Goodman, o associarmos logo a Fred Flinstone!
Aproveito aqui para deixar uma nota de desagrado à tradução que sempre acompanhou em Portugal a alcunha de "Dude" neste filme: O "Coiso". Já o vi em dois canais diferentes, e nos dois apanhei esta doentia obessessão do tradutor. Não seriam termos como "Bacano" ou até mesmo o mitroso "Sócio" bem melhores que "Coiso"?
Em jeito de conclusão, fica então um filme que prima pela originalidade cómica e por uma banda sonora modernamente nostálgica, que se adequa por inteiro ao espiríto do filme. Temas como "Hotel California" ou "Peaceful Easy Feeling" dos Eagles dificilmente nos saberiam tão bem ao ouvido, como nesta obra dos irmãos Coen. Peca apenas pelo seu final antecipado e repentio, um pouco banal e sem a classe que todo o resto do filme havia mostrado. Nada que estrague o conjunto!
terça-feira, novembro 15, 2005
Recordar é Viver (2 em 1): Cinema & TV em Portugal
"Olá, sou o Albertino, director de uma empresa de distribuição de cinema e sou atrasado mental..." por dubois no dia 18 de Julho, Cinema Xunga.
"Esta frase não é uma citação fidedigna, mas é quase... Quando existe tanto cinema mundial de qualidade e somos brindados com filmes como "O filho da Máscara" ou aquele da Jennifer Lopez que vai estrear, algo vai mal. Desde filmes de qualidade com anos de atraso, à inserção nas salas de todas as comédias românticas que conseguem arranjar (mesmo que não apareça o Hugh Grant), as salas de cinema portuguesas continuam a ser uma desolação sem fim à vista. Já ouvi várias teorias de que temos o cinema que o público merece, mas também não há educação, um certo brio das distribuidoras nacionais. É o sindrome tipicamente português de quem abre um negócio: ganhar tudo de uma vez sem pensar em futuros ou no cliente. A crítica também não ajuda, porque o elitismo tem atingido pontos quase gritantes por parte dos profissionais.O cinema nas nossas salas resume-se a produções em massa baseadas em templates testados e comprovados. Tudo americano e de Hollywood. Cinematografias asiáticas, europeias e sul-americanas quase nem aparecem. E são cinematografias comerciais... Já nem falo em cinema africano, iraniano ou Indiano, já ficava satisfeito com qualquer coisa que não me faça lembrar os actores do Dallas. Não admire que o pessoal "importe" cada vez mais cinema, passando ao lado do circuito nacional da distribuição."
http://cinemaxunga.blogspot.com/2005/07/olo-de-cinema-e-sou-atrasado-mental.html
Podridão nas mentes dos responsáveis pelas estações televisivas públicas portuguesas por Miguel Batista no dia 3 de Setembro de 2005, Black Spot.
"A TVI acaba de comprar Kill Bill vol.1. Isto seria uma boa notícia se falássemos de um canal civilizado, num país civilizado, que desse a atenção necessária à cultura e à arte. O que nos parece Kill Bill à primeira vista? Exacto, apenas mais um filme de acção, espadas e samurais, ou seja, mais um para a TVI enfiar nas tardes de domingo a ocupar o lugar entre os filmes sobre cães que falam ou praticam algum desporto e alguma comédia rasca, ou num dia mais convencional, os Morangos com Açúcar. Se assim não for, anunciarão o filme para a meia-noite e começará às duas da manhã. Como se isso não bastasse, o formato original do filme não irá com certeza ser cumprido, pois nenhum filme o faz na TVI, e somos bombardeados com uma retalhação do filme em pedaços de 20 minutos que estão dividos em épicos intervalos, isto já para não falar naquelas linhas de texto que passam na parte superior do ecrã a anunciar outros programas que irão dar mais tarde ou noutro dia, programas esses que infelizmente o público em geral gosta de ver, e enqunato assim for, não andaremos para a frente. Quando falo da TVI, posso falar igualmente da SIC, só a RTP1 tem mostrado evoluções nesse aspecto, e a 2: que, apesar de exibir poucos filmes, quando os exibe, passa-os sem interrupções e no formato original.Posto isto alguém vai ter vontade de ver Kill Bill? Mas infelizmente não é só com Kill Bill que isto acontece, ou vai acontecer. Filmes de qualidade que existem nos arquivos das televisões portuguesas (The Godfather, Adaptation., Ying Xiong) sofrem o mesmo ou pior tratamento. Ouvi uma vez a TVI a anunciar The Godfather a ter início às 2 da manhã e a SIC anunciar Adaptation à 1. Deparando-nos com este cenário, e pensar que em substituição destes filmes são exibidos milhares de vezes filmes sobre cães ou telenovelas. O que se aproveita afinal da programação de todos estes canais começa sim lá para as 2 ou 3 da manhã. E isto porquê? Porque as audiências podem ser desviadas para outros canais enquanto passa um bom filme ou uma boa série? Assim nunca andaremos para a frente. E a conversão do formato de widescreen para fullscreen é uma estupidez, se bem que a RTP1 tem vindo a evoluir nesse aspecto. Digo isto porque o último filme que vi na estação (Irreversible, de Gaspar Noé) foi bem tratado, mantendo o seu formato original e, embora retalhado, os intervalos não tinham duração épica nem passavam frases na parte superior ou na inferior do ecrã a anunciar outros programas.Onde quero eu chegar com tudo isto? Que ver cinema na televisão é algo pobre e nada produtivo hoje em dia. Quem realmente gosta de cinema, deve ver os tais filmes em DVD ou no cinema, e mesmo assim, isso não é facilitado, estando os DVDs e os bilhetes de cinema cada vez mais caros. O cinema em Portugal é considerado apenas um passatempo hoje em dia, facto que é lastimável. Em que país vivemos?"
http://miguel12.blog-city.com/podrido_nas_mentes_dos_responsveis_pelas_estaes_televisivas_.htm
segunda-feira, novembro 14, 2005
Sondagens & Mariquices
Serve este post, antes de tudo, para agradecer a todos aqueles que regularmente têm visitado o Cinema Notebook. Um ainda maior agradecimento da minha parte para os que participam nos comentários e tornam este meu "hobbie" num verdadeiro prazer. É a pensar em vocês e para vocês que todos os dias (ou quase) venho cá deixar o meu testemunho e reflexão sobre algo relacionado com o cinema. Saber que o faço para alguém e não só para mim, torna-o fácil e divertido. Como tal, muito, mas mesmo muito obrigado. Vocês são os maiores do mundo, e já diz o nosso lema, "que nunca vos falte gaijas boas!". Ah claro, e a vocês meninas, que nunca vos falte também nada do que precisam!
Assim sendo, aproveito para anunciar que cada visita diária ao CN será agora um ainda maior contributo para a vossa cultura e conhecimento. Como podem confirmar no menú do lado direito, o Cinema Notebook conta agora com três novas secções (Frase do Dia, O Dia de Hoje na História e Hoje faz anos...), actualizadas diariamente de modo automático pelo site responsável pelas mesmas (envolveu um acordo de vários milhares de euros). Já não têm desculpa para não passar por cá todos os dias! Ou então arranjo maneira de me devolverem tostão por tostão todo o capital investido nestas novas aquisições.
Foi também criada uma secção de votação mensal, que já está neste momento on-line. A pergunta deste mês de Novembro é sobre um dos canais temáticos da SIC, a SIC Comédia, mais propriamente sobre os programas que mais frequentemente vocês costumam pregar os olhos. E atenção, é uma sondagem que permite uma ou mais escolhas da vossa parte. Toca a votar!
Aquele abraço,
Knoxville!
Assim sendo, aproveito para anunciar que cada visita diária ao CN será agora um ainda maior contributo para a vossa cultura e conhecimento. Como podem confirmar no menú do lado direito, o Cinema Notebook conta agora com três novas secções (Frase do Dia, O Dia de Hoje na História e Hoje faz anos...), actualizadas diariamente de modo automático pelo site responsável pelas mesmas (envolveu um acordo de vários milhares de euros). Já não têm desculpa para não passar por cá todos os dias! Ou então arranjo maneira de me devolverem tostão por tostão todo o capital investido nestas novas aquisições.
Foi também criada uma secção de votação mensal, que já está neste momento on-line. A pergunta deste mês de Novembro é sobre um dos canais temáticos da SIC, a SIC Comédia, mais propriamente sobre os programas que mais frequentemente vocês costumam pregar os olhos. E atenção, é uma sondagem que permite uma ou mais escolhas da vossa parte. Toca a votar!
Aquele abraço,
Knoxville!
domingo, novembro 13, 2005
Flightplan (2005)
Nota de Redacção: Estou revoltado! Demasiado revoltado para conseguir escrever uma critíca séria, que não exprima as razões da minha ira. Assim sendo, o leitor fica já sabendo que este primeiro parágrafo da minha análise estará todo ele repleto de spoilers (a vermelho). Caso não tenha visto o filme, o melhor será mesmo passar directamente para o segundo.
Para mim, o cinema deve ser sempre apreciado e não analisado. Como tal, fui sempre dos que defendi que não devemos nunca procurar aquelas pequenas falhas no argumento, mas sim desfrutar da sua emoção, acção e paixão. Mas querer apreciar "Flightplan" sem pensar no enorme e giganteco (existem mais uns 230, mas desses estamos já nós habituados) buraco de argumento que este acarreta, é pedir ao público que lhe seja aviado um atestado de burrice! Como é possível todo aquele plano estar dependente de alguém no avião ter ou não visto a miúdinha? Se alguém a tivesse visto (99,99% de probabilidade, apesar de não ser isso que está aqui em conta), ia o plano todo pelo canudo? Isto para não falar de todos os outros buracos, que mais uma vez digo, não gosto de procurar mas que são atirados para a fronha dos espectadores a 900 kms/h, como o comandante naquela situação lembrar-se de contactar primeiro uma morgue em Berlim (e vejam lá acertou em cheio) do que o aeroporto e saber se tinha sido feito ou não o check-out e verificação de cassetes de segurança, para confirmar a presença ou não da miúda. Quando, como vimos, não é feito o minímo esforço para esconder tais anormalidades da audiência, como poderemos nós ficar satisfeitos com o resultado final?
Começemos então do ínicio para aqueles que não estão ainda familiarizados com a história do filme. "Flightplan" retrata o pânico e desespero de Kyle (a brilhante Jodie Foster) num avião enorme (que por acaso, coicidência das coicidências, ela tinha ajudado a construir) ao se aperceber que a sua filha desapareceu do assento a 10.000 metros de altura e que ninguém é capaz de a encontrar, pior ainda, ninguém se lembra de a ter sequer visto. Tendo em conta que o registo da criança não consta na lista de passageiros, as hospedeiras, capitão e um marshall aéreo começam a duvidar da sua sanidade mental, ainda para mais quando esta está sobre um trauma imenso devido à morte recente do seu marido.
Com uma premissa mais que interessante, a "Flightplan" faltou apenas um realizador experiente, que soubesse disfarçar minimamente as abissais crateras do argumento e que conseguisse criar, por mais algum tempo, a dúvida no espectador. Robert Schwentke, dedica-te à pesca! Com tanto potencial, derivado de um empolgante ponto de partida e de um elenco fantástico, é triste olhar para o resultado final deste "Pânico a Bordo". Sean Bean, apesar de ter um papel mais secundário, é fantástico e será, certamente, nos próximos tempos, um actor muito desejado. Quanto a Peter Sarsgaard, de actor têm mais do que devia. Pena é, isto não ser um elogio. Não consigo olhar uma única vez para ele, seja em que filme fôr, e não notar o seu medo perante uma câmera, sem nunca conseguir fixar um olhar. Isto é mais que evidente nas cenas em que o mesmo está em segundo plano. Tentem reparar, se ainda forem ver este filme ao cinema, que Sarsgaard está sempre, mas é sempre, a olhar para o chão com um olhar vazio. Tudo o resto está lá, sendo mesmo um actor intensamente dramático, mas falta-lhe essa intimidade com a camerâ, que, neste mesmo exemplo, podem notar em Sean Bean.
Quanto a Jodie Foster, merece um parágrafo apenas para ela. O seu nome é suficiente para atrair qualquer um ao cinema e dar a qualquer obra, um pré-rótulo de qualidade. O seu desempenho é brilhante e poderoso, conseguindo mesmo, em certos momentos, transmitir ao receptor, o pânico que supostamente sente. Triste é que os argumentistas desta obra não façam justiça ao talento de Foster, acabando mesmo por a utilizar como recurso de acção para um final esgalhado da mente de alguém muito, muito panasca. Porque até ao terceiro quarto de filme, Jodie Foster arrasou completamente, tanto dramaticamente como psicológicamente qualquer um de nós. Pena é que Robert Schwentke e colegas tenham estragado tudo o que tinham planeado até então, para no último quarto do filme, usarem a maneira mais fácil para terminar qualquer filme clichento (será que existe este termo?), baseando-se apenas em Foster e esquecendo-se que esse mesmo final iria criar em todo o resto do filme impossibilidades enormes para esse mesmo desfecho.
"Flightplan" é então, até agora, a maior desilusão do ano. Nem que seja pelo facto de ter posto Jodie Foster K.O. por mais uns tempos. E já repararam que tanto este como "Red Eye" de Wes Craven são completamente estragados pelas suas terríveis partes finais? Vou tentar dar a nota a este "Pânico a Bordo" esquecendo um pouco a sua falha de credibilidade na história, pois fosse este factor disfarçado e "Flightplan" teria sido bastante aceitável. Só me aptece é ladrar... e morder alguém!
sábado, novembro 12, 2005
The Descent (2005)
Um ano depois de um grave acidente de viação que tirou a vida ao marido e filha, Sarah (a até agora desconhecida Shauna MacDonald) decide juntar-se a cinco amigas e partir numa aventura a uma misteriosa caverna. Mas, como seria de esperar, senão não havia filme pessoal, rapidamente começam a ocorrer os primeiros problemas. Não vos vou dizer absolutamente nada sobre estes, pois provavelmente estragaria-vos o filme. Posso-vos dizer apenas que supostamente nunca ninguém havia explorado aquela caverna e que ninguém sabia que estas seis mulheres lá estavam. À medida que o tempo de sobrevivência vai escassando as raparigas lá precisam de regressar aos seus instintos mais primários e lutar sem tréguas pela sobrevivência (nem imaginam vocês porquê!). Velhas feridas descobertas, perigo constante ... e finalmente, nos últimos tempos, um bom filme neste género.
"The Descent" (que espero que na futura tradução para português mantenha o mistério do título original e não estrague tudo com um "título-spoiler") é um passo enorme para o realizador britânico Neil Marshall, autor de "Dog Soldiers", bem aceite então pela critíca, mas que não tive ainda o prazer de visionar. Este terá sido o seu salto definitivo para o reconhecimento, pois "The Descent" já foi considerado pela maior parte da critíca internacional como o melhor filme de terror do ano. Certo que o é, ou será para muitos, devido à fraca qualidade da maior parte da "escumalha" (nesta altura devia ter cuidado com esta palavra) que tem sido feita, mas "The Descent" tem, também, muito mérito.
A banalidade da ideia base do argumento é combatida com muito sangue, muito claustrofobismo e muita, muita escuridão. E qualquer um destes aspectos mantêm um constante crescimento durante o filme, o que nos entusiasma e seduz. Mas, nem tudo são rosas. Todo o factor psicológico parece desaparecer a meio do filme, com um enorme e brilhante susto (um dos melhores momentos do ano, a lembrar uma cena de "Silêncio dos Inocentes" ou mesmo de "The Blair Witch Project"), passando todo o inexplicável a instantemente explicável e terrivelmente violento. Foi uma dipolaridade de sentimentos - por um lado extremamente feliz e arrepiado com o terrível susto que havia tomado, por outro extremamente triste por todo o terror psicológico passar, a partir daquele momento, a físico - que mais tarde, com tanta escuridão, foi atenuada. Ou seja, a mistura claustrofobia/escuridão conseguiu ser suficientemente psicológica para me agarrar.
Podem achar o que disse anteriormente extremamente confuso, mas é muito difícil falar de "The Descent" sem revelar uma única das muitas surpresas que vos vão acontecer. O melhor será mesmo partirem para esta aventura como eu: completamente às escuras (ora, nem mais nem menos) sobre o que ia ver. Como tal, resta apenas mencionar a excelente performance de todo o elenco, cheio de garra e emoção e do trabalho tecnicamente irrepreensível de Neil Marshall. Pena não poder discutir aqui o seu final, bastante ambíguo, que irá certamente originar diversas teorias. Tal como li num local de critíca, "The Descent" "não será propriamente uma obra-prima do terror mas estará seguramente num patamar que é inacessível para a grande maioria das produções mainstream de Hollywood." Mai nada!
sexta-feira, novembro 11, 2005
quinta-feira, novembro 10, 2005
Dark Water (2005)
O argumento de "Dark Water" traz poucas novidades: uma mãe divorciada disputa a custódia da filha com o ex-marido, refugiando-se, por razões económicas, num prédio degradado, onde se confronta com um bizarro porteiro (um Pete Postlethwaite perturbante) e com misteriosas infiltrações e inundações de uma água escura. Tudo se adensa com uma história da fantasmática presença de uma criança abandonada pelos pais naquele mesmo prédio e com os problemas mentais de Dahlia (a brilhante e bonita Jennifer Connelly), que a acompanham desde miúda, devido também, coicidência das coicidências, a uma infância infeliz e problemática.
Mesmo sem conhecer o original japonês de Hideo Nakata, diz quem o viu que haverá fortes coincidências na criação de atmosferas e na construção de cenários. Mas importa destacar que a principal força do filme reside no ambiente de paranóia prevalecente, obrigando a protagonista a um complexo percurso de terror, que atrai o espectador, não pelo seu nível assustador, mas como disse anteriormente, pelo ambiente paranóico criado em volta das personagens. Ou seja, se era suposto aterrorizar o espectador, então os objectivos não foram alcançados, pois desde o "flashback", mostrando a protagonista em criança, abandonada pela mãe, até aos passos no andar de cima e as omnipresentes águas que caem em gota ou em catadupa, tudo apresenta um terror exposto, denunciado, explicado, logo, muito pouco "terrífico".
Ganha muitos pontos toda a história, com a coragem implicíta de um final difícil e pesado, contrariando o costume, em que tudo fica bem e resolvido. Não foi usado, como é costume no género, um final aterrador, repleto de acção mas previsível, em que já sabemos quem irá triunfar no fim. Escolheu-se o caminho díficil, imprevisível e possivelmente bastante triste para o espectador, mas que ao mesmo tempo, reflecte o seu lado moralista de amor, num filme, que supostamente, não teria esse objectivo à partida. Depois das desilusões que foram os "remakes" de "Ringu" e "The Grudge", aposto que mesmo tendo visto o original, este "Dark Water" não me teria desiludido. E isso já é um bom começo, para os mais que comuns e recentes remakes americanizados do mercado oriental. Mas como uma cópia é sempre pior que o original (já dizia o nosso Mourinho!), lá vou eu procurar algures por aí a obra de Nakata.
terça-feira, novembro 08, 2005
Mas que raios...
Segundo o meu contador de visitas da Seo-Blog, este é o top ten de palavras ou expressões usadas em vários motores de busca que direcionaram alguns infelizes para o meu blog, pelos vistos, bastante enganados e distantes do objectivo principal:
10 - Video Carla Matadinho
9 - Carla Matadinho Sorte Nula
8 - Sorte Nula Carla Matadinho Video
7 - Posições Estranhas Kamasutra (realmente fantástico... o meu blog está muito à frente!)
6 - Triumph Isabel Figueira
5 - Carla Matadinho Nua
4 - Matadinho / Isabel Figueira Triumph
3 - Rachel McAdams (O quê?? O nome de uma verdadeira actriz levou alguém ao CN? Sinto-me ultrajado!)
2 - Bond Girls
1 - Carla Matadinho
Ou seja, o Cinema Notebook é oficialmente, de hoje em diante, considerado um marco no refriamento de qualquer acção masturbadora por parte de por"tugas" rebarbados. E de um ou outro ucraniano. Viva o CN!
Ah é verdade, e provavelmente com este post lá vamos enganar mais uns quantos no Google ou no Sapo.
Top 10 Keywords (para aumentar o suspanse, começamos pelo fim!)
10 - Video Carla Matadinho
9 - Carla Matadinho Sorte Nula
8 - Sorte Nula Carla Matadinho Video
7 - Posições Estranhas Kamasutra (realmente fantástico... o meu blog está muito à frente!)
6 - Triumph Isabel Figueira
5 - Carla Matadinho Nua
4 - Matadinho / Isabel Figueira Triumph
3 - Rachel McAdams (O quê?? O nome de uma verdadeira actriz levou alguém ao CN? Sinto-me ultrajado!)
2 - Bond Girls
1 - Carla Matadinho
Ou seja, o Cinema Notebook é oficialmente, de hoje em diante, considerado um marco no refriamento de qualquer acção masturbadora por parte de por"tugas" rebarbados. E de um ou outro ucraniano. Viva o CN!
Ah é verdade, e provavelmente com este post lá vamos enganar mais uns quantos no Google ou no Sapo.
domingo, novembro 06, 2005
Double Team (1997)
Apesar de ser um dos melhores agentes anti-terrorista, Jack Quinn (Jean-Claude Van Damme) quer largar o mundo de espionagem. Mas, na sua última missão, acaba por falhar o alvo - o perigoso e enigmático terrorista Stavros (Mickey Rourke) - e perde tudo numa fracção de segundo. Quinn acorda na "Colónia", uma espécie de prisão para espiões que são demasiado perigosos para estarem à solta, mas valiosos demais para serem aniquilados. Agora a sua família tornou-se o alvo da mortífera vingança de Stavros e só um homem consegue colocar Quinn de volta em acção: Yaz (Dennis Rodman), um traficante de armas com um gosto especial pela destruição e por se meter em sarilhos. Embora não pertençam a nenhum exército e não se guiem pelas normas, juntos formaram para mim, sem dúvida, uma das duplas mais divertidas dos "action-flicks" da já longa história do cinema. E sem qualquer dúvida, tornaram este, no melhor e talvez único filme "comestível" de Jean-Claude Vand Damme.
Completamente arrasado pela critíca e pelo público em geral, não tenho quaisquer problemas em afirmar que "Duplo Team" divertiu-me e extasiou-me imenso, cada uma das vezes que o vi e voltei a ver na televisão portuguesa. E muito menos em afirmar algo que foi reconhecido por todos, mesmo pelos que o criticaram: a realização do então estreante em Hollywood (apesar de uma carreira já longa no género no mundo oriental) Hark Tsui conta com momentos geniais e com um ritmo absolutamente frenético. E até Dennis Rodman, com uma personagem que se confunde completamente com o próprio, esteve ao seu melhor nível (nada de especial mesmo assim) e não desiludiu nada, contribuindo mesmo e muito para o "franchising" e "venda" do filme.
Como tal, e a meu ver, "Double Team" é dos filmes mais injustamente sub-valorizados dos anos 90. Como é óbvio, não o poderemos comparar a filmes de "cérebro mode-on", mas quando vemos filmes do género, claramente mais fracos, com piores realizações mas com um elenco que não conta com Van Damme ou Stallone serem bem ou medianamente aceites por quem os vê, não estará na altura de perguntar simplesmente "Porquê?" e afirmar que é bom ser rasca e diferente. Todos criticam quando aparece algo de diferente, eu critico normalmente neste estilo ser sempre tudo o mesmo, sem ideias inovadoras e "comic reliefs" como este filme teve. E fica a pergunta... Será que existe algum de vocês que nunca tenha visto o nota 8 "Double Team"?
Nota de Redacção: Sim, a capa do filme é completamente aberrante!
sexta-feira, novembro 04, 2005
Blogue da Semana: Escrever Cinema
Escrever Cinema, de Daniel Pereira, é, sem qualquer margem para dúvidas, em termos de diversidade histórica das suas critícas de cinema, o mais completo local da blogosfera nacional. Sempre com a devida contextualização histórica, fundamental em qualquer análise, Daniel Pereira fala-nos, perdão, escreve-nos sobre os mais diversos filmes, das mais variadas alturas e culturas.
Com um conteúdo nostálgico e raro de encontrar, em português, seja onde fôr, tomamos conhecimento ou reconhecimento de filmes muitas vezes esquecidos, mesmo na memória dos mais acutilantes e aguerridos cinéfilos. Com um visual simples e despreocupado, uma escrita correcta e completa, Escrever Cinema é um marco na blogosfera devido à sua diversidade e raridade, no que toca a filmes revisionados, pecando apenas, pela falta de uma lista na página principal desses mesmos filmes anteriores já comentados, que permitiria uma melhor navegação pela totalidade histórica do blogue. Assim sendo, Escrever Cinema, deve passar a ser, para todos vós que ainda não o conhecem, um lugar de visita usual obrigatória. Actualização constante, garanto-vos, não vos irá faltar.
http://escrevercinema.blogspot.com
quarta-feira, novembro 02, 2005
The Glass House (2001)
Quando os pais de Ruby (Sobieski) e Rhett morrem num acidente de automóvel, a sua despreocupada vivência de adolescentes cai por terra. Mudar-se para a incrível casa de Malibu dos Glass (velhos amigos e vizinhos da família) parece ser o princípio de uma nova vida para eles. Mas Ruby depara-se pouco depois com informações que a levam a suspeitar que os seus novos tutores podem ter alguma coisa a ver com a morte dos pais. Agora, ela vê-se sozinha num duelo com o implacável e terrível casal. A razão? Ela é o único obstáculo entre o casal e a herança de quatro milhões de dólares que os seus pais deixaram.
Rotulado de assustador thriller psicológico, "The Glass House" foi a minha escolha para o dia das bruxas. Com Leelee Sobieski, Diane Lane e Stellan Skarsgard, pensei, efectivamente, que o rótulo, o título e este elenco me proporcionasse uma boa sessão de cinema, de acordo com o dia em que estava. Desde o seu início, com um ritmo elevado, "A Casa de Vidro" poderia ter sido muito, mas muito melhor, não tivesse o seu realizador caído na tentação de fazer tudo bater certo, de forma completamente previsível e com um final que agradasse a gregos e a troianos. Com excelentes rasgos de genialidade em algumas cenas, que realmente provocaram alguma tensão, o desfecho e as suas causas são praticamente perceptíveis desde o primeiro quarto de hora. Foi pena que o realizador não tivesse confiado na audiência e tentado fazer algo de inesperado, em vez da "porcaria" do costume, que agrada aos produtores. Melhores tempos virão. Por agora, e principalmente pelo bom desempenho do trio principal, sai uma sequência (5/10) para "A Casa de Vidro"!
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