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quinta-feira, junho 26, 2025

Mare of Easttown (2021)

Um filho que se suicidou, divórcio por consequência, assassinatos adolescentes, raptos, roubos, viciados em droga, sem abrigos, amigas com cancro, lutos, dilemas parentais e batalhas pela custódia de crianças. Caramba, o mundo em torno desta Mare (Kate Winslet) de Easttown, polícia de aldeia, é uma salganhada tal que fiquei mais animado e tudo de estar de baixa, enfiado no sofá há quatro dias, devido a um simples e inocente acidente de bicicleta. Realização segura, interpretações de elite, mistério e ritmo narrativo na cozedura certa. Alguma preguiça na construção e na revelação dos grandes ganchos que reviram a história do avesso, mas muita coragem lá pelo meio em tomar decisões chatas - nada como um tiro em cheio na testa para provar, uma vez mais, que ninguém ganha nada em se apaixonar na tela e no ecrâ pela Kate Winslet nos últimos trinta anos.

terça-feira, junho 10, 2025

Black Mirror: USS Callister Into Infinity (2025)

Skepticism was inevitable: how do you follow up on one of Black Mirror’s most iconic and beloved episodes? Well, it seems the answer was pretty simple afterall: with more ambition, more heart, more runtime and, surprisingly, the same fun. "Into Infinity" doesn’t just live up to the original, it honestly kind of elevates it, expanding the universe of the first with confidence and creativity. There’s still that signature Black Mirror edge, but it’s wrapped in warmth and wonder, all over again. Rooting for another "Callister" comeback, a real life "Inside Out" now! Really great seventh season overall, too bad you can only get the first four seasons to your shelves. STOP killing physical media!

domingo, junho 08, 2025

Black Mirror: Eulogy (2025)

É capaz de ser a melhor performance de um actor na história da série de antologia de Charlie Brooker. Paul Giamatti é soberbo na indiferença e na fúria, no saudosismo e no arrependimento, carregando o episódio todo às costas, fazendo-o funcionar no meio das suas imperfeições narrativas, tornando-o extremamente eficaz com um simples conjunto de expressões faciais após a leitura daquela carta. Uma carta perdida que transformou duas vidas, que matou um amor. O amor perdido num arrependimento que se revela a mais amarga de todas as desgraças. Bateu forte, fortemente, a infinita tristeza.

quarta-feira, junho 04, 2025

Black Mirror: Hotel Reverie (2025)

É o "San Junipero" da loja dos trezentos feito por um qualquer ChatGPT desta vida, moldado aos novos remakes que baralham e voltam a distribuir cartas de género, raça ou orientação sexual conforme vontade do freguês, passado num filtro a preto-e-branco para piscar o olho a cinéfilos e saudosistas. Mais um conceito tecnológico explorado às três pancadas e pobremente explicado, numa performance quase sempre pouco convincente de Issa Rae. Felizmente aquele "Suite Bergamasque" ao piano salva tudo e mais alguma coisa, entre onde entrar.

segunda-feira, junho 02, 2025

Black Mirror: Common People (2025)

É um belo regresso da "jovem" Ally Pankiw à realização de um episódio da série de antologia de Charlie Brooker, depois do muito aclamado "Joan Is Awful" com a Salma Hayek da temporada passada. Uma tristíssima história de amor, entre "gente comum" - interpretações simples, mas brilhantes, de Chris O’Dowd e Rashida Jones -, que satiriza de forma neo-tecnológica uma série de problemas dos nossos dias: da mais óbvia "pirâmide" de subscrições de qualquer serviço, seja para evitar publicidades ou obter melhor qualidade - o trágico Plus - à crítica aberta a um modelo de gestão de saúde que só protege quem tem condições e dinheiro para o sustentar. Isto tudo claro, sem esquecer, os "Onlyfans" desta vida. E sim, sou Letterboxd Patron e, por isso, refém deste escalar impossível de resistir da pirâmide.

domingo, dezembro 29, 2024

Adolescence (S1/2025)

Cada episódio tem um objectivo, um foco, uma perspectiva, um espaço temporal. Mais intima no seio da família, mais ampla no impacto em todos os que rodeiam esta família, seja na escola ou na comunidade. Cada episódio é um prodígio a nível técnico na complexidade dos seus quatro longos planos sequência em quatro episódios. Mas não se deixem enganar pelo brilho e pela astúcia das ferramentas e das luzes do espectáculo de magia: aqui o verdadeiro objecto de contemplação está nos mágicos - do filho ao pai, Stephen Graham, enorme, gigantesco naquela cena final - e na história que ambos vivem. Não há heróis nem vilões, não há lições de moral, não há reviravoltas inesperadas, não há nada que vá de encontro às nossas expectativas quando entramos na espiral de um crime. Pais que me estejam a ler: eu sei que vocês estão a fazer o vosso melhor. O mundo é que está todo f*dido.

domingo, dezembro 08, 2024

Zero Day (S1/2025)

É uma salganhada de ideias que apenas funciona no primeiro e no último episódio. No primeiro porque tudo é mistério, tudo é novidade, e o conceito apocalíptico promete muito mais do que aquilo que acaba por entregar, e no último porque dão palco - e púlpito - a Robert De Niro para brilhar, finalmente, sozinho. Não faltam analogias ao estado político actual dos Estados Unidos, como é óbvio, mas toda a conspiração é tão mal orquestrada e escrita pela equipa de guionistas que nem uma realização ousada a espaços consegue compensar a confusão, a falta de ritmo e o aspecto deslavado e insonso de quatro episódios intermédios que pouco ou nada serviram para agarrar e convencer o espectador. "24" fê-lo muito, muito, melhor, várias temporadas, durante muitos, muitos, mais episódios para "encher". Amiguinhos, é meter o dinheiro debaixo do colchão e esperar que venha um ex-presidente salvar o mundo, como aqui.

sexta-feira, novembro 29, 2024

The Penguin (S1/2024)

Quanto o Batman acordar da sesta vai ter muita coisa para resolver em Gotham. Ao contrário da grande maioria do público, achei que foi exactamente o episódio final que afastou esta primeira temporada de um nível superlativo no género e no formato: duas decisões patetas com pouca ou nenhuma justificação para tal - principalmente a que deixa Sofia, digamos, nos holofotes da vida -, uma para permitir que a coisa se prolongue por (pelo menos) mais uma temporada, a outra para dar o carácter de choque inesperado ao finale, algo tão bem conseguido em vários outros episódios sem parecer extremamente forçado como aconteceu aqui. Casting brilhante, dos mais pequenos rufias aos mais gordos coxos - irreconhecível Farrell -, mas destaque absoluto para o papelaço de Cristin Milioti, numa personagem tão ambígua quanto complexa. Venha de lá a gata assanhada e o morcegão, se faz favor.

quarta-feira, novembro 20, 2024

O Clube (S1/2020)

- Isto é um clube, não é um bordel. - Paizinho, os tempos mudaram. José Raposo, cabeça rapada, um senhor actor no meio de tanta criança. E nem sequer estou a fazer uma piada relacionada com a sua vida pessoal. O Viana é capaz de ser uma das melhores personagens da sua carreira. Vera Kolodzig interpreta, a maioria das restantes dá o corpo ao manifesto, a Margarida Vila-Nova é vilã a tentar ser vilã, demasiado (es)forçada num papel que não lhe assenta. Os episódios podiam ser mais curtos para conseguirem manter o ritmo e o interesse de forma constante, mas ninguém se queixa de ver tanta mulher bonita naqueles trajes. É como se o meu feed de Instagram estivesse constantemente com uma lingerie sexy. Olha que chatice!

segunda-feira, novembro 11, 2024

Veronica Mars (S4/2019)

Oito episódios para matar saudades daquela paixoneta de adolescência. Da miúda de cara laroca e humor sarcástico, mas também de um universo noir muito peculiar - ou pelo menos parte dele - criado por Rob Thomas. Pouco detalhes restam das boas memórias que ficaram das três temporadas que atiraram Kristen Bell para os lobos em Hollwyood há vinte anos, mas também do filme que em 2014 apareceu inesperadamente para gáudio dos marshmallows como eu. História competente, J. K. Simmons lá pelo meio, final explosivo - no sentido literal também -, um encerrar de cortinas que não envergonha o legado de uma personagem marcante no histórico televisivo desta casa. Segundo os sites da especialidade, os críticos adoraram, os fãs nem por isso. Pudera, já não se pode matar ninguém à vontade.

sexta-feira, dezembro 08, 2023

Arkitekten (S1/2023)

Quatro episódios de vinte minutos que passam num instante, num formato muito interessante que permite compartimentalizar vários momentos narrativos chave num produto de duração semelhante ao de uma longa metragem. Uma mão cheia de liberdades criativas que tanto lhe conferem uma aura de distopia minimalista como lhe retiram algum dramatismo e impacto emocional - um bom exemplo disso é aquele rap inesperado no final do segundo episódio -, numa história que alia os problemas dos dias de hoje com as tecnologias do amanhã. Rendas pagas em criptomoedas, bancos virtuais, atendimentos ao cliente sem presença humana, acidentes de trabalho que salvam vidas, o brutalismo - a beleza do cimento - e os sistemas baseados na confiança. Um parque de estacionamento que serve de casa, uma banheira que serve de cama, um futuro que não serve a ninguém. Mas enfim, nada que uma fraude de seguros não resolva.

sábado, dezembro 02, 2023

Middleditch & Schwartz (S1/2020)

I really, really, really wanted to love this. But I didn't. Improv - if it was really improv at all, as they "randomly" pick up four guys on a really well placed balcony seemingly made for the cameras to be able to get a lot of angles - was most of the time not funny at all and, worse, the duo were uncharismatic and uncomfortable as hell. Letterboxd, you tricked me on this one!

terça-feira, novembro 14, 2023

Brawn: The Impossible Formula 1 Story (2023)

It's a very well made and balanced four part documentary, but even though I love Keanu Reeves, there was no need for all the swearing on his part conducting the show. Jenson Button looks like a really cool and decent person. I'll be back to Formula One when the Flying Dutchprick reign is over.

sábado, agosto 05, 2023

Hijack (S1/2023)

Idris Elba em piloto automático numa narrativa de contornos absolutamente patéticos para qualquer cinéfilo com conhecimentos básicos em torno do universo aeronáutico - tanto a nível de pilotagem como de controlo de tráfego aéreo. Não vos minto quando vos digo que já vi uma mão cheia de filmes série B, feitos com meia dúzia de tostões e com calmeirões toscos ao comando, mais credíveis nesta vertente do que esta série do mesmo autor/guionista de "Lupin". Mas mesmo tirando isso da equação, tudo o resto, da intriga corporativa ao jogo político no chão, ao desenrolar dramático dos acontecimentos do ar, é de uma banalidade atroz, ocasionalmente surpreendente mas raramente convincente. Apertem os cintos e preparem-se para a colisão; afinal nem tudo o que Elba toca transforma-se em ouro. Pior do que andar naqueles lugares sem janela da Ryanair.

sábado, junho 10, 2023

Black Mirror: Demon 79 (2023)

Outro episódio que pouco ou nada está relacionado com o espírito original de "Black Mirror", mas que ao menos consegue cativar-nos com uma atmosfera de terror retrocool extremamente bem construída, um elenco competente sem estrelas de renome - destaque óbvio para a pouco conhecida fora do Reino Unido Anjana Vasan -, um estilo de humor que funciona dentro das suas limitações óbvias e uma banda sonora que nos deixa a bater o pé ao de leve no chão da sala. Narrativamente a escolha das vítimas - tirando a primeira que surge do acaso - e o próprio final é previsível que dói, mas enfim, já estamos por tudo quando o caminho nem sempre passa pelas distopias sci-fi.

quinta-feira, junho 08, 2023

Black Mirror: Mazey Day (2023)

Se fosse um episódio de "Masters of Horror", a malta envolvida por detrás da ideia de "Mazey Day" cumpriria os mínimos olímpicos com relativa facilidade para se qualificar para futuros episódios da série de antologia de terror. Como capítulo do universo "Black Mirror", a história realizada pela alemã Uta Briesewitz não faz qualquer sentido. Sim, percebemos a crítica social que envolve a pressão dos paparazzi e o culto das celebridades; mas caramba, ficaste sem ideias relacionadas com a complexa envolvente relacional entre a humanidade e a tecnologia, Charlie Brooker? Não é uma questão do episódio ser bom ou não - não é nada de especial para dizer a verdade, assentando toda a sua força numa singela reviravolta; é apenas o equivalente a colocar o Messi num campo de basquetebol. Cada um para o que nasceu, se faz favor!

terça-feira, maio 30, 2023

Black Mirror: Joan is Awful (2023)

Toca a lançar a petição: o ânus da Salma Hayek merece respeito. Meta a ser meta, dentro de um meta que desconhece, mais de um século de arte e de história resumidos a uma aplicação - ah Netflix, ainda gozas com a malta como eu que adormece a olhar para as suas prateleiras repletas dos mais variados formatos físicos -, o ódio como força motivadora mais forte que o amor, a inteligência artificial que começa a dominar o mundo e o Charlie Broker uma vez mais a antecipar o futuro. Falo do que fez com a carreira da Salma Hayek, claro. Porque o raio dos computadores a tomarem conta do planeta e das indústrias de entretenimento, bem, é mais presente do que futuro. Agora toca a ir ler os termos e condições do vosso contrato com a Netflix antes que dê asneira.

quarta-feira, abril 19, 2023

Tulsa King (S1/2022)

What a gripping crime thriller debut television experience for good old mobster Sylvester Stallone. Taylor Sheridan ("Sicario", "Hell or High Water" or "Wind River") as the mastermind behind the show - and that means some serious writing quality - and Sly doing almost all the heavy lifting around the drama without blinking an eye. Love to root for a character whose goals and means to achieve them are as fishy as they can get - to say the least. It almost feels nostalgic nowadays. Power. Corruption. And fuc*ing loyalty. If loyalty doesn't come first with Dwight Manfredi, you're screwed. Some intense and well-executed action sequences and some stylish visuals. Let's hope season two - new showrunner and different set locations, due to extreme temperatures in Tulsa that made the cast uncomfortable - doesn't screw it up.

domingo, janeiro 15, 2023

Dahmer – Monster: The Jeffrey Dahmer Story (S1/2022)

Fórmula de sucesso repetida vezes sem conta pela Netflix, desta vez com muitas razões palpáveis para realmente triunfar. Interpretações de primeira linha - não só Evan Peteres no papel do monstro, mas também da "vizinha" Niecy Nash e do "pai" Richard Jenkins -, realização fenomenal de Jennifer Lynch em quatro episódios muito distintos - tem mais juízo que o pai - e uma caracterização muito cuidada e aprofundada de quase todas as vítimas: sentimos os seus sonhos, ambições e rotinas, simpatizamos com as mesmas e, de repente, vemos tudo isso a ser despedaçado por Dahmer. Não sei se o esquema temporal usado terá sido o mais eficaz - para a frente e para trás, sem grande lógica associada na ordem das vítimas -, mas sente-se uma coesão de talento e qualidade em quase tudo, sem que o esticanço para dez episódios prejudique de sobremaneira o ritmo da série. Netflix, amiga, é continuar a atirar o barro à parede, de vez em quando resulta.

quarta-feira, janeiro 11, 2023

Blockbuster (S1/2022)

E foi desta que a Netflix conseguiu destruir a "Blockbuster" de uma vez por todas, tentando levar consigo as memórias de um tempo em que o aluguer de filmes nos seus mais variados formatos físicos era o exponente máximo de emoções e sensações para incontáveis cinéfilos. Sem coração, sem magia em torno do cheiro e do toque, do verdeiro significado do videoclube, com um elenco desastroso e uma escrita de humor que não soube aproveitar o infinito mundo de referências cinéfilas que poderia servir de base para quase tudo. Faltou a veia junkie de um qualquer Tarantino rebelde, de um verdadeiro seguidor da seita, naquela que seria uma oportunidade para honrar por uma última vez um universo que não mais voltará - como a (jovem) criadora Vanessa Ramos insiste em demonstrar no último episódio, mostrando que nem com uma explosão solar que acabe com a internet um videoclube sobrevivia. Cancelada rapidamente e com justiça, porque não há paciência para tamanha desilusão e o sentimento de que se o background tivesse sido um supermercado ou um talho, nada teria sido diferente.