quinta-feira, fevereiro 28, 2013
Tendência da blogosfera e da facebookosfera
Aqueles que gostaram de um filme - alguém falou em "Holy Motors"? - e que escreveram sobre o mesmo que ele "será certamente amado por uns e odiado por outros", são os primeiros a apedrejar quando alguém ousa falar mal dele. Coerente.
quarta-feira, fevereiro 27, 2013
Agora que já se calaram todos, falo eu!
Óscares. Pela primeira vez em anos e anos de tentativas, consegui aguentar-me acordado até ao fim da cerimónia, mesmo tendo em conta que, hora e meia depois do Vítor Moura despedir-se com um "boa noite a até para o ano", tinha que estar dentro de um avião. Valeu a pena? Não sei. Ainda assim, de 0 a 10, eis um resumo da noite para este turista cinematográfico que vos escreve: 0 para a presença em palco de Kristen Stewart, completamente deslocada da festa - e da vida, já agora -, com aspecto de quem tinha tomado algo que não devia umas horas antes; ainda na esfera dos apresentadores, 1 para Renée Zellweger, qual estátua de cera tamanho era o inchaço facial de tanto botox e a sua assertividade ao microfone; 2 para a muito fraquinha homenagem aos cinquenta anos de James Bond, sem brilho, sem estrelas, sem o charme lendário do espião de sua majestade; e já que falo de Bond, que dizer da tão ansiada performance de "Skyfall" por Adele que, vá lá, redimiu-se mais tarde ao receber o Óscar para Melhor Tema com um discurso emocionado; 3 para os mamilos de Anne Hathaway, na boa tradição da perna de Angelina Jolie e prova futura para relembrar o fim de tarde frio que se encontrava em Los Angeles no último Domingo; 4 para a presença virtual de Michelle Obama, que banalizou de certa forma os prémios, colocando a primeira-dama norte-americana num patamar superior à Academia, quando o que estava em causa era a celebração de um ano de cinema e nada mais - e, por falar em ausências presenciais, onde raio andava a orquestra? ; 5 para Seth Macfarlane e a sua forma politicamente correcta do "estica mas não rebenta", um pouco frustrante para quem admira o seu estilo humorístico há muitos anos; 6 para a vitória de Ang Lee, completamente inesperada mas provavelmente tão merecida quanto seria a do favorito Spielberg ou a dos ausentes Ben Affleck ou Quentin Tarantino; e a nota 7 vai mesmo para o discurso humilde e porreiro deste último aquando da sua vitória enquanto... guionista, glorificando uma classe e categoria quase sempre desvalorizada na indústria; 8 para o facto de termos sido apanhados de surpresa com o tema de Jaws a assustar os mais demorados - e eis como uma tarefa ingrata e criticada durante décadas pode ser abordada de forma criativa e divertida; 9 para a vitória de Argo, não tanto pelo filme mas pela história de Ben Affleck em Hollywood que, de príncipe ("Good Will Hunting") a palhaço ("Gigli"), foi agora merecidamente colocado na poltrona do rei com esta conquista, depois de um par de experiências enquanto realizador de muito valor ("Gone Baby Gone" e "The Town"); por fim, 10 para a inevitável Jennifer Lawrence, centro das atenções não só na cerimónia em si - onde roubou injustamente a estatueta a Riva, mas justificou logo tal ousadia ao mostrar o seu "je ne sais quoi" ao cair a subir para o palco e a reagir de forma perfeita a tal vergonha -, mas também na passadeira vermelha, onde mencionou, por exemplo, o rabo da Emma Stone, ou no after-party, com uma conferência de imprensa irresistível e uma cena com Jack Nicholson deliciosa. Em poucas palavras, Jennifer é graciosa, elegante e divertida como nenhuma outra em Hollywood. E isso desculpa qualquer injustiça!
terça-feira, fevereiro 26, 2013
segunda-feira, fevereiro 25, 2013
CCOP - Top de Janeiro de 2013
No início do ano, em que as distribuidoras aproveitam para promover os filmes mais premiados da temporada, não é de estranhar que o top seja também ele liderado por candidatos ao Óscar. Django Libertado, o mais recente filme de Quentin Tarantino, lidera com uma média de 8 em 10, sem porém se livrar de ser também um dos filmes mais controversos do mês (obteve quatro pontos de diferença entre a nota máxima e a nota mínima). Em segundo lugar, David O. Russell e o seu Guia Para Um Final Feliz receberam a nota média de 7,82; enquanto que 00:30 A Hora Negra, de Kathryn Bigelow, finaliza o pódio com nota de 7,70. Como nota apenas, a presença de outros dois nomeados ao Óscar 2013 de Melhor Filme, em lugares mais baixos do top: caso de Lincoln, na nona posição (nota média de 6,89) e Os Miseráveis, na décima (média de 6,40).
1. Django Libertado, de Quentin Tarantino | 8,00
2. Guia Para Um Final Feliz, de David O. Russell | 7,82
3. 00:30 A Hora Negra, de Kathryn Bigelow | 7,70
4. Barbara, de Christian Petzold | 7,20
5. Decisão de Risco, de Robert Zemeckis | 7,13
5. Seis Sessões, de Ben Lewin | 7,13
7. Enquanto Dormes, de Jaume Balagueró | 7,00
7. O Impossível, de Juan Antonio Bayona | 7,00
9. Lincoln, de Steven Spielberg | 6,89
10. Os Miseráveis, de Tom Hooper | 6,40
11. Sem Ti, de Shana Feste | 5,67
12. Hansel e Gretel: Caçadores de Bruxas, de Tommy Wirkola | 3,00
domingo, fevereiro 24, 2013
sábado, fevereiro 23, 2013
Silver Linings Playbook (2012)
Depois de ter apanhado a mulher no chuveiro com outro homem, Pat (Bradley Cooper) queimou alguns parafusos e teve que ser internado numa clinica psiquiátrica para recuperar a sua estabilidade emocional. Ao voltar para casa dos pais mais cedo do que devia, decide perdoar e tentar reatar a relação com a sua ex-mulher. Para tal, planeia contar com a ajuda de Tiffany (Jennifer Lawrence), uma rapariga recentemente viúva de um polícia, que ultrapassa também ela graves problemas relacionais - para compensar as circunstâncias da morte do marido, anda a dormir com todos os homens da sua empresa. E, como dois malucos juntos apenas estragam uma casa, vão criar uma dinâmica muito especial entre eles que poderá tornar o futuro de ambos muito mais risonho. Ou complicado.
Comédia romântica sensação - oito nomeações aos Óscares, incluindo as quatro principais categorias - do ano, "Guia para um Final Feliz" brinda-nos com duas das melhores interpretações do ano, em muito catapultadas pela apurada escrita e direcção de actores de David O. Russell, que consegue aqui construir e trabalhar uma mão cheia de personagens tão complexas quando credíveis e apaixonantes. Sem cair em estereótipos comuns quando se trata de gente maluquinha, até o pai apostador supersticioso a cargo de Robert de Niro brilha de forma estranha, naquele que será provavelmente o seu melhor papel nos últimos dez anos, mesmo que numa esfera claramente secundária. Sem medo de explorar algumas matérias complicadas e de, com isso, poder desagradar a alguns espectadores, "Silver Linings Playbook" nunca abandona, no entanto, uma energia positiva e uma banda-sonora ecléctica e revigorante que pauta o seu ritmo narrativo e todos os seus despreocupados e hábeis diálogos. Jennifer Lawrence dá provas, uma vez mais, da sua polivalência enquanto actriz - tem brilhado uniformemente em vários géneros, do terror à ficção científica, da comédia ao drama -, mas é Bradley Cooper quem sobressai numa interpretação memorável e personalizada. Nem tudo é perfeito, é certo - a cinematografia do japonês Masanobu Takayanagi parece algo desleixada em várias cenas de rua e o final não escapa à fórmula feliz e banal do costume -, mas, como elogio, podemos afirmar que se "One Flew Over the Cuckoo's Nest" tivesse um filho com uma paixoneta adolescente, esse seria "Guia para um Final Feliz". Excelsior!
Comédia romântica sensação - oito nomeações aos Óscares, incluindo as quatro principais categorias - do ano, "Guia para um Final Feliz" brinda-nos com duas das melhores interpretações do ano, em muito catapultadas pela apurada escrita e direcção de actores de David O. Russell, que consegue aqui construir e trabalhar uma mão cheia de personagens tão complexas quando credíveis e apaixonantes. Sem cair em estereótipos comuns quando se trata de gente maluquinha, até o pai apostador supersticioso a cargo de Robert de Niro brilha de forma estranha, naquele que será provavelmente o seu melhor papel nos últimos dez anos, mesmo que numa esfera claramente secundária. Sem medo de explorar algumas matérias complicadas e de, com isso, poder desagradar a alguns espectadores, "Silver Linings Playbook" nunca abandona, no entanto, uma energia positiva e uma banda-sonora ecléctica e revigorante que pauta o seu ritmo narrativo e todos os seus despreocupados e hábeis diálogos. Jennifer Lawrence dá provas, uma vez mais, da sua polivalência enquanto actriz - tem brilhado uniformemente em vários géneros, do terror à ficção científica, da comédia ao drama -, mas é Bradley Cooper quem sobressai numa interpretação memorável e personalizada. Nem tudo é perfeito, é certo - a cinematografia do japonês Masanobu Takayanagi parece algo desleixada em várias cenas de rua e o final não escapa à fórmula feliz e banal do costume -, mas, como elogio, podemos afirmar que se "One Flew Over the Cuckoo's Nest" tivesse um filho com uma paixoneta adolescente, esse seria "Guia para um Final Feliz". Excelsior!
sexta-feira, fevereiro 22, 2013
Defendor (2009)
Arthur Poppington é uma criança num corpo de adulto, consequência de um problema mental catapultado por uma infância conturbada com a mãe, uma prostituta com problemas com a droga que o abandonou em casa dos avós muito cedo na vida. No entanto, o seu avô sempre lhe contou uma história sobre como tinham sido os "Capitães da Indústria" que a tinham destruído, fazendo com que Arthur crescesse com a ambição de um dia ser um super-herói capaz de vingar a morte da sua progenitora. Assim, cria Defendor, um vigilante nocturno que, aliado a uma jovem prostituta, irá combater todos aqueles que traficam drogas, mulheres e armas na sua cidade. Com artilharia caseira pouco convencional e uma atitude tão corajosa quanto perigosa, Defendor não vai parar enquanto não encontrar e aniquilar o "Capitão da Indústria". Mas sobreviverá ele a esta odisseia onde, praticamente, limita-se a levar pancadaria de forma quase gratuita?
Estreia na realização do actor canadiano Peter Stebbings, "Defendor - O Vigilante" é uma divertida e interessante comédia dramática de baixo orçamento, potenciada ao limite por um trio de interpretações de alto nível de Harrelson, Dennings e Koteas - e como lhe assenta na perfeição o papel de polícia corrupto. Com um equilíbrio estrutural notável entre o riso e a emoção, "Defendor" apresenta-se, dentro do género, como uma alternativa muito válida e credível ao brilhante "Kick-Ass", também ele focado num super-herói que de super tinha muito pouco. O problema é que, ao contrário da descontração do hit de Matthew Vaughn, a fita de Stebbings deixa-se cair na ingénua tentação de querer ser algo que não é: um produto provocador, sombrio e profundo sobre relações humanas, orquestrando uma conclusão muito mais carrancuda do que enérgica e divertida. Ainda assim, e desculpando também um processo de montagem nem sempre eficaz, "Defendor" merece uma vista de olhos.
Estreia na realização do actor canadiano Peter Stebbings, "Defendor - O Vigilante" é uma divertida e interessante comédia dramática de baixo orçamento, potenciada ao limite por um trio de interpretações de alto nível de Harrelson, Dennings e Koteas - e como lhe assenta na perfeição o papel de polícia corrupto. Com um equilíbrio estrutural notável entre o riso e a emoção, "Defendor" apresenta-se, dentro do género, como uma alternativa muito válida e credível ao brilhante "Kick-Ass", também ele focado num super-herói que de super tinha muito pouco. O problema é que, ao contrário da descontração do hit de Matthew Vaughn, a fita de Stebbings deixa-se cair na ingénua tentação de querer ser algo que não é: um produto provocador, sombrio e profundo sobre relações humanas, orquestrando uma conclusão muito mais carrancuda do que enérgica e divertida. Ainda assim, e desculpando também um processo de montagem nem sempre eficaz, "Defendor" merece uma vista de olhos.
quinta-feira, fevereiro 21, 2013
quarta-feira, fevereiro 20, 2013
Academia ou creche?
terça-feira, fevereiro 19, 2013
Prémios CCOP 2013
Fundado em Fevereiro de 2012, o Círculo de Críticos Online Portugueses é constituído por um grupo seleccionado de críticos online de cinema nacionais, cujos objectivos se centram na classificação mensal dos filmes estreados, de forma a produzir um conjunto de tops com oportunos dados estatísticos. Anualmente atribuem os Prémios CCOP que visam premiar os melhores filmes estreados comercialmente em Portugal durante o ano transacto.
segunda-feira, fevereiro 18, 2013
domingo, fevereiro 17, 2013
sábado, fevereiro 16, 2013
Catfish (2010)
Yaniv Schulman é um jovem artista criativo nova iorquino com uma fã muito especial: Abby, uma criança do interior dos Estados Unidos que lhe envia constantemente quadros e pinturas muito interessantes para alguém com tão tenra idade, com fé que os seus trabalhos ganhem alguma visibilidade nas mãos de Schulman e do seu pequeno atelier urbano. Mensagens no Facebook para aqui, chamadas para ali, Yaniv acaba por se apaixonar virtualmente pela irmã mais velha de Abby, Megan, e decide, sem avisar, realizar uma viagem de longas horas para a surpreender e conhecer. Mas, como vai perceber rapidamente, nem tudo o que parece, é.
Documentário sensação em Sundance, "Catfish" é um produto tão cativante e intrigante quanto socialmente preocupante. Acreditando na veracidade dos factos - algo que Morgan Spurlock ou Zack Galifianakis não fizeram, por exemplo, descrevendo-o como o melhor "falso" documentário que já viram -, "Catfish" consegue agarrar o espectador à história como poucos thrillers, provocar gargalhadas como poucas comédias - fruto da interacção entre o trio principal de "detectives" - e terminar num tom misecordioso - talvez até demais -, capaz de deixar muito boa gente sensibilizada com a narrativa. Real ou ficcionado, a verdade é que "Catfish" deu origem a uma nova definição no dicionário, bem como a um reality show na MTV com o mesmo conceito; e essas ondas de choque posteriores revelam que este é um documentário que não pode nem deve passar ao lado.
Documentário sensação em Sundance, "Catfish" é um produto tão cativante e intrigante quanto socialmente preocupante. Acreditando na veracidade dos factos - algo que Morgan Spurlock ou Zack Galifianakis não fizeram, por exemplo, descrevendo-o como o melhor "falso" documentário que já viram -, "Catfish" consegue agarrar o espectador à história como poucos thrillers, provocar gargalhadas como poucas comédias - fruto da interacção entre o trio principal de "detectives" - e terminar num tom misecordioso - talvez até demais -, capaz de deixar muito boa gente sensibilizada com a narrativa. Real ou ficcionado, a verdade é que "Catfish" deu origem a uma nova definição no dicionário, bem como a um reality show na MTV com o mesmo conceito; e essas ondas de choque posteriores revelam que este é um documentário que não pode nem deve passar ao lado.
sexta-feira, fevereiro 15, 2013
quinta-feira, fevereiro 14, 2013
Limitless (2011)
Eddie Morra é um nova-iorquino que vive e sobrevive do que escreve. Profissão nobre a de escritor, não tivesse ele sem conseguir desenvolver uma única ideia há vários meses, entrando assim numa crise pessoal e profissional que não tem fim à vista. Até que, por acaso do destino, é confrontado a experimental um novo medicamento ainda fora do mercado que, de forma revolucionária e nunca antes vista, aumenta exponencialmente a capacidade intelectual de uma pessoa, transformando-a num autêntico super-homem cognitivo. E, depois de descobrir a versão perfeita de si próprio, Eddie não vai querer voltar ao seu antigo eu; para tal há que satisfazer o vicio... com todas as consequências que isso possa acarretar.
Realizado por Neil Burger ("The Illusionist"), "Sem Limites" é um conto de fadas moderno inspirado no lema "tem cuidado com o que desejas", infelizmente transformado em thriller banal a partir de uma premissa com muito mais potencial do que aquele que foi efectivamente aproveitado. Ainda assim, uma cinematografia apurada e fora do normal, com tons tecno-psicadélicos e um par de interpretações interessantes por parte de Cooper e Cornish sustentam uma narrativa com ritmo inconstante e desfecho previsível. De Niro, esse, parece restringido nos dias que correm a papéis secundários sem grande método ou profundidade, longe da glória de outros tempos. A ver, uma vez, sem grandes expectativas.
Realizado por Neil Burger ("The Illusionist"), "Sem Limites" é um conto de fadas moderno inspirado no lema "tem cuidado com o que desejas", infelizmente transformado em thriller banal a partir de uma premissa com muito mais potencial do que aquele que foi efectivamente aproveitado. Ainda assim, uma cinematografia apurada e fora do normal, com tons tecno-psicadélicos e um par de interpretações interessantes por parte de Cooper e Cornish sustentam uma narrativa com ritmo inconstante e desfecho previsível. De Niro, esse, parece restringido nos dias que correm a papéis secundários sem grande método ou profundidade, longe da glória de outros tempos. A ver, uma vez, sem grandes expectativas.
quarta-feira, fevereiro 13, 2013
terça-feira, fevereiro 12, 2013
Being W (2008)
Descrito como a biografia cinematográfica não oficial e não autorizada do quadragésimo terceiro presidente norte-americano, "Na Pele de George W.Bush" é uma sátira em formato de documentário ao percurso tão imperfeito quanto trágico e preocupante do republicano que antecedeu Barack Obama naquele que é considerado por muitos como o cargo mais importante do planeta. Com narração do próprio Bush - pronto, é mentira, trata-se de um actor com uma voz muito semelhante, mas para melhor proveito o espectador deve abstrair-se dessa batota - e com recurso apenas a imagens de arquivo, navegamos durante oito anos de trapalhices políticas, gaffes em discursos ou puros momentos de descontracção pouco comuns para alguém com tamanha responsabilidade, orgulhosamente apresentados pelo próprio - ou quase -, de forma jocosa. Da autoria do francês Karl Zéro - que já tinha ganho um Cesar com um documentário do mesmo género intitulado "Dans la peau de Jacques Chirac" e já usou a mesma fórmula posteriormente para o cubano Fidel Castro e para o russo Vladimir Putin -, "Being W" é hora e meia de humor à Jon Stewart, revelando e colocando a nú assuntos sérios e vários tiros nos pés de forma hilariante. Esperemos que a imagem de marca de Zéro continue a dar frutos; assim de repente, Sarkozy, Blair e Chavez parecem-me excelentes próximas vítimas.
segunda-feira, fevereiro 11, 2013
Nomeados Prémios CCOP 2013
Fundado em Fevereiro de 2012, o Círculo de Críticos Online Portugueses é constituído por um grupo seleccionado de críticos online de cinema nacionais, cujos objectivos se centram na classificação mensal dos filmes estreados, de forma a produzir um conjunto de tops com oportunos dados estatísticos. Anualmente atribuem os Prémios CCOP que visam premiar os melhores filmes estreados comercialmente em Portugal durante o ano transacto.
domingo, fevereiro 10, 2013
sábado, fevereiro 09, 2013
Zero Dark Thirty (2012)
11 de Setembro de 2001. Não há vivalma neste planeta que não saiba o que aconteceu neste fatídico dia, que não tenha ouvido o nome Osama bin Laden associado ao mais sonante ataque terrorista de sempre e que, quase dez anos depois, não tenha tido conhecimento da sua morte, orgulhosamente anunciada pelo presidente norte-americano Barack Obama. Pois bem, esta é a história de como a CIA descobriu o homem mais procurado do mundo e da operação levada a cabo para o capturar.
Realizado pela oscarizada Kathryn Bigelow, "00:30 A Hora Negra" - tradução incorrecta, como observei aqui - oscila entre o thriller e o formato documental de forma quase sobranceira, sem grandes preocupações a nível de continuidade, desperdiçando tempo em cenas e narrativas perpendiculares que acabam por revelar-se pouco ou nada importantes para o conhecido desfecho final, ao mesmo tempo que se esquece de meter ao barulho de forma perspicaz anos de trapalhices, erros e tiros nos pés da administração Bush no que à caça a bin Laden disse respeito. Ainda assim, uma poderosa interpretação de Jessica Chastain disfarça alguma falta de profundidade e relevo das restantes personagens - principalmente as de Gandolfini e de Chandler, que mereciam outro destaque -, bem como uma realização segura (mesmo que pouco criativa e arriscada) de Bigelow e uma meia hora final capaz de satisfazer a curiosidade do espectador acabam por justificar o visionamento daquele que será, muito provavelmente, um dos grandes derrotados da próxima cerimónia da Academia norte-americana.
Realizado pela oscarizada Kathryn Bigelow, "00:30 A Hora Negra" - tradução incorrecta, como observei aqui - oscila entre o thriller e o formato documental de forma quase sobranceira, sem grandes preocupações a nível de continuidade, desperdiçando tempo em cenas e narrativas perpendiculares que acabam por revelar-se pouco ou nada importantes para o conhecido desfecho final, ao mesmo tempo que se esquece de meter ao barulho de forma perspicaz anos de trapalhices, erros e tiros nos pés da administração Bush no que à caça a bin Laden disse respeito. Ainda assim, uma poderosa interpretação de Jessica Chastain disfarça alguma falta de profundidade e relevo das restantes personagens - principalmente as de Gandolfini e de Chandler, que mereciam outro destaque -, bem como uma realização segura (mesmo que pouco criativa e arriscada) de Bigelow e uma meia hora final capaz de satisfazer a curiosidade do espectador acabam por justificar o visionamento daquele que será, muito provavelmente, um dos grandes derrotados da próxima cerimónia da Academia norte-americana.
sexta-feira, fevereiro 08, 2013
00:30 Desleixo Negro
quinta-feira, fevereiro 07, 2013
quarta-feira, fevereiro 06, 2013
Alemães sul-americanos
terça-feira, fevereiro 05, 2013
segunda-feira, fevereiro 04, 2013
CCOP - Top 10 de 2012
10. Procurem Abrigo, de Jeff Nichols | 8,08
9. As Vantagens de Ser Invisível, de Stephen Chbosky| 8,14
8. Oslo, 31 de Agosto; de Joachim Trier | 8,25
7. Vergonha, de Steve McQueen| 8,31
6. Argo, de Ben Affleck | 8,33
4. A Invenção de Hugo, de Martin Scorsese | 8,38
4. Temos de Falar sobre Kevin, de Lynne Ramsay | 8,38
2. Moonrise Kingdom, de Wes Anderson | 8,70
2. Amor, de Michael Haneke | 8,70
1. Tabu, de Miguel Gomes | 8,89
domingo, fevereiro 03, 2013
Lo Imposible (2012)
26 de Dezembro de 2004. Uma onda gigante varre a costa tailandesa e todos aqueles que lá passavam ou moravam. Entre os largos milhares que foram surpreendidos pelo tsunami de forma violenta, encontram-se os turistas Maria e Henry, que aproveitavam umas relaxantes férias de Natal na praia com os seus três filhos. Está é a história de como sobreviveram - ou não, para deixar alguma curiosidade no leitor - a uma das maiores catástrofes naturais jamais registadas e tudo o que mudou nas suas vidas após aquele dia.
Realizado pelo catalão Juan Antonio Bayona - responsável pelo muito interessante "El Orfanato" -, "Lo Imposible" é um filme catástrofe tecnicamente irrepreensível, com cenários e efeitos especiais tão credíveis quanto espantosos que, no entanto, falha inocentemente na sua dimensão dramática, transformando-se com o passar dos minutos num melodrama banal de domingo à tarde, sem surpresas nem reviravoltas, culpa talvez das limitações que o selo de "história verídica" impuseram à narrativa. Ou seja, contas feitas, findados os primeiros vinte absorventes e trágicos minutos da fita, chega-se à conclusão que o seu maior trunfo a nível comercial acabou por tornar-se também no seu maior inimigo a nível estrutural, não desprezando com isto uma mão cheia de interpretações notáveis lideradas por um magnetizante... Tom Holland. É verdade, é ele na pele de Lucas, uma criança obrigada a crescer de um segundo para o outro, quem mais brilha nas águas lamacentas e agitadas de "O Impossível", mesmo que seja Naomi Watts quem vai recebendo um rol de nomeações importantes nas últimas semanas. Em poucas palavras, "Lo Imposible" é visualmente arrebatador mas, por muito agradável e inspiradora que seja a sua mensagem chave sobre a generosidade e resiliência do espírito humano, a sensação que fica é que tudo não passou de um exercício dramático tão convencional quanto vazio, ainda para mais se tivermos em conta que retratou um acontecimento responsável por mais de trezentas mil mortes.
Realizado pelo catalão Juan Antonio Bayona - responsável pelo muito interessante "El Orfanato" -, "Lo Imposible" é um filme catástrofe tecnicamente irrepreensível, com cenários e efeitos especiais tão credíveis quanto espantosos que, no entanto, falha inocentemente na sua dimensão dramática, transformando-se com o passar dos minutos num melodrama banal de domingo à tarde, sem surpresas nem reviravoltas, culpa talvez das limitações que o selo de "história verídica" impuseram à narrativa. Ou seja, contas feitas, findados os primeiros vinte absorventes e trágicos minutos da fita, chega-se à conclusão que o seu maior trunfo a nível comercial acabou por tornar-se também no seu maior inimigo a nível estrutural, não desprezando com isto uma mão cheia de interpretações notáveis lideradas por um magnetizante... Tom Holland. É verdade, é ele na pele de Lucas, uma criança obrigada a crescer de um segundo para o outro, quem mais brilha nas águas lamacentas e agitadas de "O Impossível", mesmo que seja Naomi Watts quem vai recebendo um rol de nomeações importantes nas últimas semanas. Em poucas palavras, "Lo Imposible" é visualmente arrebatador mas, por muito agradável e inspiradora que seja a sua mensagem chave sobre a generosidade e resiliência do espírito humano, a sensação que fica é que tudo não passou de um exercício dramático tão convencional quanto vazio, ainda para mais se tivermos em conta que retratou um acontecimento responsável por mais de trezentas mil mortes.
sábado, fevereiro 02, 2013
sexta-feira, fevereiro 01, 2013
Os últimos artistas anónimos
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