quinta-feira, março 31, 2016

The Double (2013)

Um (dois?) papelaço(s) de Jesse Eisenberg, um universo distópico singular, uma cinematografia tremendamente interessante na sua escuridão, uma abordagem filosófica ao conceito complexo da identidade, uma visão sociopática e patológica da sociedade e do existencialismo humano mas, feitas as contas, uma tremida exploração e adaptação ao cinema de uma das primeiras obras do russo Fyodor Dostoevsky. Fica para a história um ensaio arriscado do londrino Richard Ayoade ("Submarine"), que triunfa a nível estético mas que a todos os restantes níveis, salvo raros momentos e rasgos, parece pecar sempre por defeito, pela mera sugestão e nunca a sua finalização. O ser real e o ser desejado numa atmosfera idioscópica, sob um trabalho técnico irrepreensível - Ayoade não teme nem evita a presença conjunta de Einsenberg ao quadrado na tela - que apenas serve para disfarçar tudo o resto; porque o que o sobra em psicanálise, falta-lhe em cinema.

quarta-feira, março 30, 2016

Nas Nalgas do Mandarim - S02E08

terça-feira, março 29, 2016

São só 465€...

segunda-feira, março 28, 2016

Peri da Pituba (2014)

Perivaldo Lúcio Dantas, mais conhecido dentro de campo como o "Peri da Pituba", foi um lateral direito histórico do Botafogo, duas vezes Bola de Prata do campeonato brasileiro e companheiro da selecção canarinha de estrelas como Zico e Sócrates, nos tempos áureos de Telê Santana. Depois de um contrato milionário quase em fim de carreira na Coreia do Sul que não correu bem, viajou no final da década de oitenta para Portugal para integrar a custo zero o Sporting de Marinho Peres. Mas ditou a sua sorte (ou falta dela) que a limitação da altura de um máximo de três jogadores estrangeiros por cada plantel o atirasse para uma reforma inesperada, tendo permanecido por cá por (mais) uma paixão que não funcionou. Foi gastando o que tinha, emprestando o que não devia, perdendo o que não podia para doze mulheres (e onze filhos) espalhados por todo o mundo e, quando deu por si, era um sem abrigo, um vagabundo em Lisboa, dormindo na rua em cima de caixotes de papelão, sobrevivendo dos apoios da Santa Casa da Misericórdia e das bugigangas que vendia - muitas delas encontradas no lixo - na Feira da Ladra. Uma solidão que o devorava mas que sempre escondeu dos familiares com quem tinha contactos telefónicos no Brasil; até que a Globo o descobriu e, em parceria com o Sindicato de Jogadores do Rio de Janeiro, devolveram-lhe a dignidade, o nome e a vida que lhe tinha escapado entre os dedos no último quarto de século. Um retrato simples, mas emocionante, que coloca muitos detalhes da nossa vida em perspectiva. Para descobrir, na Netflix nacional.

domingo, março 27, 2016

Os VHS mais valiosos do mundo

"LoveAntiques.com has commissioned a VHS expert to compile a list of the most expensive VHS’ in the world. Along with the list, our expert has offered some helpful tips to prospectus VHS investors, on what to look out for when buying a VHS as a collectable or investment."

sábado, março 26, 2016

Nas Nalgas do Mandarim - S02E07

sexta-feira, março 25, 2016

Bruce Lee @ Home

quinta-feira, março 24, 2016

Pulsação Zero (2002)

Escrito e realizado por Fernando Fragata, "Pulsação Zero" mostra-nos um dia na vida de Alex Ventura, um tipo com um azar do camandro. Irreverente, tecnicamente irrepreensível no que concerne à montagem e à sonoplastia e com uma coesão narrativa salutar - não há nada na história para encher chouriços, tudo o que é dito e feito importa a certa altura, desenvolvendo-se o guião num ritmo primoroso -, o telefilme da SIC revela-se uma comédia negra de acção tão deliciosa quanto irónica e trágica. Num jogo do gato e do rato entre a sorte e o azar, onde o entretanto desaparecido Hélder Mendes cumpre mas não deslumbra, o product placement (Siemens, Vodafone etc.) torna-se excessivo e, perto do final, parece perder a paciência para fazer sentido - a cena do camião do lixo que não pára de forma alguma até dar jeito para o argumento -, obviamente nem tudo é perfeito; mas isso não tira mérito nenhum a uma produção ímpar que soube prender e conquistar quem a viu, fosse através de pormenores fantásticos como o Natal que se transforma em Fatal ou um padre que toca bateria e acaba na banda de um amigo. Fácil e elementar.

quarta-feira, março 23, 2016

O Pelé americano

terça-feira, março 22, 2016

BP Disaster by Peter Berg

segunda-feira, março 21, 2016

Batman v Superman: Dawn of Justice (2016)

Ora vamos lá desmontar isto: "Batman v Super-Homem: O Despertar da Justiça" é melhor do que "Man of Steel"? Sim, de longe; mais história, mais estrutura, menos CGI, menos confusão visual. Affleck é melhor Batman que Bale? Nope, mas ao menos não é a desgraça esperada. E a Wonder Woman, que tal? Papava-a toda, até ao laço da verdade. O Jesse Eisenberg? Melhor vilão que a Marvel nunca conseguiu orquestrar em duzentos e trinta e dois filmes com vilanagem pateta. O Alfred? Demasiado mexido, fiquei com saudades do velhinho Michael Caine. O grande problema? Os poderes ilimitados do Super-Homem, curiosamente a melhor interpretação do elenco, que obrigam os guionistas a inventar parvoíces que nunca fazem sentido quando pensamos no vasto leque de recursos e opções que o kryptoniano tem. A maior estupidez? Não terem resolvido esse problema, a bem do futuro do universo cinemático da DC, cortando os últimos dez segundos de fita. Banda sonora do Hans Zimmer e do holandês Junkie XL? Óptima. Maminhas, sexo, sangue? Nada, podem levar os putos. E o Zack Snyder, já fez melhor? Claro, tem pelo nome "Watchmen". Vão lá mas é buscar o Nolan para a Liga da Justiça e deixem-se de merdas como usar o Michael Shannon em pseudo-sequelas do "Weekend at Bernie's".

domingo, março 20, 2016

Nas Nalgas do Mandarim - S02E06

sábado, março 19, 2016

Plot twist... the shark is friendly

sexta-feira, março 18, 2016

The Equalizer (2014)

Realizado por Antoine Fuqua ("Training Day"), "The Equalizer - Sem Misericórdia" vive do gravitas do seu herói, interpretado de forma carismática e singular pelo oscarizado Denzel Washington. Sem ideias impetuosas ou reviravoltas inesperadas, o thriller de acção de Fuqua resulta bem porque não tenta ser mais do que uma estilizada história simples de acção e vingança, não inventando narrativas paralelas nem desmontando a sua estrutura nos momentos-chave de embate entre Washington e os capangas liderados por Marton Csokas. Vulgar e eficaz, a sequela já anunciada é mais do que merecida para aquele que foi o melhor "Taken" de 2014.

quinta-feira, março 17, 2016

Nas Nalgas do Mandarim - S02E05

quarta-feira, março 16, 2016

Gervais, Bana & Farmiga

terça-feira, março 15, 2016

Embargos largos, espargos amargos.

Não me perguntem a razão de um título com quatro palavras que rimam, porque a verdade é que o mesmo não tem explicação. Serve apenas para demonstrar que este estaminé não passa de um espaço amador, sem fins lucrativos, onde faço e escrevo o que bem me dá na real gana, no dia e à hora que bem me apetecer. E, clarificado isso, impõe-se a questão: o que acontece se, nós bloggers, furarmos um destes embargos imbecis que nos impõem em visionamentos de filmes cuja estreia mundial bate no mesmo dia da estreia nacional? Alguém dará sequer por isso? Qual o objectivo destes embargos se terminam, à mesma, horas antes da primeira sessão aberta ao público? Um fluxo concentrado de análises - e consequente awareness - do filme no dia da sua estreia? Fingir que ninguém viu o filme antes da sua estreia "oficial"? Evitar que "má publicidade" prévia evite uma catástrofe nas bilheteiras? Não sei, mas... e se eu decidir dizer que o "Batman vs Superman: A Origem da Justiça" é uma cagadela odorifumante no dia antes da sua estreia, sem sequer ter marcado presença no visionamento mas fingindo que sim, levo castigo? E se marcar presença no mesmo mas colocar uma análise no blogue, escrita por mim mas assinada por outra pessoa, levo palmada? Preciso de saber estas coisas para preparar os advogados da família, pois a primeira vez que me derem um embargo, vou cagar de alto para o mesmo. Tal como as distribuidoras e exibidoras cagam de alto o ano todo para este e outros blogues. Amor com amor se paga, meus queridos.

segunda-feira, março 14, 2016

Nas Nalgas do Mandarim - S02E04

domingo, março 13, 2016

Jim Gordon, Wonder Woman & Deadpool

sábado, março 12, 2016

Every Movie Bill Clinton Watched In TWH

"“The best perk of the White House is not Air Force One or Camp David or anything else, it’s the wonderful movie theater I get here,” President Bill Clinton told Roger Ebert in 1999. According to newly released documents obtained by Gizmodo through a Freedom of Information Act request, President Clinton did indeed love watching movies at the White House. He blew through 171 films while he was in office, not including duplicates (Clinton watched The Patriot, Braveheart, and Music of the Heart twice)."

sexta-feira, março 11, 2016

Nas Nalgas do Mandarim - S02E03

quinta-feira, março 10, 2016

Nicolau Breyner (1940-2016)

quarta-feira, março 09, 2016

The Walk of Life Project

Porque todos os filmes terminariam melhor ao som dos Dire Straits. A prova, aqui.

terça-feira, março 08, 2016

The 100 (S2/2015)

Depois de uma temporada de estreia que prometeu muito mais do que aquilo que foi capaz de entregar, entre intrigas amorosas e travessuras adolescentes, a série pós-apocalíptica da CW ultrapassou a puberdade, fez cartão de residente no ginásio e ganhou um caparro invejável a nível visual, narrativo e moral. De novela a drama sci-fi, "The 100" consegue manter o interesse e o ritmo ao longo de dezasseis episódios, tirando os escudos protectores das personagens principais, tornando qualquer um numa possível casualidade de guerra. Os últimos minutos do episódio final, qual trapalhada futurística à Arthur C. Clarke, deixam a pulga atrás da orelha; mas convém lembrar que quem quer mais do que lhe convém, perde o que quer e o que tem. Veremos.

segunda-feira, março 07, 2016

Nas Nalgas do Mandarim - S02E02

domingo, março 06, 2016

The Man from U.N.C.L.E. (2015)

Provavelmente o Bond mais clássico que estreou no ano de "Spectre", pelo menos no que diz respeito a humor, glamour e estilo, "The Man from U.N.C.L.E" funciona muito bem dentro do registo habitual, ainda que mais calmo, de realização de Guy Ritchie. Descomplexada e divertida, a comédia de acção que adapta ao cinema a série norte-americana da década de sessenta, co-escrita por Ian Fleming, conseguiu conquistar grande parte da crítica muito graças ao carisma e química do seu trio protagonista - Cavill, Hammer e Vikander -, mas os moderados resultados de bilheteira anunciaram a morte precoce da(s) sequela(s) prometida(s) na cena final. Uma pena.

sábado, março 05, 2016

Nas Nalgas do Mandarim - S02E01

sexta-feira, março 04, 2016

Nalga-te!

quinta-feira, março 03, 2016

I Am Ali (2014)

A vida desportiva de Cassius Clay - que após se dedicar ao islamismo, alterou o seu nome para Muhammad Ali, principalmente porque acreditava que o seu nome tinha origem na escravatura dos seus antepassados -, considerado por muitos como o maior lutador da história do boxe, o profeta desbocado que não protegia a cara nos ringues, vista na perspectiva de vários familiares, fãs e amigos próximos. O pugilista que voava como uma borboleta e picava como uma abelha, revisto em quase duas horas de documentário que, ainda assim, deixa a sensação de que muito mais ficou por mostrar. Numa altura de grande segregação racial, Ali foi figura de proa na revolução social e cultural que modificou os EUA nos anos sessenta e setenta, muito devido ao seu estilo sem papas na língua nem modéstia na sua auto-apreciação. Suspenso dos ringues, no pico da sua carreira, durante quatro longos anos por ter-se recusado a participar na Guerra do Vietname, criticando-a publicamente e liderando a revolta nas ruas, Ali disse um dia que "o maior título desportivo de nada vale se um homem não puder ser livre"; e isso tornou-o uma lenda não na história do desporto, mas sim da humanidade. Uma que, imperceptivelmente, é tratada como se já estivesse morta, mesmo neste documentário que lhe celebra a vida, referindo-se toda a gente a Ali no passado. E ele, por pior que esteja devido à doença de Parkinson que lhe foi diagnosticada ainda nos anos oitenta, não merece tal desprezo. Porque um único plano na actualidade, mesmo que em silêncio profundo, teria valido ouro.


quarta-feira, março 02, 2016

Sr. Joaquim Origins

terça-feira, março 01, 2016

Hodejegerne (2011)

O cinema ("The Hunt" ou "The Girl with the Dragon Tattoo") e a televisão ("The Killing" ou "The Bridge") escandinava tem oferecido alguns dos thrillers mais interessantes, originais e complexos da última década, quase todos posteriormente alvo de novas versões nos EUA; "Headhunters" não foge à regra, no que à qualidade diz respeito. Estilizado e provavelmente inspirado em alguns dos clássicos dos irmãos Coen dos anos noventa, o filme do norueguês Morten Tyldum ("The Imitation Game") conta com uma deliciosa personagem napoleónica cujo complexo de inferioridade na sua relação conjugal serve de base para um desempenho fenomenal de Aksel Hennie na pele de um ladrão de arte, no mínimo, singular. Ritmado, enérgico e imprevisível, eis uma sugestão obrigatória acabadinha de chegar ao Netflix; mesmo que vos desiluda, sempre lavam os olhos com a belíssima Synnøve Macody Lund.