Um (dois?) papelaço(s) de Jesse Eisenberg, um universo distópico singular, uma cinematografia tremendamente interessante na sua escuridão, uma abordagem filosófica ao conceito complexo da identidade, uma visão sociopática e patológica da sociedade e do existencialismo humano mas, feitas as contas, uma tremida exploração e adaptação ao cinema de uma das primeiras obras do russo Fyodor Dostoevsky. Fica para a história um ensaio arriscado do londrino Richard Ayoade ("
Submarine"), que triunfa a nível estético mas que a todos os restantes níveis, salvo raros momentos e rasgos, parece pecar sempre por defeito, pela mera sugestão e nunca a sua finalização. O ser real e o ser desejado numa atmosfera idioscópica, sob um trabalho técnico irrepreensível - Ayoade não teme nem evita a presença conjunta de Einsenberg ao quadrado na tela - que apenas serve para disfarçar tudo o resto; porque o que o sobra em psicanálise, falta-lhe em cinema.
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