segunda-feira, dezembro 31, 2012
domingo, dezembro 30, 2012
E agora um Top um pouco mais sério!
Na televisão, sem dúvida alguma o destaque vai para a primeira metade da segunda temporada de "Suits", que recomeça já em meados de Janeiro de 2013. Harvey Specter tornou-se num ápice a minha personagem favorita em actividade, substituindo com grande classe a pesada herança deixada por Alan Shore e Gregory House. E não menciono mais nenhuma série, mesmo para destacar um produto televisivo que também nunca é lembrado nos favoritos anuais da especialidade. E que grandes momentos teve esta segunda temporada de "Defesa à Medida".
Na blogosfera, referência para o trabalho incansável do Aníbal Santiago, tanto no seu multifacetado "Rick's Cinema", como a matar a fome, diariamente, de mais de quinze mil seguidores na página de Facebook da Take Cinema Magazine. Para blogue, o destaque continua a ser o mesmo, ano após ano: o "TV Dependente" continua a ser o exemplo perfeito de um blogue que funciona como nenhum outro a todos os níveis. Criatividade, regularidade, trabalho de equipa e competência de mãos dadas como em nenhum outro lado. Dito isto, o meu blogue de estimação, aquele que levava para uma ilha deserta, continua a ser o muito pessoal, divertido e original "Créditos Finais", do Miguel Ferreira. Para provocar-lhe um pouco de dor, nada como dizer-lhe que orquestra ali o melhor blogue dos últimos tempos. Até 2013.
sábado, dezembro 29, 2012
sexta-feira, dezembro 28, 2012
Um TOP 10 de 2012 um pouco diferente!
quinta-feira, dezembro 27, 2012
TCN 2012: O meu vídeo favorito...
E todos os outros! Mais uma vez, um tremendo obrigado ao Miguel Ferreira e ao Ricardo Rufino pela trabalheira. Sem a ajuda deles, este ano a cerimónia teria sido muito mais aborrecida. Agora o tramado vai ser superar isto em 2013 se o Miguel e o Ricardo não se oferecerem outra vez.
quarta-feira, dezembro 26, 2012
CCOP - Top de Novembro de 2012
Argo lidera o top de Novembro do CCOP, conseguindo uma entrada directa no quinto lugar dos melhores do ano (empatado com o português O Gebo e a Sombra). Já o segundo lugar coube a As Vantagens de Ser Invisível que com uma nota média de 8,14 garantiu-lhe também lugar no top 10 do ano: oitava posição, ex-aequo com o norueguês Oslo, 31 de Agosto. A terceira posição do mês ficou ocupada pelo documentário Shut Up and Play the Hits - O Fim dos LCD Soundsystem, com uma nota média de 8 em 10.
1. Argo, de Ben Affleck | 8,33
2. As Vantagens de Ser Invisível, de Stephen Chbosky | 8,14
3. Shut Up and Play the Hits - O Fim dos LCD Soundsystem, de Dylan Southern e Will Lovelace | 8,00
4. O Substituto, de Tony Kaye | 7,71
5. Força Ralph, de Rich Moore | 7,50
5. Cloud Atlas, de Tom Tykwer, Andy Wachowski e Lana Wachowski | 7,50
7. César Deve Morrer, de Paolo Taviani e Vittorio Taviani | 7,33
8. Neds - Jovens Delinquentes, de Peter Mullan | 7,25
9. Fim de Turno, de David Ayer | 7,00
10. Dos Homens Sem Lei, de John Hillcoat | 6,89
11. Mata-os Suavemente, de Andrew Dominik | 6,67
12. Sinister - Entidade do Mal, de Scott Derrickson | 6,40
13. Um Ritmo Perfeito, de Jason Moore | 6,33
14. Mais Um Dia Feliz, de Sam Levinson | 6,25
15. Manteiga, de Jim Field Smith | 6,00
16. As Voltas da Vida, de Robert Lorenz | 5,50
17. As Palavras, de Brian Klugman e Lee Sternthal | 5,33
18. Aristides de Sousa Mendes - O Cônsul de Bordéus, de Francisco Manso e João Correa | 4,00
19. A Saga Twilight: Amanhecer - Parte 2, de Bill Condon | 3,00
terça-feira, dezembro 25, 2012
Eis um livro que não vai mudar a sua vida
segunda-feira, dezembro 24, 2012
These new Romans are better. They fly better.
Patético? Patético é pagar cento e quarenta e cinco milhões de impostos em quarenta e cinco anos de trabalho e ser chamado patético por um representante desse mesmo estado que tanto recebeu de uma só pessoa. Patético é dar emprego e pagar salários a quase uma centena de cidadãos franceses e ser chamado patético por procurar uma solução legal para tamanho desfalque - tributação de cerca de 80% dos rendimentos -, solução essa que por si só já acarreta gravosos custos pessoais, profissionais e reputacionais a Depardieu. Que seja uma lição: a ganância fiscal de um estado apenas levará a mais fome e menos investimento, pelo menos enquanto não houver uma harmonização europeia/internacional a este nível de impostos. Caro Depardieu, quando meio mundo e toda uma França lhe cai em cima, eu digo-lhe sem qualquer problema: na sua situação, eu teria feito o mesmo. Com metade dos meus rendimentos a voarem mês após mês, talvez ainda o faça um dia destes.
domingo, dezembro 23, 2012
sábado, dezembro 22, 2012
Vertigo, Midas e Qualidade (ou falta dela)
Numa estratégia muito interessante de rentabilizar e valorizar algumas das jóias da sua coroa, a Midas dá início a um programa de reposição de grandes clássicos nas salas de cinema, uma forma inteligente de atrair novos - e velhos - cinéfilos para as cadeiras almofadadas dos cinemas UCI, que de forma sensata aderiram em exclusivo a esta iniciativa. Para (re)ver um dos clássicos de Hitchcock, conhecidos meus já foram uns quantos que não colocavam os pés numa sala de cinema desde os anos noventa. Sim, mais de uma década. Promoção nos media, tradicionais ou tecnológicos, também não tem faltado. Restam dúvidas do potencial do conceito?
Do conceito duvido, mas diz-nos a polémica da semana que da qualidade de "Vertigo" sim. Não sei bem o que será um filme de qualidade, mas sei que o filme de Hitchcock, recentemente considerado o melhor de sempre pela conceituada "Sight and Sound", merecia mais esse rótulo que títulos como "Apocalypto", "The Queen", "Eragon" ou "World Trade Center", apenas para citar alguns que receberam a distinção em 2007, por exemplo. Caramba, para ser honesto, não há praticamente nenhum título que tenha recebido essa classificação da Comissão da Classificação de Espectáculos da Secretaria de Estado da Cultura que merecesse mais que "A Mulher que Viveu Duas Vezes", pela sua importância na história da Sétima Arte e na filmografia de incontáveis realizadores no último meio século.
Ainda a propósito do clássico de Stewart e Novak, com a belíssima São Francisco como pano de fundo - e como eu amo a cidade de Alcatraz e da Golden Gate -, convidaram-me esta semana que passou por e-mail para escrever um parágrafo sobre o mesmo, bem como desvendar qual seria para mim o melhor filme de todos os tempos. Por muita vontade que tivesse de participar e meter o meu querido "Dr.Strangelove" ao barulho, tive que recusar o convite por uma razão tão simples quanto vergonhosa de admitir no início da semana: nunca tinha passado duas horas da minha vida a aproveitar "Vertigo". Problema que felizmente ficou resolvido esta última madrugada. E sim, "A Mulher que Viveu Duas Vezes" é um recital brilhante de suspense, de cinematografia, de frustrações e desilusões. Mas não é o melhor de sempre e, permitam-me a ousadia, não é sequer o melhor de Hitchcock.
sexta-feira, dezembro 21, 2012
quinta-feira, dezembro 20, 2012
quarta-feira, dezembro 19, 2012
terça-feira, dezembro 18, 2012
segunda-feira, dezembro 17, 2012
domingo, dezembro 16, 2012
sábado, dezembro 15, 2012
Vencedores TCN Blog Awards 2012
Melhor Crítica de Televisão:
"House - episódio Everybody Lies", por Mafalda Neto, do blogue TV Dependente
Melhor Crítica de Cinema:
"O Cavalo de Turim", por Tiago Ramos do blogue Split-Screen
Melhor Entrevista:
"Entrevista a Jonathan Rosenbaum", por Miguel Domingues, do blogue À Pala de Walsh
Melhor Site/Portal de Cinema/Televisão:
Magazine HD
Melhor Artigo de Televisão:
"RTP 2 - Sentimento de Revolta", por Rui Alves de Sousa, do blogue Companhia das Amêndoas
Melhor Artigo de Cinema:
"Ninho de Cucos (IV)", por Gustavo Santos, no blogue Dial P for Popcorn
Melhor Novo Blogue:
Hoje vi(vi) um filme
Melhor Iniciativa:
Ficheiros Secretos - 10 anos
Melhor Blogue Individual:
Close-Up
Melhor Blogue Colectivo:
TV Dependente
Blogger do Ano:
Nuno Reis
sexta-feira, dezembro 14, 2012
quinta-feira, dezembro 13, 2012
quarta-feira, dezembro 12, 2012
TCN 2012: É já no Sábado!
PS: Devido á manifestação da CGTP agendada para o mesmo dia e mesma hora, entre Alcântara e Belém, recomenda-se a todos os convidados dos TCN Blog Awards 2012 que se desloquem mais cedo para o Centro Cultural Casapiano, juntando-se assim ao convívio e boa disposição pré-evento que certamente surgirá no local a partir das 14h00. Devido a limitações derivadas ao horário de encerramento do Centro, a cerimónia terá mesmo que começar, sem qualquer margem para atrasos, às 15h00. Por isso, se não querem perder pitada, já sabem, não arrisquem chegar em cima da hora.
terça-feira, dezembro 11, 2012
segunda-feira, dezembro 10, 2012
E a MRW volta a fazer das suas!
Foi tiro e queda: do dia do pedido (4 de Novembro) até dia 4 de Dezembro, absolutamente nada. Consulto o status online da encomenda e deparo-me com um... Delivered November 11. Irritado - mas nada admirado -, lá contacto a Amazon explicando a situação. Impecáveis como sempre, enviam logo no próprio dia um novo pacote, desta vez via DHL e sem qualquer custo adicional, informando-me que vão contactar a MRW para descobrir o que se passou. No dia seguinte, enviam-me um e-mail a dizer que a MRW afirma ter entregue a encomenda a um Diogo Silva. Ora bem, eu não conheço nenhum Diogo Silva... e não existe nenhum Diogo Silva no meu prédio. Nem no prédio ao lado, segundo o segurança do mesmo. Caramba, Silva nem sequer é o meu apelido, a probabilidade de ser família era quase nula. Porque raio a MRW entregou uma encomenda com o meu nome a um Diogo Silva? A incompetência continua. Num prédio/rua completamente diferente da minha? Isto se chegaram mesmo a entregar em algum lado, é claro.
Mas há males que vêm por bem. Em três dias - sim, três dias -, recebi a nova encomenda via DHL. Informei a Amazon, que por sua vez disse-me que, enquanto cliente regular - é raro o mês que não faço encomendas -, para esta minha morada no continente iria passar a enviar todos os pedidos em exclusivo via DHL e nunca mais via MRW. Não é que vá usá-la muitas vezes nos próximos tempos, porque estou quase de regresso ao meu paraíso Atlântico, mas ganhei o dia. Não só porque livro-me de chatices, mas também porque consegui que a desastrosa MRW perdesse um cliente e (mais) alguma credibilidade junto da Amazon.
domingo, dezembro 09, 2012
sábado, dezembro 08, 2012
Em resposta ao artigo escrito por Mourinha "às criancinhas"
Saiu no suplemento Ípsilon, do jornal Público de 30 de Novembro passado, um texto que não pode deixar de suscitar uma reacção. Com o título "A evolução da alternativa ao academismo contada às criancinhas", esse artigo de opinião versa, em tom de escárnio, sobre a situação presente da revista francesa Cahiers du Cinéma, contraposta aos anos históricos da sua afirmação no mundo. O seu redactor, o crítico de cinema Jorge Mourinha, "conta às criancinhas" a história da revista e o seu impacto nos modos de ver, dar a ver e fazer Cinema. Diz, a certa altura, que a política de autores tem vindo a "impor globalmente" uma "oposição comummente aceite entre 'cinema comercial' e 'cinema de arte' ou 'cinema de autor'". Percebemos que Mourinha sabe que os Cahiers procuraram precisamente “confundir” essas etiquetas redutoras entre o que é comercial e o que é arte; que viram arte no comercial (caso de Hitchcock) e comercial na arte (caso dos autores "burgueses" da Tradição da Qualidade, que Truffaut denunciou como a tendência mais funesta do cinema francês). Contudo, não entendemos onde está a lógica em afirmar que o que corresponderia hoje a defender, como o fizeram na altura os críticos dos Cahiers, realizadores como Hawks e Hitchcock, seria "erguer a 'autor'" um cineasta como Christopher Nolan, "coisa que aos Cahiers hoje, entrincheirados no academismo que eles próprios criaram, nunca passaria pela cabeça."
De repente, Mourinha sonega toda a história que se segue à formulação da "política de autores": nada mais que a emancipação do Cinema a nível mundial. O que Mourinha propõe é olharmos para o cinema comercial como os críticos dos Cahiers souberam olhar no seu tempo, mas como se a dimensão autoral fosse indissociável da natureza comercial ou não do filme em análise. Os Cahiers não estabeleceram que TODO o cinema de autor tem de ser cinema comercial; disseram que o cinema de autor pode nascer de uma conjuntura económica e política adversa à liberdade artística do criador. Entre o "pode" e o "tem" cabe o mundo — claro que para Mourinha, como a última produção de Nolan é cinema de autor, coisa que este arruma só pelo facto de "dizer que assim é", então Nolan é o novo Hawks ou o novo Hitchcock e... Mourinha o novo Truffaut?
O que os críticos dos Cahiers fizeram foi — e voltamos a usar o termo "vitimizante" de Jorge Mourinha — "impor" a liberdade de se ver cinema muito para lá dos sistemas de gosto instalados — esses sim, foram as vítimas da sua crítica. Os Cahiers propuseram um "novo olhar" livre de preconceitos tal como não foi de modo algum imposto um novo preconceito que dita que todo o cinema comercial americano está destituído de dimensão autoral, ou então Spielberg não teria visto o seu "War of the Worlds" ser considerado pela revista "só" o oitavo melhor filme da primeira década do novo milénio... Ou M. Night Shyamalan não teria merecido a consagração que nunca teve — e algum dia terá? — no seu próprio país.
Mais à frente, o crítico do Público diz: "Muitos dos nomes que os Cahiers defendem na sua lista como cineastas livres fazem parte do academismo do cânone 'autorista', ao qual pertencem em alguns casos mais pela sua postura perante o cinema do que pelos filmes em si." Como pode a "postura sobre o cinema" não estar nos "filmes em si", ou melhor, onde foram os críticos dos Cahiers buscar essa postura que não nos filmes? Parece-nos evidente que Mourinha, por não tolerar, por exemplo, o cinema de Ferrara, sente-se no direito de tomar toda a linha editorial dos Cahiers por ortodoxa ou académica ou, no limite, "conformada" — um de nós também detestou o último Coppola, o outro não considera “Holy Motors” como merecedor de inclusão em Tops dos melhores do ano, mas vê-los na lista da Cahiers lembra-nos como é sempre possível um olhar diferente sobre o mesmo objecto...
Mourinha cita Bazin para dizer que "tudo é relativo", algo que o crítico do Público não põe em prática quando se mostra incapaz de: aceitar a diversidade de proveniências do Cinema, reconhecer o lugar que os Cahiers ocuparam e ainda procuram ocupar no desafio aos unanimismos e aos "gostos maioritários" e — detenhamo-nos, por fim, neste ponto — respeitar a diversidade de visões sobre um filme provenientes de fontes como os, segundo Mourinha, “blogues que multiplicam opiniões”.
Recordamos que a presente indignação ao artigo publicado pelo suplemento Ípsilon nasce na própria comunidade blogger cinéfila portuguesa, uma comunidade liberta de linhas editoriais que não a instituída pelo próprio blogger em prol de uma reflexão cinematográfica anti- consensual, inclusive geradora de alguns futuros profissionais do cinema português e que, em toda a sua natureza, pluralidade, virtudes e defeitos, revela-se um dos espaços mais férteis e inconformados no que toca ao debate sobre o passado, presente e futuro da Sétima Arte.
André Marques
Aníbal Santiago
Hugo Gomes
Inês Moreira Santos
Jorge Rodrigues e João Samuel Neves
Jorge Teixeira e Pedro Teixeira
Luís Mendonça
Miguel Reis
Nuno Reis
Samuel Andrade
De repente, Mourinha sonega toda a história que se segue à formulação da "política de autores": nada mais que a emancipação do Cinema a nível mundial. O que Mourinha propõe é olharmos para o cinema comercial como os críticos dos Cahiers souberam olhar no seu tempo, mas como se a dimensão autoral fosse indissociável da natureza comercial ou não do filme em análise. Os Cahiers não estabeleceram que TODO o cinema de autor tem de ser cinema comercial; disseram que o cinema de autor pode nascer de uma conjuntura económica e política adversa à liberdade artística do criador. Entre o "pode" e o "tem" cabe o mundo — claro que para Mourinha, como a última produção de Nolan é cinema de autor, coisa que este arruma só pelo facto de "dizer que assim é", então Nolan é o novo Hawks ou o novo Hitchcock e... Mourinha o novo Truffaut?
O que os críticos dos Cahiers fizeram foi — e voltamos a usar o termo "vitimizante" de Jorge Mourinha — "impor" a liberdade de se ver cinema muito para lá dos sistemas de gosto instalados — esses sim, foram as vítimas da sua crítica. Os Cahiers propuseram um "novo olhar" livre de preconceitos tal como não foi de modo algum imposto um novo preconceito que dita que todo o cinema comercial americano está destituído de dimensão autoral, ou então Spielberg não teria visto o seu "War of the Worlds" ser considerado pela revista "só" o oitavo melhor filme da primeira década do novo milénio... Ou M. Night Shyamalan não teria merecido a consagração que nunca teve — e algum dia terá? — no seu próprio país.
Mais à frente, o crítico do Público diz: "Muitos dos nomes que os Cahiers defendem na sua lista como cineastas livres fazem parte do academismo do cânone 'autorista', ao qual pertencem em alguns casos mais pela sua postura perante o cinema do que pelos filmes em si." Como pode a "postura sobre o cinema" não estar nos "filmes em si", ou melhor, onde foram os críticos dos Cahiers buscar essa postura que não nos filmes? Parece-nos evidente que Mourinha, por não tolerar, por exemplo, o cinema de Ferrara, sente-se no direito de tomar toda a linha editorial dos Cahiers por ortodoxa ou académica ou, no limite, "conformada" — um de nós também detestou o último Coppola, o outro não considera “Holy Motors” como merecedor de inclusão em Tops dos melhores do ano, mas vê-los na lista da Cahiers lembra-nos como é sempre possível um olhar diferente sobre o mesmo objecto...
Mourinha cita Bazin para dizer que "tudo é relativo", algo que o crítico do Público não põe em prática quando se mostra incapaz de: aceitar a diversidade de proveniências do Cinema, reconhecer o lugar que os Cahiers ocuparam e ainda procuram ocupar no desafio aos unanimismos e aos "gostos maioritários" e — detenhamo-nos, por fim, neste ponto — respeitar a diversidade de visões sobre um filme provenientes de fontes como os, segundo Mourinha, “blogues que multiplicam opiniões”.
Recordamos que a presente indignação ao artigo publicado pelo suplemento Ípsilon nasce na própria comunidade blogger cinéfila portuguesa, uma comunidade liberta de linhas editoriais que não a instituída pelo próprio blogger em prol de uma reflexão cinematográfica anti- consensual, inclusive geradora de alguns futuros profissionais do cinema português e que, em toda a sua natureza, pluralidade, virtudes e defeitos, revela-se um dos espaços mais férteis e inconformados no que toca ao debate sobre o passado, presente e futuro da Sétima Arte.
André Marques
Aníbal Santiago
Hugo Gomes
Inês Moreira Santos
Jorge Rodrigues e João Samuel Neves
Jorge Teixeira e Pedro Teixeira
Luís Mendonça
Miguel Reis
Nuno Reis
Samuel Andrade
sexta-feira, dezembro 07, 2012
quinta-feira, dezembro 06, 2012
The Iron Lady (2011)
Margaret Thatcher é hoje uma sombra da mulher forte, decidida e lúcida que durante mais de uma década criou amores e ódios no Reino Unido, com as suas políticas ultraconservadoras mas quase sempre determinantes para o sucesso económico e social britânico, dentro e fora de portas. O seu falecido marido continua a fazer parte do seu dia-a-dia, com alucinações que preocupam todos aqueles que a rodeiam menos a própria "Dama de Ferro", que as usa como motivação para continuar a viver e, através de conversas imaginárias, recordar os momentos mais marcantes da sua vida pessoal e política.
Retrato triste e eficaz sobre o envelhecimento, "The Iron Lady" é, no entanto, uma obra biográfica que não faz jus à carreira política de uma das mulheres mais influentes e poderosas da história recente, reduzindo momentos capitais da sua vida profissional a breves cenas em que imagens de arquivo misturam-se com frames ficcionais e, por outro lado, histórias familiares pouco ou nada interessantes prolongam-se infinitamente entre conversas banais, memórias retorcidas e mensagens sensacionalistas. Realizado por Phyllida Lloyd ("Mamma Mia!"), o grande destaque vai, naturalmente, para mais uma interpretação arrepiante de Meryl Streep, que encarna a personagem e todos os seus maneirismos na perfeição, valendo-lhe merecidamente mais um Óscar na sua carreira. Mas se Streep é fenomenal, o filme não o é, desvalorizando incompreensivelmente o contexto das grandes batalhas que Thatcher lutou, obrigando o espectador quase sempre a focar-se na inevitabilidade do passar dos anos na perca das nossas faculdades - e a sentir-se mal com isso - invés de o atrair para a personalidade única de uma líder governamental que marcou gerações. Com um estilo narrativo desadequado, "A Dama de Ferro" futiliza-se a cada minuto que passa. No fim, mais do que admiração por Thatcher, temos pena dela; e eu não acredito que isso a deixasse contente.
Retrato triste e eficaz sobre o envelhecimento, "The Iron Lady" é, no entanto, uma obra biográfica que não faz jus à carreira política de uma das mulheres mais influentes e poderosas da história recente, reduzindo momentos capitais da sua vida profissional a breves cenas em que imagens de arquivo misturam-se com frames ficcionais e, por outro lado, histórias familiares pouco ou nada interessantes prolongam-se infinitamente entre conversas banais, memórias retorcidas e mensagens sensacionalistas. Realizado por Phyllida Lloyd ("Mamma Mia!"), o grande destaque vai, naturalmente, para mais uma interpretação arrepiante de Meryl Streep, que encarna a personagem e todos os seus maneirismos na perfeição, valendo-lhe merecidamente mais um Óscar na sua carreira. Mas se Streep é fenomenal, o filme não o é, desvalorizando incompreensivelmente o contexto das grandes batalhas que Thatcher lutou, obrigando o espectador quase sempre a focar-se na inevitabilidade do passar dos anos na perca das nossas faculdades - e a sentir-se mal com isso - invés de o atrair para a personalidade única de uma líder governamental que marcou gerações. Com um estilo narrativo desadequado, "A Dama de Ferro" futiliza-se a cada minuto que passa. No fim, mais do que admiração por Thatcher, temos pena dela; e eu não acredito que isso a deixasse contente.
quarta-feira, dezembro 05, 2012
terça-feira, dezembro 04, 2012
Ficção vs Realidade
segunda-feira, dezembro 03, 2012
domingo, dezembro 02, 2012
sábado, dezembro 01, 2012
Dicas para as votações TCN (II/II)
As contas estão todas feitas. Somada a votação do público à pontuação da Academia, os vencedores foram descobertos e nos próximos dias estarão dentro dos respectivos envelopes de cerimónia. Das onze estatuetas, sete serão entregues aos favoritos da Academia nas suas respectivas categorias. Desses sete vencedores, um foi também o mais votado pelo público, dois os segundos, três os terceiros e um o sexto. Dos restantes quatro laureados, três triunfam sendo os preferidos dos visitantes mas não da Academia - dois terceiros lugares e um quarto. O outro, na corrida por Melhor Blogue Colectivo, arrecada o título com dois segundos lugares. As votações detalhadas, tanto do público como da Academia, estarão disponíveis no Cinema Notebook alguns dias depois da cerimónia de entrega dos TCN.
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