sábado, março 31, 2012
sexta-feira, março 30, 2012
Margin Call (2011)
"As pessoas não fazem ideia do que é que lhes está prestes a acontecer", diz a certa altura uma das personagens de "Margin Call", como se estivesse ciente de um ataque terrorista iminente. Baseado nos acontecimentos que antecederam a crise global financeira de 2008, o filme nomeado aos Óscares para Melhor Argumento Original mostra os bastidores de uma empresa de investimento de capitais de risco que, em pleno processo de despedimento colectivo, descobre que os mercados estão prestes a entrar em colapso. Naquelas que serão as vinte e quatro horas mais longas das suas vidas, importa agora trair todos aqueles que lhes confiaram o seu dinheiro e, mesmo sabendo que estarão a vender acções sem qualquer valor, enganar accionistas e investidores antes que a dura verdade seja descoberta e revelada. E, com isso, provocar e catapultar o desastre financeiro que, ainda hoje, dita o nosso presente e molda o nosso futuro.
Escrito e realizado pelo estreante J.C. Chandor, "Margin Call - O Dia Antes do Fim" conta com um dos mais interessantes e dinâmicos elencos dos últimos anos, num choque proveitoso de gerações onde a experiência de veteranos como Kevin Spacey, Jeremy Irons, Stanley Tucci ou Demi Moore traz algum cinismo ao entusiasmo de actores como Paul Bettany, Zachary Quinto ou Simon Baker. Numa obra onde não há heróis, apenas vilões, surge-nos um retrato tão corajoso quanto metódico, tão frio quanto intenso, tão abstracto como complexo de uma realidade que a maioria de nós tão mal conhece, mas que a todos nos afecta. Mais dramático do que propriamente didáctico, o ritmo calmo e a narrativa aberta de “Margin Call” pode não agradar a todos os cinéfilos; mas mesmo esses não terão problemas em admirar os trunfos técnicos e artísticos da fita, das panorâmicas de Manhattan aos jogos de luzes e sombras dos escritórios – a escuridão da noite vs a luz dos ecrãs -, sem esquecer o enfoque dado às reacções humanas e não a uma lista interminável de números em computadores.
Sem respeito nem pudor com conveniências sociais, Chandor traz-nos a sua visão de como o capitalismo corrompeu a afamada tradição do trabalho árduo em prol do sonho americano. Porque, diz-nos o filme, há três maneiras de ter sucesso hoje em dia: ser o primeiro, ser mais inteligente ou… fazer batota. E, com apenas três milhões e meio de dólares de orçamento, a batota de Chandor para chegar às bocas do mundo foi simples, honesta e indolor: ir buscar nomes grandes de outras décadas e oferecer-lhes os seus melhores papéis em vários anos. Haverá melhor cartão de visita?
Escrito e realizado pelo estreante J.C. Chandor, "Margin Call - O Dia Antes do Fim" conta com um dos mais interessantes e dinâmicos elencos dos últimos anos, num choque proveitoso de gerações onde a experiência de veteranos como Kevin Spacey, Jeremy Irons, Stanley Tucci ou Demi Moore traz algum cinismo ao entusiasmo de actores como Paul Bettany, Zachary Quinto ou Simon Baker. Numa obra onde não há heróis, apenas vilões, surge-nos um retrato tão corajoso quanto metódico, tão frio quanto intenso, tão abstracto como complexo de uma realidade que a maioria de nós tão mal conhece, mas que a todos nos afecta. Mais dramático do que propriamente didáctico, o ritmo calmo e a narrativa aberta de “Margin Call” pode não agradar a todos os cinéfilos; mas mesmo esses não terão problemas em admirar os trunfos técnicos e artísticos da fita, das panorâmicas de Manhattan aos jogos de luzes e sombras dos escritórios – a escuridão da noite vs a luz dos ecrãs -, sem esquecer o enfoque dado às reacções humanas e não a uma lista interminável de números em computadores.
Sem respeito nem pudor com conveniências sociais, Chandor traz-nos a sua visão de como o capitalismo corrompeu a afamada tradição do trabalho árduo em prol do sonho americano. Porque, diz-nos o filme, há três maneiras de ter sucesso hoje em dia: ser o primeiro, ser mais inteligente ou… fazer batota. E, com apenas três milhões e meio de dólares de orçamento, a batota de Chandor para chegar às bocas do mundo foi simples, honesta e indolor: ir buscar nomes grandes de outras décadas e oferecer-lhes os seus melhores papéis em vários anos. Haverá melhor cartão de visita?
quinta-feira, março 29, 2012
quarta-feira, março 28, 2012
As dicas de Billy Wilder
Faz hoje dez anos que Billy Wilder foi desta para melhor. Em homenagem, ficam as suas onze dicas para guionistas, retiradas do livro "Conversas com Wilder", da autoria de... Cameron Crowe.
1. The audience is fickle.
2. Grab ‘em by the throat and never let ‘em go.
3. Develop a clean line of action for your leading character.
4. Know where you’re going.
5. The more subtle and elegant you are in hiding your plot points, the better you are as a writer.
6. If you have a problem with the third act, the real problem is in the first act.
7. A tip from Lubitsch: Let the audience add up two plus two. They’ll love you forever.
8. In doing voice-overs, be careful not to describe what the audience already sees. Add to what they’re seeing.
9. The event that occurs at the second act curtain triggers the end of the movie.
10. The third act must build, build, build in tempo and action until the last event, and then...
11. ... that’s it. Don’t hang around.
terça-feira, março 27, 2012
segunda-feira, março 26, 2012
Desafios CN 2012 (#3)
Pontuação: 3 pontos
Resposta:
Vencedor:
Classificação actualizada na barra lateral direita. O prémio surpresa, tal como no ano passado, será entregue presencialmente na próxima edição dos TCN Blog Awards. Atenção que nem todos os desafios serão publicados aqui no blogue. Alguns irão decorrer exclusivamente ou na página do Cinema Notebook no Facebook, ou na conta do blogue no Twitter.
domingo, março 25, 2012
sábado, março 24, 2012
Buried (2010)
Paul Conroy é um motorista de camião norte-americano destacado no Iraque, que acorda enterrado vivo dentro de um caixão, sabe-se lá onde e a que profundidade. Com oxigénio suficiente para pouco mais de uma hora, um isqueiro, uma caneta, uma navalha e um telemóvel são as únicas armas à sua disposição para arranjar maneira de ser resgatado e sobreviver.
Realizado magistralmente pelo espanhol Rodrigo Cortés, “Enterrado” é uma fita tão claustrofóbica quanto desesperante desde o seu primeiro segundo. Num exercício interessante de tortura psicológica ao espectador, colocando este na pele da personagem principal, deixando-o tão desorientado, confuso e indeciso em relação à situação quanto se sente Ryan Reynolds, Cortés foca o guião – a parte boa mas também as suas falhas – no poder de decisão das chamadas feitas – faria ou não o cinéfilo o mesmo -, sobrevalorizando o pânico e a atmosfera pesada sobre possíveis mensagens políticas de uma guerra sem nexo. Num one-man show inesperado (?!?) de Reynolds, destaque para os planos fluidos – chegam a haver movimentos inacreditáveis de 360 graus dentro de uma caixa, sem qualquer recurso a computadores – de “Buried”, bem como para o cartaz fenomenal inspirado no estilo do já falecido Saul Bass. Contrariando a expressão popular, a esta hora Hitchcock não tem razões para estar a dar voltas no caixão.
Realizado magistralmente pelo espanhol Rodrigo Cortés, “Enterrado” é uma fita tão claustrofóbica quanto desesperante desde o seu primeiro segundo. Num exercício interessante de tortura psicológica ao espectador, colocando este na pele da personagem principal, deixando-o tão desorientado, confuso e indeciso em relação à situação quanto se sente Ryan Reynolds, Cortés foca o guião – a parte boa mas também as suas falhas – no poder de decisão das chamadas feitas – faria ou não o cinéfilo o mesmo -, sobrevalorizando o pânico e a atmosfera pesada sobre possíveis mensagens políticas de uma guerra sem nexo. Num one-man show inesperado (?!?) de Reynolds, destaque para os planos fluidos – chegam a haver movimentos inacreditáveis de 360 graus dentro de uma caixa, sem qualquer recurso a computadores – de “Buried”, bem como para o cartaz fenomenal inspirado no estilo do já falecido Saul Bass. Contrariando a expressão popular, a esta hora Hitchcock não tem razões para estar a dar voltas no caixão.
sexta-feira, março 23, 2012
quinta-feira, março 22, 2012
Kyle Smith dixit
Por Kyle Smith, no New York Post, a propósito da estreia de "The Love Guru" em 2008.
quarta-feira, março 21, 2012
Desafios CN 2012 (#2)
Pontuação: 3 pontos
Resposta: Ingrid Bergman
Vencedor: Robinho
Classificação actualizada na barra lateral direita. O prémio surpresa, tal como no ano passado, será entregue presencialmente na próxima edição dos TCN Blog Awards. Atenção que nem todos os desafios serão publicados aqui no blogue. Alguns irão decorrer exclusivamente ou na página do Cinema Notebook no Facebook, ou na conta do blogue no Twitter.
terça-feira, março 20, 2012
segunda-feira, março 19, 2012
The Hit List (2011)
Depois de um dia para esquecer - perde uma promoção profissional que tomava como certa, é ameaçado de morte por dever dinheiro a um rufia e descobre que a mulher o anda a trair com o seu melhor amigo -, Allan Campbell (Cole Hauser) dirige-se ao bar mais próximo para apanhar uma bebedeira valente. E é nesse bar que acaba por conhecer Jonas Arbor (Cuba Gooding Jr.), um lunático que afirma ser um assassino profissional e que o desafia a fazer uma "lista fatal" de cinco pessoas que ele gostaria de ver fora da sua vida. Pensando não se tratar de nada mais do que um jogo psicológico, Allan aceita o desafio e, do seu patrão à sua mulher, do colega irritante ao melhor amigo, todos os que o desiludiram lá estão. Quando na manhã seguinte o seu chefe é encontrado morto, Allan percebe que deu asas à imaginação de um assassino e que, a não ser que evite as restantes mortes, irá ser considerado pelo polícia como o principal suspeito.
"The Hit List" é uma desculpa cinematográfica para o perdido Cuba Gooding Jr. interpretar um papel frio e implacável, num argumento tão infantil quanto psicologicamente eficaz. Mas, verdade seja dita, Gooding Jr. está para a personagem como Chuck Norris estaria para um romântico incurável numa fita de Cameron Crowe. Com um andar patético, uma expressão facial tão falsa quanto a de Lili Caneças e diálogos tão intensos (ou não...) como "Aside from death, there is no sure thing, my friend. I can promise you that shit" demonstra, Cuba faz o já de si fraquinho Cole Hauser parecer uma estrela na tela. De resto, apenas um destaque simpático para a desconhecida Ginny Weirick, que entre heróis supérfluos e vilões triviais, cumpre com simplicidade e elegância o seu papel. Já agora, quem estaria na vossa "Lista Fatal"? Pedro Passos Coelho não conta.
"The Hit List" é uma desculpa cinematográfica para o perdido Cuba Gooding Jr. interpretar um papel frio e implacável, num argumento tão infantil quanto psicologicamente eficaz. Mas, verdade seja dita, Gooding Jr. está para a personagem como Chuck Norris estaria para um romântico incurável numa fita de Cameron Crowe. Com um andar patético, uma expressão facial tão falsa quanto a de Lili Caneças e diálogos tão intensos (ou não...) como "Aside from death, there is no sure thing, my friend. I can promise you that shit" demonstra, Cuba faz o já de si fraquinho Cole Hauser parecer uma estrela na tela. De resto, apenas um destaque simpático para a desconhecida Ginny Weirick, que entre heróis supérfluos e vilões triviais, cumpre com simplicidade e elegância o seu papel. Já agora, quem estaria na vossa "Lista Fatal"? Pedro Passos Coelho não conta.
domingo, março 18, 2012
Desafios CN 2012 (#1)
Pontuação: 2 pontos
Resposta: Oliver Hardy
Vencedor: Robinho
Classificação actualizada na barra lateral direita. O prémio surpresa, tal como no ano passado, será entregue presencialmente na próxima edição dos TCN Blog Awards. Atenção que nem todos os desafios serão publicados aqui no blogue. Alguns irão decorrer exclusivamente ou na página do Cinema Notebook no Facebook, ou na conta do blogue no Twitter.
sábado, março 17, 2012
sexta-feira, março 16, 2012
E tu, o que farias?
quinta-feira, março 15, 2012
quarta-feira, março 14, 2012
Eu ainda sou do tempo...
terça-feira, março 13, 2012
Blogue da Semana (#76)
segunda-feira, março 12, 2012
domingo, março 11, 2012
Crazy, Stupid, Love (2011)
Cal Weaver (Steve Carell) é um quarentão a viver o sonho norte-americano: uma boa casa, uma situação económica feliz, dois filhos saudáveis e uma esposa fiel e dedicada. Ou, assim pensava ele, pois toda essa estabilidade vai por água abaixo no dia em que a mulher, inesperadamente, lhe pede o divórcio. Depois do trauma, Cal decide seguir a sua vida e, como solteirão, voltar à caça. Com um pequeno entrave no caminho: as suas técnicas de sedução estão absolutamente obsoletas. Nada que Jacob (Ryan Gosling), um desconhecido sedutor metrosexual que se propõe a ajudá-lo num bar, decide revolucionar o aspecto e a atitude de Cal, um pouco à sua imagem. Mas conseguirão várias paixões efémeras substituir um grande amor?
"Crazy, Stupid, Love" foi justamente considerada por várias publicações especializadas como uma das melhores comédias dos últimos anos. Co-realizado pela dupla Glenn Ficarra e John Requa ("I Love You Phillip Morris"), a razão de tal sucesso deve-se principalmente a três factores-chave: o guião surpreendentemente maduro - sem piadas baratas ou facilitismos cómicos - de Dan Fogelman ("Tangled" e "Cars"); a química quase magnética entre Carell e Gosling; e a imprevista queda para o humor deste último, um actor que esteve impecavelmente bem em todas as frentes que disputou recentemente - do drama ao romance, da comédia à acção. Todos estes trunfos fazem de "Amor, Estúpido e Louco" um filme tão divertido quanto melancólico, tão sofisticado quanto tradicional, tão fã de Woody Allen como de Judd Apatow. Como sabe bem uma comédia de adultos, para adultos, em que as únicas três dimensões que existem não precisam de óculos descartáveis: o sex-appeal de Gosling, qual Patrick Swayze em algumas cenas, a beleza clássica e refrescante de Emma Stone e o talento natural de Carell para nos fazer rir, sem precisar de se estupidificar.
"Crazy, Stupid, Love" foi justamente considerada por várias publicações especializadas como uma das melhores comédias dos últimos anos. Co-realizado pela dupla Glenn Ficarra e John Requa ("I Love You Phillip Morris"), a razão de tal sucesso deve-se principalmente a três factores-chave: o guião surpreendentemente maduro - sem piadas baratas ou facilitismos cómicos - de Dan Fogelman ("Tangled" e "Cars"); a química quase magnética entre Carell e Gosling; e a imprevista queda para o humor deste último, um actor que esteve impecavelmente bem em todas as frentes que disputou recentemente - do drama ao romance, da comédia à acção. Todos estes trunfos fazem de "Amor, Estúpido e Louco" um filme tão divertido quanto melancólico, tão sofisticado quanto tradicional, tão fã de Woody Allen como de Judd Apatow. Como sabe bem uma comédia de adultos, para adultos, em que as únicas três dimensões que existem não precisam de óculos descartáveis: o sex-appeal de Gosling, qual Patrick Swayze em algumas cenas, a beleza clássica e refrescante de Emma Stone e o talento natural de Carell para nos fazer rir, sem precisar de se estupidificar.
sábado, março 10, 2012
Toca a comprar!
sexta-feira, março 09, 2012
quinta-feira, março 08, 2012
quarta-feira, março 07, 2012
terça-feira, março 06, 2012
segunda-feira, março 05, 2012
domingo, março 04, 2012
sábado, março 03, 2012
sexta-feira, março 02, 2012
quinta-feira, março 01, 2012
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