Willie Stokes (Billy Bob Thornton) é um bandido alcoólico que sobrevive do Natal. Isto porque, depois de passar o ano inteiro em casa a beber e a ver televisão, aproveita cada Natal para, através de trabalhos em que se disfarça de Pai Natal em centros comerciais, dar um golpe numa qualquer loja desses mesmos estabelecimentos. Perverso, mal-educado e altamente sarcástico, Willie faz-se acompanhar pelo Elfo Marcus, um anão amigo e parceiro de crime. Desta vez em Phoenix, o plano da dupla está ameaçado por um desconfiado chefe do centro comercial (o já falecido Bernie Mac) e por uma criança de 8 anos que, na sua inocência, acredita que Willie é o verdadeiro Pai Natal.
Exemplo tão singular quanto escusado de humor negro, “
Bad Santa - O Anti-Pai Natal” perde rapidamente a piada e o charme do seu estilo politicamente incorrecto para cair na vulgaridade de um filme que insiste em fazer humor durante duas horas sempre da mesma forma: através dos palavrões, das ofensas verbais e da estupidez das suas personagens. De pancadaria a crianças a adultos urinarem as próprias roupas, tudo vale para chocar funestamente o espectador. No entanto, sempre com alguma hesitação, quase como se Terry Zwigoff, responsável por “
Ghost World”, não tivesse a certeza se queria mesmo ter usado aquela cena: “não passa de uma piada, não levem a mal”, parece estar a pensar o realizador.
De positivo, destaque para a interpretação imersiva de Billy Bob Thornton, corrosivo e bárbaro na construção de uma personagem tão cruel quanto erroneamente desenvolvida pelos guionistas. Assim, podemos afirmar convictamente que não foi por falta de entrega do polémico actor norte-americano – segunda escolha no projecto, tendo substituído Bill Murray na ideia original - que “
Bad Santa” fracassou, mas sim pela vulgaridade do guião corromper toda a diversão.