segunda-feira, fevereiro 28, 2011

O Rei vai nu...


Fraco, vulgar e pusilânime. Os Óscares desiludiram a quase todos os níveis, da cerimónia em si à escolha dos galardoados, da penosa apresentação de James Franco (demasiado apático) e Anne Hathaway (demasiado esforçada) à habitual trapalhada incompetente da equipa que acompanhou a cerimónia na TVI, que troca atrás de baldroca, futilidade atrás de repetição, provou que não está ao nível de um directo e de todas as suas contingências. Para recordar, a simplicidade magnética de David Seidler, guionista de "O Discurso do Rei", a beleza de Jennifer Lawrence e a consagração merecida de Natalie Portman, Christian Bale e Aaron Sorkin. De resto, quando um bonzinho telefilme britânico leva a melhor sobre obras magistrais como "A Rede Social" ou "Cisne Negro", pouco mais há para dizer que não... para o ano há mais.

domingo, fevereiro 27, 2011

The Tourist (2010)

Elise (Angelina Jolie), uma mulher bonita e misteriosa, está envolvida romanticamente com um ex-banqueiro que deve mais de 700 milhões de dólares de impostos ao governo britânico e que roubou cerca de 2 biliões de dólares a um poderoso mafioso russo. Por isso mesmo, é vigiada vinte e quatro horas por dia pela Interpol, que espera que, mais do que cartas e envelopes secretos, Elise receba um dia instruções para se encontrar algures com o fugitivo da lei, que sabe que esta sua paixão está a ser constantemente espiada por quem o persegue. Quando tal acontece, Elise apanha um comboio de Paris para Veneza, e será nesse mesmo comboio que conhecerá Frank (Johnny Depp), um professor de matemática norte-americano, de férias, que será usado como isco por Elise para desorientar as autoridades.

Remake – ou reinvenção de Hollywood, se assim preferirem - de “Anthony Zimmer”, filme francês de 2005 com Sophie Marceau e Yvan Attal nos papéis principais, “O Turista” foi um dos projectos com pré-produção mais complicada dos últimos anos, tendo tido vários realizadores apontados (Lasse Hallström e Bharat Nalluri chegaram a ser contratados, mas abandonaram cedo o barco por questões de calendarização, alegaram), o papel de Frank escrito a pensar em Tom Cruise mas entregue a Sam Worthington, que viria a abandonar também ele as filmagens devido a “conflitos criativos” com Florian Henckel von Donnersmarck e, finalmente, a substituição enigmática de Charlize Theron por Angelina Jolie, tendo esta última mesmo assim criado polémica quando confessou em entrevista que só aceitou o papel devido à oportunidade de poder passar algum tempo em Veneza com a família. Tudo isto somado, podemos afirmar que, mesmo assim, acabou por ser o forte e conceituado elenco final o grande trunfo – e triunfo - promocional e narrativo de “The Tourist”.

Numa fita de acção modesta – uma perseguição de barco e pouco mais -, onde o jogo do gato e do rato foca-se primordialmente na estranha química entre as personagens de Depp e Jolie, uma palavra define na perfeição esta obra do realizador alemão de “A Vida dos Outros”, justíssimo vencedor do Óscar da Academia para Melhor Filme Estrangeiro em 2007: glamour. Entre paisagens maravilhosas, com a belíssima Veneza como pano de fundo, o guião previsível de Christopher McQuarrie (“Os Suspeitos do Costume”) e Julian Fellowes (“Gosford Park”) acaba por desiludir, vindo de quem vem, mas é compensado pelo charme transcendente de Jolie e pela oportunidade rara de ver Depp interpretar uma personagem comum, sem grandes extravagâncias nem maquilhagem exorbitante. Num ano fraquinho no que toca a fitas de espionagem (“Dia e Noite”, “Kiss & Kill - Beijos & Balas”, entre outros medíocres exemplos), “O Turista” acaba por sobressair. O que só por si não quer dizer nada, mas que o torna numa sugestão quase obrigatória para qualquer fã do género.

sábado, fevereiro 26, 2011

5 curiosidades que provavelmente não sabia sobre os Óscares

  • "The Lord of the Rings: Return of the King" foi nomeado para onze categorias. Venceu onze estatuetas. Chama-se eficácia. Se a memória não me falha, foi também uma noite aborrecida para caraças devido a esta mesma eficácia... e aos comentários insonsos dos comentadores da TVI.
  • Só dois filmes ganharam apenas a estatueta para Melhor Filme numa noite de Óscares. Foram eles "The Broadway Melody" (1929) e "Grand Hotel" (1932). Se pensarmos bem, faz algum sentido.
  • A curta-metragem "The Red Balloon" ganhou o Óscar de Melhor Argumento Original em 1956. Tem a impressionante conta de... zero falas. A prova de que um guião é muito mais do que meros diálogos.
  • O já falecido actor John Cazale entrou em apenas cinco longas-metragens em toda a sua vida. As cinco foram nomeadas para Melhor Filme. Foram elas "The Godfather", "The Conversation", "The Godfather Part 2", "Dog Day Afternoon" e "The Deer Hunter". Quanto valeria um talismã destes hoje em dia?
  • Ano após ano, todos falam das inúmeras (16) nomeações de Meryl Streep, sendo que a actriz norte-americana apenas levou a estatueta para casa em duas ocasiões. Mas poucos se lembram que o compositor John Williams já conta com 45 nomeações, tendo vencido o troféu apenas cinco vezes. Pior ainda está Kevin O'Connell, que conta com 20 nomeações para a categoria de Edição de Som, mas nunca teve oportunidade de subir ao palco.
[Fonte: Moviefone]

sexta-feira, fevereiro 25, 2011

Um factor como qualquer outro


Kristen Bell, Adrienne Palicki, Zooey Deschanel e Amanda Peet estão de regresso à televisão em breve. Além de "Chuck" e "Nikita", lá vou ter que arranjar tempo durante a semana para ver mais qualquer coisa com regularidade. Já perceberam qual é o factor preponderante na escolha de séries, não perceberam?

quinta-feira, fevereiro 24, 2011

Grown Ups (2010)

Adam Sandler, Kevin James, Chris Rock, David Spade e Rob Schneider são um grupo de melhores amigos de infância que, após anos e anos de afastamento devido às suas vidas profissionais, voltam a juntar-se no funeral do seu treinador de basquetebol de liceu. Para colocarem a conversa em dia, decidem passar o fim-de-semana juntos na casa de campo de um deles, com as suas mulheres e filhos. As primeiras horas serão suficientes para perceber que o facto de serem agora adultos não significa obrigatoriamente que tenham crescido.

Comédia fútil, ao estilo do que Adam Sandler actor e guionista nos habituou, “Miúdos e Graúdos” é uma fita infantil e previsível, recomendada apenas a quem se contenta com uma ou outra piada sexual eficaz e com o estilo descontraído do realizador Denis Dugan, o mesmo de “You Don’t Mess with the Zohan”. Diz o crítico Wesley Morris que nos filmes de Sandler, os homens não choram, urinam. Literalmente verdade em “Grown Ups”. Sabendo isso, a decisão é vossa.

quarta-feira, fevereiro 23, 2011

terça-feira, fevereiro 22, 2011

Pulp House


Faz lembrar qualquer coisinha, não faz? [via A Vida em Cenas]

segunda-feira, fevereiro 21, 2011

Fica o aviso...

"Man shot dead for eating popcorn too loudly during Black Swan". A próxima vez que levarem um balde de pipocas para uma sala de cinema, pensem bem nos modos que vão ter a mastigá-las. Há malucos para tudo, estamos em crise e o Benfica pode não ganhar o campeonato.

domingo, fevereiro 20, 2011

Tão simples quando dito pelas mulheres...

"He is a good critic if he helps people understand more about the work than they could see for themselves; he is a great critic, if by his understanding and feeling for the work, by his passion, he can excite people so that they want to experience more of the art that is there, waiting to be seized. He is not necessarily a bad critic if he makes errors of judgment. (Infallible taste is inconceivable; what could it be measured against?) He is a bad critic if he does not awaken the curiosity, enlarge the interests and understanding of his audience."

"So, next time you write a film review, be passionate. If you loved it, don’t just say “this film was amazing. Go and see it”. Be personal. Tell me how it made you feel on an individual level. Don’t be afraid to have your own opinion. Above all, be passionate, honest and unmerciful."

sábado, fevereiro 19, 2011

Hitchcock. Truffaut. MP3


"In 1962 François Truffaut carried out a series of extensive interviews with Alfred Hitchcock at his offices in Universal Studios. They were recorded to audio tape and the content eventually edited down into Truffaut’s famous book Hitchcock. You can download all the interviews in a single zip file by clicking here." [F]

sexta-feira, fevereiro 18, 2011

Brevemente na SIC Radical


Alguém vai finalmente dar uso à box e começar a gravar episódios. Será que finalmente posso deitar fora as dezenas de VHS com o símbolo da TVI no canto? Quanto tempo demorará a chegar até nós a temporada havaiana de "Baywatch"? Qual será o horário? Qual será a regularidade? Dúvidas de um miúdo que cresceu com o ritual das oito da noite, que jantava e estudava de acordo com a hora a que Donna, C.J., Caroline, Jessie e Kekoa nadavam.

quinta-feira, fevereiro 17, 2011

Dinner for Schmucks (2010)

Tim (Paul Rudd) é um empresário que, para conseguir uma promoção, terá que impressionar o seu chefe num famoso “jantar de idiotas” mensal, que consiste em cada um dos convidados levar o maior palerma que conhecer consigo. Como que obra do destino, a caminho de casa Tim atropela um peão (Steve Carell) que, estranhamente, pede-lhe desculpa e ainda está disposto a pagar-lhe por ter sido atropelado. Quando, ainda por cima, percebe que este foi atropelado para tentar salvar um rato embalsamado, Tim sabe que está aqui está o seu idiota.

Remake do genial “Jantar de Palermas”, obra francesa do final da década de noventa, da autoria de Francis Veber, que aqui co-assina o guião, “Jantar de Idiotas” fica muito aquém do original mas consegue, graças ao talento natural de Carell para fazer de parvo, arrancar ainda assim uma ou outra gargalhada ao espectador, mesmo que muitas vezes devido a situações absolutamente ridículas e exageradas. Destaque final para Zach Galifianakis, que em duas ou três cenas conjuntas com Carell parte a loiça toda.

quarta-feira, fevereiro 16, 2011

O futuro?

terça-feira, fevereiro 15, 2011

Cartazes: Dean Walton style

segunda-feira, fevereiro 14, 2011

Dia dos Namorados: Disturbing Kisses

domingo, fevereiro 13, 2011

Celda 211 (2009)

Juan Oliver é um jovem futuro pai que, há falta de melhores alternativas, arranja um emprego como guarda prisional de uma cadeia de alta segurança espanhola. Decidido a deixar boa impressão ao novo chefe, apresenta-se ao trabalho um dia mais cedo de modo a ficar a conhecer a “casa” por dentro, bem como os seus novos colegas de profissão. No entanto, durante a visita guiada, Juan é infortunadamente atingido na cabeça por um fragmento que caiu de um dos muitos tectos podres da prisão. Temporariamente inconsciente, os guardas colocam-no na cela 211, desabitada devido à morte recente de um dos prisioneiros. Confirmando a velha máxima de que há dias em que não se deve mesmo sair de casa, nessa mesma altura irrompe um motim sem precedentes, que obriga os guardas a fugirem e a deixarem Juan sozinho na cela. Ao acordar rodeado de criminosos, Juan percebe rapidamente que terá de se fazer passar por um novo prisioneiro se quiser sobreviver.

Vencedor de oito prémios Goya em 2010 – e nomeado vencido de outros tantos -, os mais conceituados galardões do cinema espanhol, “Celda 211” é um thriller prisional com um guião inteligente, dotado de artimanhas narrativas tão inesperadas quanto eficazes, uma cinematografia convincente e realista, uma realização segura de Daniel Monzón – que continua a colocar-se à prova em diferentes géneros cinematográficos, da comédia à ficção científica, quase sempre com aplausos por parte da crítica - e uma mensagem social, política e cultural tão importante e significativa para qualquer espanhol quanto supérflua para qualquer apreciador de bom cinema em qualquer parte do mundo. Entre a influência dos etarras e o desespero da crise económica e governamental espanhola, o destaque merece no entanto ir por inteiro para um conjunto de interpretações impressionantes, começando na estrela de cartaz Alberto Ammann, curiosamente de naturalidade argentina, e terminando em Luis Tosar, que na pele do insolente Malamadre mostra que um aterrorizador idealista pode ser, também, um ser humano amigo dos seus amigos, fiel e respeitador das liberdades e direitos humanos mais básicos.

Drama com “cojones”, “Cela 211” é a adaptação cinematográfica de sucesso da conceituada obra literária homónima do sevilhano Francisco Pérez Gandul, considerada por muitos críticos literários do país vizinho como um dos melhores livros espanhóis da década passada. Colocando o espectador na posição incómoda de Juan Oliver, Daniel Monzón coloca-nos no meio do motim, angustiados pela ausência de soluções prudentes e racionais, quase sempre descriminadas em função da teoria dos “danos colaterais”.

sábado, fevereiro 12, 2011

Take 26 - Fevereiro de 2011


OS BRAVOS DO PELOTÃO

A Take está de parabéns. O dia 8 de Fevereiro de 2011 assinalou o terceiro aniversário do lançamento do nosso primeiro número, a Take 0. Mas mais do que isso, este dia marca também o esperado regresso desta alternativa cultural digital à estabilidade e ao formato mensal e regular que marcou os nossos dois primeiros anos de vida. Há exactamente um ano, neste mesmo espaço, afirmava que não sabia se iríamos aguentar muito mais tempo com o mesmo ritmo, conciliando as responsabilidades profissionais e familiares de toda uma equipa com as exigências de qualidade e originalidade de conteúdos da Take. A triste profecia cumpriu-se – conseguimos apenas lançar quatro edições nestes últimos doze meses -, mas acreditamos que temos todas as condições reunidas para voltar para mais uma série contínua de sucessos.

Queremos manter a nossa política única: entrevistar figuras cinematográficas e televisivas que nunca tiveram espaço em meios nacionais, escrever sobre o que queremos e não sobre aquilo a que as pressões comerciais obrigam, criar e nunca traduzir, originar e nunca comprar. Porque é esta exclusividade de conteúdos que nos tornou únicos, respeitados por milhares de cinéfilos que fazem da nossa revista uma das presenças mais fortes dos media portugueses nas redes sociais. Por essa mesma razão, passamos de agora em diante a dar espaço merecido na revista à actividade dos nossos seguidores. Descubram o Takebook daqui a algumas páginas.

Numa edição em que o destaque final deste editorial poderia ser dado àquele que muitos consideram ser o pior realizador do mundo, Uwe Boll, e que nas próximas páginas falará de tudo – até do Benfica – sem papas na língua, ou à bela e prodigiosa Natalie Portman, a verdade é que aproveitarei estas últimas linhas para agradecer, uma vez mais, a dedicação e disponibilidade de uma equipa fantástica, que do nada faz tudo, que sem receber um tostão em troca oferece-nos milhares de caracteres. A estes guerreiros da cultura, a minha vénia.

http://www.take.com.pt

http://www.facebook.com/take.com.pt

sexta-feira, fevereiro 11, 2011

quinta-feira, fevereiro 10, 2011

Mr. Sunset


Bastaram alguns minutos do episódio piloto de "Mr. Sunshine", a nova comédia da ABC, para começarem a surgir na minha cabeça as inevitáveis comparações com a fantástica "Studio 60 on the Sunset Strip" de Aaron Sorkin, provavelmente uma das melhores temporadas televisivas da última década. Do elenco - com Matthew Perry a brilhar como só ele sabe - ao estilo de humor, não olvidando obviamente a movimentação entre bastidores, "Mr. Sunshine" tem tudo para triunfar, tudo para se tornar numa das sitcoms mais inteligentes e descontraídas dos próximos anos. Não cometa a ABC o mesmo erro que a NBC.

quarta-feira, fevereiro 09, 2011

Cartazes: a moda dos rabos!

terça-feira, fevereiro 08, 2011

Take - 3 anos a dar cinema!


Ao fim de três anos e 26 edições, qual a vossa capa favorita e quem acham que vai merecer a honra de ocupar a capa do número de Fevereiro que, diga-se de passagem, está para nascer de parto normal nas próximas 72 horas, no sítio do costume. Como prendinha de anos, quem ainda não nos segue no Facebook pode juntar-se à festa. Prometemos notícias fresquinhas todos os dias, bem como passatempos e desafios irresistíveis para qualquer cinéfilo.

segunda-feira, fevereiro 07, 2011

domingo, fevereiro 06, 2011

sábado, fevereiro 05, 2011

Blogue da Semana (#69)

sexta-feira, fevereiro 04, 2011

Quanto mais conheço das outras...


Mais gosto da minha. Entre almoços recorrentes que não interessam a ninguém - mas ocupam espaço que devia ser destinado ao regresso de rubricas históricas, pedidas incessantemente pelos leitores -, à imitação dos boletins de voto para os Óscares que a Take começou a fazer há um par de anos, não esquecendo as capas que não dão a bota com a perdigota, é já nos próximos dias, para comemorar o terceiro aniversário de lançamento do nosso número zero, que a Take voltará em grande forma e, fugindo às capas óbvias deste mês de Fevereiro, provará que é uma revista diferente, uma verdadeira alternativa cultural, única e original, com uma equipa versátil de criativos e não de tradutores.

quinta-feira, fevereiro 03, 2011

Magazine.HD 8