quarta-feira, fevereiro 15, 2006

The Fog (2005)

Em pleno século XIX, uma misteriosa e sinistra névoa surge após quatro homens cometerem um crime horrendo num veleiro ao largo da ilha de António Bay. Todos os seus tripulantes e passageiros perdem a vida, os seus nomes são esquecidos, as suas histórias ficam por contar enquanto um impenetrável nevoeiro oculta o segredo dos assassinos por várias gerações. Agora, no presente, os espíritos do antigo veleiro estão determinados a contar e a revelar o que realmente aconteceu naquela noite, e regressam envoltos num denso e arrepiante nevoeiro, aterrorizando todos os residentes locais. Um horrível mistério de vingança, sem piedade, que os habitantes da ilha terão de deslindar antes que seja tarde de mais... ou não, ou não e o filme é simplesmente um daqueles “cash-remakes”, que aproveita o sucesso do original para ganhar uns trocos e arruinar toda e qualquer reputação.

Mas pior que isto ainda, é saber que este mesmo fracasso é produzido, nada mais nada menos, do que pelo realizador e autor da obra pioneira, John Carpenter, que se associa assim, sabe-se lá porquê, a esta desgraça monumental, que inclui o próprio elenco reconhecido pelo seu trabalho na televisão.

As representações de Tom Welling (Clark Kent em “Smallville”) e de Maggie Grace (da soberba “Lost”) são horrendas, conseguindo, durante toda a obra, não transmitir por uma única vez, qualquer emoção ou sentimento de medo, de pânico ou pura e simplesmente angústia. Foi piloto automático, acelerar um pouquinho de nada o passo nas supostas cenas de fuga e correria, e... nem vou falar mais sobre estes. Ainda estou enjoado. A realização em termos técnicos não compromete, mas já nada poderia salvar esta suposta obra de terror psicológico, que, do mesmo, não tem absolutamente nada. E aquele final... que idiotice pegada.

Se precisavam de mais provas da crise acentuada de que vive este género nos nossos dias (salva pontualmente por uma ou outra obra como o recente “The Descent”), “The Fog” é o melhor exemplo. Com a agravante que ao mesmo tempo “ridicularizam” clássicos de outrora. E com permissão máxima! Será que Carpenter está assim tão necessitado de dinheiro?

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