Apesar de ter sido criado desde criança nos Estados Unidos, Manoj Nelliyattu Shyamalan nasceu na Índia, a 6 de Agosto de 1970. Filho de médicos, a sua paixão pelo cinema começou, como tantos outros, aos oito anos quando o pai ofereceu-lhe uma Super-8. De um momento para o outro, Shyamalan não queria nada mais na vida que não imitar o seu herói. De quem falamos? Steven Spielberg, pois claro. O passatempo tornou-se um hábito. O hábito tornou-se um vício. Por isso mesmo, pouco antes de completar o seu décimo oitavo aniversário, anunciou à família que queria ser realizador de cinema e mostrou-lhes os quarenta e cinco filmes caseiros que havia realizado até ali. Todos ficaram convencidos: havia em Manoj algo especial.
Com o apoio financeiro da família, mas com poucos recursos – Shyamalan escreve, produz, protagoniza e realiza a sua estreia -, lança aos vinte e dois anos a sua primeira longa-metragem: “Praying with Anger”, uma fita baseada na sua própria visita à Índia enquanto miúdo, foi o primeiro passo para aquela que ainda hoje é uma temática central nos seus filmes: a exploração religiosa. Em “Wide Awake”, o seu primeiro filme de estúdio, o agora Night – alcunha que guarda no seu nome artístico, proveniente dos tempos universitários – segue um jovem rapaz que procura por Deus após a morte do seu avô. Uma história serena, dominada pelos diálogos inteligentes do indiano que abordam crises de fé, assuntos sobrenaturais e o factor cada vez mais raro na altura, mas que se tornaria a sua imagem de marca premium: o twist final, que atira a narrativa para um caminho completamente oposto ao que havia sido desenhado para o espectador. No entanto, “Wide Awake” foi um flop que custou sete milhões de dólares à Miramax, para apenas render trezentos mil dólares na bilheteira. “E agora?”, terá pensado Shyamalan. (continua...)
N.d.r: Artigo publicado em Agosto na Revista Take.
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