Citando Carlos Malheiro Dias, não há nada de mais ilusório e contingente do que a verdade, e coisa alguma mais ajuizada do que a dúvida. Nesta dualidade hesitante, assistimos à vitória esmagadora de “Quem quer ser Bilionário?” em quase todas as cerimónias de glorificação cinematográfica deste início de ano. Fez-se justiça? Talvez. Repleta de energia, a obra mais recente do britânico Danny Boyle é, sem dúvida alguma, um objecto cinematográfico interessante e diferente do que Hollywood está habituado. Seria a melhor em competição para os Óscares da Academia, por exemplo? Talvez. No cinema, como em qualquer outra arte, não existem dogmas ou certezas. Não se trata de uma ciência exacta, trata-se de uma paixão subjectiva.
Mas, no que toca a dúvidas, impõe-se levantar uma outra: não mereceria “Gran Torino”, do carismático mestre Eastwood, melhor sorte do que a que teve, quando nem sequer nomeado foi para nenhuma categoria de destaque? Da fantástica realização, orquestrada através de jogos de sombra magníficos, à interpretação do próprio Eastwood ou à amena e graciosa música original interpretada por Jamie Cullum, o poço de esquecimento no qual caiu o canto de cisne do quase octogenário realizador e actor pode ter sido uma das maiores injustiças da sua já longa carreira. Por outro lado, a consagração imediata de Danny Boyle merece a capa e um artigo de fundo nesta edição daquela que foi, é e continua a ser a publicação cinematográfica nacional que mais dá e menos recebe em troca. Mas, além de não desistirmos, continuamos a melhorar. A dúvida, um dia será verdade.
Por cá, demos um saltinho ao Fantasporto e entrevistamos Jaime Neves, director do Festival Black & White. E por falar em entrevistas exclusivas, fica já o aviso que o próximo número da Take vai ser escaldante. Temos um grande coelho prestes a saltar da cartola. Se ainda não o fizeram, assinem a newsletter e fiquem atentos: podemos precisar das vossas questões para entrevistar algumas estrelas de Hollywood.
3 comentários:
Mais uma, parabens.
Vamos ter que esperar pela proxima revista para sabermos quem entrevistaram?
Gosto de facto da revista mas será preciso estar sempre a relembrar que dá muito em troca e não recebe louros?
Talvez não significados, mas quando vemos o tempo passar e não vemos desenvolvimentos, a angústia cresce.
Eduardo, não. Assina a newsletter e está atento. Vamos pedir aos leitores para fazerem algumas perguntas para colocarmos aos entrevistados. Será um formulário que estará no site por menos de 24 horas, por isso importa estarem atentos ;) Um abraço!
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