Walter Garber (Denzel Washington), um anónimo e pacato controlador de tráfego das linhas de metro de Nova Iorque torna-se inesperadamente peça fulcral num jogo de xadrez que coloca em risco a vida de dezenas de passageiros. Tudo porque um grupo de terroristas liderado por Ryder (John Travolta) decide sequestrar um comboio e pedir um resgate de um milhão de dólares ao Mayor da cidade. Sem paciência para as estratégias de negociação da polícia local liderada por Camonetti (John Turturro), Ryder obriga Garber a ser o elo de ligação entre o bem e o mal. "Assalto ao Metro 123" é um remake de "Alta Tensão em Nova Iorque", uma película série B de meados dos anos 70, então sob a realização de Joseph Sargent e com os conceituados Walter Matthau e Robert Shaw nos principais papéis. Ambos os filmes são baseados num dos livros mais famosos do escritor norte-americano Morton Freedgood, com o mesmo nome, na altura considerado um sublime exercício sobre o impacto da violência e do sentido de dever na sociedade americana, tendo por isso vendido milhões de exemplares.
É verdade que Tony Scott é um realizador com um estilo único de filmagem e montagem, mas nem sempre isso joga a seu favor. "The Taking of Pelham 123" é um bom exemplo de como a sua inquietude e impulsividade prejudicam o suspense de uma história que se deveria focar em dilemas humanos e sociais como a responsabilidade e a tirania em vez do estrondo e aparato visual de cada cena e do raccord em geral. Assim, não há interpretação que consiga destacar-se em tamanho pânico estrutural e rítmico, mesmo quando Scott foca a narrativa nos diálogos entre Washington e Travolta, transformando a fita numa obra que rapidamente cai no esquecimento de qualquer cinéfilo. Com um desfecho banal, continuamos à espera que o britânico Tony Scott volte aos bons tempos de "True Romance".
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