quarta-feira, janeiro 19, 2011

El Secreto de Sus Ojos (2009)

Polícia recentemente reformado, Benjamin Esposito decide escrever um livro de memórias sobre um crime ocorrido há quase trinta anos, mas que nunca foi resolvido, para ocupar os dias vazios e deprimentes de um homem solitário, cansado de estar por casa sem nada para fazer nem ninguém com quem conversar. Em tom de romance policial, explorando caminhos que nunca foram tomados, Benjamim acabará por revisitar as causas, consequências e circunstâncias do crime que o atormentou toda uma vida, bem como algumas opções pessoais e relacionais que tomou durante a sua vida. O novo olhar sobre o passado irá colocá-lo na senda de novos factos que poderão, quem sabe, resolver o caso e reatar uma paixão antiga.

Com uma realização sólida do argentino Juan José Campanella, tarefeiro mais conhecido em Hollywood pela realização de alguns episódios marcantes em séries televisivas como “House”, Lei e Ordem” ou mesmo “30 Rock”, “El Secreto de Sus Ojos” foi o justo vencedor do Óscar da Academia para Melhor Filme Estrangeiro em 2010. Com uma cinematografia excepcional, cujo brilhantismo pode ser exemplificado na sequência que ocorre num estádio de futebol apinhado de adeptos ou cuja intensidade pode ser testemunhada no vazio angustiante de um elevador partilhado com um criminoso de arma em punho, a fita de Campanella possui ainda um equilíbrio notável na sua narrativa, oscilando facilmente e eficazmente entre o drama e o romance, o crime e a paixão. Com repetidos planos fechados aos rostos das personagens a favorecerem os hábeis diálogos e os expressivos silêncios – e provando a categoria do trabalho de maquilhagem no envelhecimento/rejuvenescimento constante das personagens -, “O Segredo dos Seus Olhos” é uma obra imperdível para qualquer cinéfilo que se preze, uma história que prova como, permitam-me a redundância, pequenos pormenores podem alterar o nosso destino neste planeta.

14 comentários:

Sam disse...

Foi uma óptima surpresa que, inexplicavelmente, demorei a ver (mais concretamente, ontem).

Já agora: teremos visto ao mesmo tempo?

Cumps cinéfilos.

A Bola Indígena disse...

Aqui está uma lacuna que vou tentar colmatar o mais rápido possível, ainda para mais depois desta review !

Cumps

Gema disse...

Tenho este filme gravado na box á espera para ser visto... tenho mesmo de o ver ;)

Álvaro Martins disse...

O justo vencedor? Já viste o Un Prophéte? E o Das Weisse Band? E o La Teta Asustada? De justo é que não tem nada. Nem de bom filme. Como isso há por hollywood aos pontapés. Fraquinho, muito fraquinho. Clichezado, embelezamentos curriqueiros (a única coisa digna de registo é aquele plano do estádio), previsível. Ó pá, nada de novo, nada de jeito, coisa pra vender e pra ganhar o óscar (que o conseguiu porque a academia é uma fantochada).

Carlos M. Reis disse...

Sam, não, já vi o filme há algum tempo, no cinema. Um abraço.

Dezito e Gema ;) Cumprimentos!

Álvaro, não vi o La Teta Assustada nem o israelita Ajami, pelo que a minha afirmação pode ser, realmente, injusta. Mas em relação ao Un Prophète (um belíssimo filme, que seria igualmente justo vencedor) e o Laço Branco (inferior a estes dois, na minha opinião), não creio que fique nada a dever. O resto são opiniões, que, como sempre, valem tanto como feijões. Cumprimentos.

Álvaro Martins disse...

Estás errado Miguel, o resto não são opiniões (por essa ordem de ideias não há filmes bons nem maus), a qualidade nada tem a ver com o gosto, esse é o problema de muita gente que anda aqui na blogosfera, o não saber separar o gosto da qualidade, o resto são formas de fazer cinema. Esta do Campanella é como a do Scott, ou a do Nolan, ou do Cameron, tudo à maneira, boa fotografia e tudo muito bonitinho mas que vai a meio e já sabes o filme todo, coisa que um garoto de dez anos fazia sem problemas. Aí é que reside o problema do cinema, no facilitismo, no intuito de quem faz estes filmes, na alienação que isso implica nas pessoas, no comodismo e na rejeição ao intelecto por parte dessas pessoas que consomem estes filmezitos. É mais fácil ver um filme destes em que tudo o que ali vês já foi visto milhares de vezes em Hollywood e na Europa também. Não censuro, é filme para nos entretermos um bocado, mas compará-lo com o Un Prophète (por exemplo, e sim o do Haneke é mais fraco que o do Audiard) é injusto e erróneo.

uan José Campanella disse...

Sras. e Srs. uma grande salva de palmas para o gajo mais presunçoso da blogosfera nacional, por favor.

Explica-me lá, Álvaro, quem é que te aldrabou a dizer que percebias alguma coisa de cinema? Mas quem raio és tu? Escreves no Expresso, no Público, tens algum programa cultural na RTP2? Foda-se pá,não passas dum badamerda qualquer insignificante que tem a mania que é superior aos outros (sabe-se lá porquê, se calhar é por estares a compensar em ego o que te falta noutros lados...).

Vai-te encher de moscas, caralho. Deixa-te de andar a espalhar merda à forquilha por tudo o quanto é blog.

Juan José Campanella disse...

Sras. e Srs. uma grande salva de palmas para o gajo mais presunçoso da blogosfera nacional, por favor.

Explica-me lá, Álvaro, quem é que te aldrabou a dizer que percebias alguma coisa de cinema? Mas quem raio és tu? Escreves no Expresso, no Público, tens algum programa cultural na RTP2? Foda-se pá,não passas dum badamerda qualquer insignificante que tem a mania que é superior aos outros (sabe-se lá porquê, se calhar é por estares a compensar em ego o que te falta noutros lados...).

Vai-te encher de moscas, caralho. Deixa-te de andar a espalhar merda à forquilha por tudo o quanto é blog.

O Provedor disse...

É o dono e senhor da verdade e só ele tem razão. Se a mania ganhasse óscares já estavas no Walk of Fame.

Miguel Lourenço Pereira disse...

Não há nada pior do que aqueles que acreditam que viram a luz. E que só eles a podem ver. Os que acreditam que as coisas só podem ser feitas à sua maneira sob pena de cair no vergonhoso mundo do facilitismo absoluto.

Catalogar uma obra-prima técnica, interpretativa, argumentativa e directiva de exercicio de facilitismo não é uma critica. É apenas o vomitar de uma imensa frustração passiva.

Nada mais.

um abraço Knox, grande review

Loot disse...

Eu nem vi o filme em questão, e até percebo o que o Álvaro está a dizer nota-se que ele tem um vasto conhecimento de cinema muito superior ao meu, acho, no entanto é que ele perde toda a razão quando diz:

"Esta do Campanella é como a do Scott, ou a do Nolan, ou do Cameron, tudo à maneira, boa fotografia e tudo muito bonitinho mas que vai a meio e já sabes o filme todo, coisa que um garoto de dez anos fazia sem problemas."

Custa-me um bocado ler isto. Que há facilistismos no cinema, que há filmes mais fáceis de ver, certamente. Agora que se são fáceis de fazer é outra história.
Se fosse assim tão fácil tinhamos muita gente ao nível de um Scott ou Cameron a ter uma data de sucesso na industria americana.
não é qualquer um que faz a tal fotografia ficar bonitinha.

Criticar uma obra é fácil, não desvalorizo isto, mas comparado com levantar o cu do sofá e realizar um filme, é muitissimo fácil.
E comecem a fazer algo vão ver as inúmeras dificuldades que rapidamente aparecem à porta.

Goste-se ou não de um Inception, não é qualquer um que é capaz de realizar um filme deste calibre. e o Scott fez o Alien e o Blade Runner, o Cameron fez o Aliens e o Terminator, o Nolan o Memento e Dark Knight. Caramba são filmes de muito valor.

Lá porque algo é de consumo fácil, não quer dizer que a sua construção seja fácil e acessível a qualquer um, como a um miúdo de 10 anos.

Mas pronto se calhar sou eu, que tenho muito respeito por quem tenta, mesmo quando falham. Porque ao menos tentaram, e se se falhou à primeira, a segunda talvez seja melhor.
Mas mesmo para este exemplo, o Scott, o Cameron e o Nolan?? A sério?

E não tenho intenção nenhuma de entrar em discussões, mas tinha de dizer isto.

Anónimo disse...

O Alvarinho e os seus ódios de estimação...

José Rodrigues disse...

O que me mete nojo são estes filhos da puta destes anonimos q se escondem no monitor dum pc pra insultar os outros. eu n me escondo nem me assino campanela ou provedor para insultar os outros. merda de gente

Carlos M. Reis disse...

Nem vi que isto tinha acabado nesta discussão. Já morreu, não vale a pena voltar ao assunto, discutido por mil e uma vezes, sempre sem ninguém dar o braço a torcer, em mil e um outros posts e locais.

Cumprimentos a todos, obrigado pela visita e pela participação.

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