Chegar sem mazelas, físicas ou psicológicas, ao "Fim do Turno", não é tarefa fácil para os agentes Taylor (Gyllenhaal) e Zavala (Peña), ou não fossem eles responsáveis pela patrulha de uma das zonas mais problemáticas e violentas de Los Angeles. Com Taylor a filmar o dia-a-dia da dupla para mais tarde recordar, os dois vão ser marcados por um dos mais perigosos cartéis de droga depois de apreenderem algum dinheiro, armas e estupefacientes numa banal acção de fiscalização de trânsito. As suas vidas, bem como daqueles que os amam, jamais serão as mesmas.
Escrito (em menos de uma semana) e realizado por David Ayer, guionista de "Training Day" e realizador de outros dois thrillers policiais com base na Cidade dos Anjos, "End of Watch" é um muito interessante exemplo de utilização do estilo "found footage" em prol de uma narrativa crua, tensa e dramática de uma realidade que Ayer conhece e explora como poucos. Mais do que uma disputa entre bons e maus, polícias e bandidos, "Fim de Turno" é o relato de uma amizade apimentada pelas dificuldades e suportada pelo sentido de dever em prol do moralmente correcto, mesmo quando tudo isso coloca em causa ligações afectivas e amorosas.
Intensamente interpretado por Gyllenhall e Peña, o amadorismo das filmagens e a sua engenhosa montagem coloca o espectador quase sempre como terceiro elemento do corpo policial, seja no banco de trás do carro policial ou a fugir num beco escuro e sujo da sombria Los Angeles. E assim, num filme que nunca é preto nem branco, mas sempre cinzento, inclusivamente com direito a alguns momentos de boa disposição, encontramos facilmente o melhor policial dos últimos anos, repleto de adrenalina e personalidade.
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