O problema chega ao quarto episódio, curiosamente o mais complexo e louvável a nível técnico - com uma cena de encerramento em constante movimento filmada ao longo de vários minutos num só take -, mas também aquele em que Pizzolatto começa a perceber que precisa de esticar a corda, levando o argumento para caminhos paralelos e perpendiculares que se revelam completamente dispensáveis no final - o cartaz na estrada, a brincadeira assustadora no quarto da filha de Marty, o passado familiar de Rust etc etc. Outros trilhos potencialmente mais interessantes, como a forma de seduzir as vítimas e/ou de conquistar admiradores para o culto, ficam nas brumas da ignorância, quiçá olvidadas pelo desejo cáustico do autor de transformar o homem mais ateísta do planeta num crente obsessivo, qual punch line cósmica (e cómica) para uma luta eterna entre o bem e o mal, entra a luz e a escuridão. O balanço final acaba por ser positivo, mas esperamos que a próxima temporada, com um nova antologia e novos personagens, corrija estas incongruências frustrantes.

1 comentário:
A trilha sonora excelente, estrutura narrativa, enredo, performances, fotografia, qualidade visual, o roteiro, tudo isso fará com que True Detective 2 ser aguardada com grande expectativa em sua segunda temporada.
Enviar um comentário