Dividido em três actos - o recrutamento, o treino e a grande missão -, "Doze Indomáveis Patifes" (belíssima tradução do original) narra a história de um bando de condenados militares treinados por um implacável major do exército norte-americano (o intratável Lee Marvin) para, em vez de deixarem a vida no corredor da morte, a perderem numa missão suicida contra o império nazi. Na remota hipótese de algum sobreviver, a recompensa seria um cadastro limpo. Realizado por Robert Aldrich ("What Ever Happened to Baby Jane?"), "The Dirty Dozen" tornou-se um clássico do cinema de guerra pela forma como enfrentou o mundo com cenas de uma violência sádica improvável - a matança final, sem escrúpulos inclusive para mulheres encurraladas, tirou-lhe a hipótese de qualquer prémio de relevo -, pela forma sarcástica como abordou o patriotismo e por oferecer ao espectador um saco cheio de personagens sem passado… nem futuro. Duas horas e meia onde divertimento e crueldade dão as mãos, numa fita tão enérgica quanto niilista, um espectáculo tão anti-tudo quanto sedento por uma audiência. Além de Marvin, destaque para Bronson, Savalas, Brown (num filme que ditou o fim da sua carreira desportiva na NFL), Cassavetes (nomeado para melhor actor secundário), Sutherland e Clint Walker, naquele que foi o maior êxito de bilheteira da MGM do final dos anos sessenta, uma obra corajosa e controversa que deu origem a três sequelas menores, uma série de televisão na FOX e, corre o rumor em Hollywood, servirá ainda de base a um remake produzido por Joel Silver.
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