Realizado de forma excelsa e energética por Sidney Lumet e com uma mão-cheia de interpretações poderosíssimas que valeram, pela última vez, três dos quatro óscares de representação (Peter Finch, Faye Dunaway e Beatrice Straight), "Network" declara-se uma sátira em tom de aviso quase profético daquilo que viria a acontecer em massa com o mundo/negócio da televisão um pouco por todo o globo, com o aparecimento dos reality-shows e dos formatos jornalísticos que privilegiam os dramas quotidianos de rápido consumo ao jornalismo de investigação. Cardiograma ao coração frágil da sociedade, é impressionante a forma detalhada e certeira como Paddy Chayefsky, o Aaron Sorkin dos anos sessenta e setenta em Hollywood, previu o que iria acontecer ao meio televisivo. Cínico, sombrio e provocador, nem os comunistas resistiram a tornar-se capitalistas. Último e merecido destaque para o papelão de William Holden, dissimulado entre as loucuras insensatas de Finch no ecrã.

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