Impressionante como um documentário com acesso único a um dos milionários mais polémicos da história recente norte-americana - e não são poucos - não consegue fugir a uma constante banalidade atroz e superficial em torno da paranóia de perseguição de McAfee e das condições de segurança dos dois jornalistas da VICE que o acompanham. Um homem com um historial conhecido de drogas, orgias, alegações de assassinatos e violações, falsificações, esquemas infindáveis para contornar a lei - e fugir escandalosamente dela muitas vezes - e até uma candidatura presidencial em 2016 reduzido a um conjunto de imagens, ainda por cima quase sempre filmadas de forma trivial, que dão-nos uma ideia da loucura apocalíptica quase Kurtziana que o envolve mas que nunca conseguem moldar-se num todo consistente, numa narrativa de vida com princípio, meio e fim. Começa explosivo, acaba de forma cansativa e patética, com a sugestão de que McAfee ainda está vivo. De um artigo de jornal a um documentário vai uma grande distância; e esta malta não estava preparada para isso.
Sem comentários:
Enviar um comentário