A máscara que inspirou a escolha de Carpenter para a de Michael Myers, num filme considerado por muitos como um dos clássicos do cinema de terror que mais influenciou várias gerações de realizadores. Não sei se classificá-lo como obra de terror será totalmente adequado; parece-me mais um poema surreal e macabro em torno da vaidade e do sentimento de culpa que se desenrola de forma tão previsível quanto natural e coerente. Aceitamos e compreendemos as motivações do "cientista maluco" de Pierre Brasseur em relação à sua filha e, mesmo hoje, percebemos bem a razão pela qual tanta gente supostamente desmaiou nos cinemas durante a controversa cena da operação. Talvez tenha sido demasiado audaz para o seu tempo, mas nos dias que correm quase tudo no filme de Georges Franju parece redundante e ingénuo, a começar e a acabar no comportamento dos polícias que investigam os desaparecimentos. Culpa talvez da banda-sonora do conceituado Maurice Jarre, pai de Jean Michel Jarre: nem eu consegui manter-me focado com aquela musiquinha principal irritante a saltar de cinco em cinco minutos.
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