O primeiro de Timothy Dalton como Bond, numa estreia que modernizou a personagem, para o bem e para o mal dos pecados dos mais fervorosos admiradores da saga. Menos sexista, menos piadolas e menos frágil do que Moore, este "
Risco Imediato" arranca com uma sequência de categoria em Gibraltar, brilha em todo o plot conspiracional/político que constrói - o primeiro acto deixa-nos constantemente na dúvida sobre as intenções reais de algumas das personagens - e, entre Viena, Bratislava e Tânger, consegue moldar-se com mais cérebro do que músculo ou parvoíce numa teia de espionagem anti-soviética relativamente interessante. O que ganha aí, perde na ausência de um vilão central forte que sustente as pequenas reviravoltas narrativas, factor usualmente comum na mitologia do agente secreto de Ian Fleming. Bonita paixoneta compreensiva e respeituosa com a também ela bonita Maryam d'Abo, Aston Martin V8 armado até aos faróis, vodkas martinis sem medo da ressaca do dia seguinte, John Rhys-Davis e o Verhoeveano Jeroen Krabbé como secundários de luxo e perseguições na neve em caixas de violoncelos. O terceiro acto perde-se no meio de tanta acção no deserto com afegãos e russos, mas ainda assim este continua a ser o melhor e mais equilibrado filme da carreira do britânico John Glen, naquela que também foi a última das onze colaborações de John Barry com a batuta na saga Bond.
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