Tudo se passa na contagem decrescente para "A Última Hora" de um dia que será tembém o último em liberdade. Monty Brogan (Edward Norton) prepara-se para uma pena de sete anos de prisão por tráfico de droga entre a angústia de um futuro que não quer e o orgulho de uma vida tão intensa que lhe é difícil extrair dela qualquer arrependimento. O crime é um facto, o flagrante não deixou margem para dúvidas, a cela é inevitável e a revolta não se disfarça. Brogan está perdido em Nova Iorque tal como Nova Iorque se perdeu nela própria depois da queda das torres gémeas e é a partir do subtil cruzamento entre o homem e a cidade que Spike Lee nos oferece um poema em filme sobre o pós-11 de Setembro, captando nos dois esse misto de raiva e tristeza que é a consciência de uma perda irreparável. Para o Homem condenado como para a cidade de coração partido, o futuro é tão cinzento como o ground zero que se vê do outro lado da janela quando os dois amigos de Brogan se interrogam sobre o que está para vir. Um filme que consegue apreender a essência da redenção e a força da amizade, através da representações cativantes, no retrato aparentemente banal de um homem condenado à prisão.
4 comentários:
Assombroso filme sobre as escolhas e destinos da vida. E o fantasma do 11 de Setembro, se bem que subtil, está lá bem presente e confere uma nota de tristeza e desencanto. 5*
Abraço
Tudo dito. O meu favorito de Spike Lee ;) Um abraço!
Nada a acrescentar! Um dos filmes que me despertou o interesse na sétima arte!
Abraço, Grande Knox
Maior que a vida. Um grande abraço Dutch!
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