segunda-feira, abril 11, 2005

Nothing (2003)

Ok! Vamos começar pela sinopse: Dois amigos, um deles paranóico com medo de tudo, mesmo tudo e que não sai de casa por nada deste (ou de outro?!?) mundo, outro estúpido crónico, falhado e manipulado por uma suposta namorada. Completamente inadaptados à vida e jogadores viciadissímos de Xbox. De repente um é despedido por um desfalque informático feito pela sua suposta namorada e o outro é acusado de pedófilia por uma pitazinha de péssimo feitio. A sua casa, situada no meio de auto-estradas vai ser demolida. Cercados por todos os tipos de polícia, associações de pais e população preparada para um linchamento, de repente desaparecem e vão para... o nada! Para o vazio eterno e sem nada, nada à volta a não ser um fundo branco e um "chão" de borracha saltitante, ou qualquer cena do género. E estes 15 a 20 minutos de introdução estão fantásticos, cheios de estilo e tremendamente bem retratados.

Já adivinharam quem é o realizador? Vincenzo Natali, esse mesmo, realizador de Cube ou Cypher, filmes também eles surrealistas e que provocaram grande excitação entre os amantes da ficção cientifíca. Desta vez, juntou-se também uns pózinhos de comédia na sopa de Natali! O objectivo do filme? Mostrar o nada, falar do nada, descrever o nada, mostrar como seria a nossa vida sem nada etc.. etc... Mas não fica por aqui! Este filme transmite ainda mensagens importantes ao cinéfilo mais atento, dificilmente perceptíveis durante o seu visionamento. Ou seja, um filme sobre o nada, mas com mais do que nada, graças a um espiríto aberto de Natali que transforma um espaço infinitamente nulo, num divertido centro de diálogos interessantes e aventuras "estranhas". Porque o nada também pode ser interessante! Mas só isso. Nada mais.

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