segunda-feira, março 24, 2008

Rambo (2008)

Rambo está de volta, duas décadas depois do seu último combate. Atroz e violento mas também agastado e encolerizado, o veterano de guerra norte-americano descansa agora na selva do norte da Tailândia, junto à fronteira com a Birmânia, isolado de um mundo com quem nunca se conciliou. Conhecido entre os locais como o barqueiro que caça serpentes para sobreviver, a vida solitária de Rambo vai levar uma nova e inesperada pirueta quando um grupo de missionários ocidentais o procura para contratar os seus serviços enquanto guia, numa viagem pelo rio acima até Myanmar, onde a mais antiga guerra civil ainda em actividade aniquila, sem piedade nem pudor, milhares de vidas humanas ano após ano.

John Rambo” é uma ode quimérica à violência gratuita e à irascibilidade de uma personagem chave da história do cinema. Com este quarto capítulo da saga que deixou marca nos anos oitenta – período onde Stallone, Chuck Norris e outros machos destemidos enchiam salas de cinema com espectáculos de pancadaria austera -, Sylvester Stallone entrega, tanto ao mais fanático admirador da personagem como ao mais ocasional espectador, entretenimento niilista em doses massivas, sem qualquer tipo de preocupações profundas estruturais ou lógicas. É o triunfo da simplicidade sem discernimento, quase tão provocadora como o grito de guerra presente no filme e que deixa sem desculpa qualquer apreciação desfavorável. É que quem entrou na sala de projecção à espera de algo mais do que violência extrema sem qualquer nexo, só se pode mesmo queixar de si próprio. “John Rambo” é, na sua essência, o que vende no seu trailer e na sua história cinematográfica de sucesso.

Realizado com uma segurança notável por parte de Stallone, “John Rambo” oscila - tal como a personagem que o sustenta ao longo da saga – tecnicamente entre o fabuloso e o ordinário. Se o epílogo inicial da guerra civil atinge o espectador que nem uma bomba, já a falta de um inimigo personificado num adversário inteligente e astuto prejudica o desenvolvimento do enredo. Com muita acção corpo a corpo e sem abusar em demasia dos efeitos de pós-produção (quando o faz, como na gigantesca explosão, afunda-se por completo), Sylvester preocupa-se mesmo assim em deixar espaço para os fantasmas morais que atormentam Rambo. E apesar de não ter conseguido um equilíbrio tão inspirado como o que alcançou com o regresso recente de “Rocky Balboa”, o sexagenário exulta o seu talento ao mostrar que as cicatrizes de uma máquina assassina podem muito bem ser a capa de um coração movido pela honra e pela generosidade.

16 comentários:

Lucas Santtos disse...

eai, nossa eu odeio os filmes desse cara. Nao gosto mesmO! Rambo é um dos que eu mais odeio. Mais enfim para os fãs dos tantos filmes RambO mais um é uma boa.

Anónimo disse...

Mais uma vez, o facto das expectativas serem baixas, ajudou para o facto de ter gostado do Rambo, actualizando a lista, coloco a Fúria do Heroi, em primeiro lugar, seguido por este Rambo IV, depois o Rambo III, e em último lugar a Vingança do Heroi...

Foi o Rambo com mais sangue, mas com menos tiros do que o II, e o III !!! Com close-up's, nas cenas de morte, ao contrário dos grandes planos, nos filmes anteriores, numa tentativa de conseguir passar os filmes para um escalão etário mais baixo, desta vez não houve truques. Recordo-me de um filme 'gozo', com o Charlie Sheen a fazer de Rambo, com um contador de balas, estilo jogo de computador, a conseguir bater o record do guiness, do fime com mais balas disparadas!!!

O Stalone ainda resistiu à tentação, de fazer com que o sexagenário Rambo, consegui-se sozinho, derrotar um Batalhão completo, com helis, tanques, lança rockets, centenas de homens, etc. Apesar de tudo manteve o registo militar o mais proximo da realidade possivel, para um filme deste genero, talvez a excepção seja a 'maratona', que o velho foi obrigado a correr, pelo meio da floresta!!!

A cena final, promete o Quinto...

À sombra da bananeira disse...

Entretenimeto sem preconceitos.
Gozo total.
Fui ver numa ante-estreia e no final houve direito a ovação por parte do público presente.

Tanto Rocky como Rambo, depois de sequelas muito más, conseguiram, nos seus quartos capítulos, e pelas mãos do homem que lhes dá rosto, resgatar a essência das respectivas personagens que, goste-se ou não, são iconográficas da história do cinema.

Tanto a cena do combate em Rocky Balboa como toda a acção em John Rambo são surpreendentemente bem filmadas. Quanto ao resto não há pretensão de espécie alguma... isto chama-se honestidade.

Parabéns Mr. Sly.

Anónimo disse...

Confesso que eu sou daquelas pessoas que critico bastante os efeitos especiais quando mal feitos, mas este aqui nem me aborreceu muito, talvez porque não foi assim tão importante para o filme. Eu gostei da maneira como Stallone filmou este John Rambo.
Abraço

Anónimo disse...

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Obrigado

Anónimo disse...

MT bom, ainda estou para ver o Rambo com oitenta anos a arrear neles com a cacheira.

Stalone e como o Clint, quanto mais velho melhor.

Carlos M. Reis disse...

A história de vida de Stallone é ímpar. Se deres uma olhadela pela análise que fiz ao Rocky Balboa, percebes parte dela. Só por isso, qualquer filme dele tem um sabor especial. De deficiente sem futuro a arquitecto dos seus próprios sonhos, vencedor de um Óscar e por aí adiante, vai muita garra e coragem. Cumprimentos Lucas.

Abidos, nunca vi o Rambo II nem o Rambo III, logo não posso fazer essas comparações. Mas este está quase tão bom como o primeiro. No entanto, sou mais fã de Rocky do que de Rambo. Quanto à cena final... é quinto filme concerteza ;) Cumprimentos, obrigado pela visita contínua ao meu blogue ;)

Bananeira, muito bem dito. E havias de ter apanhado a sessão que tive com o Rocky mais recente. Malta em pé a cantar e a bater palmas durante o treino e durante o combate. Único ;) Cumprimentos!

Mauro, um abraço ;)

Nasp, com as devidas distâncias, é uma comparação aceitável. Vamos lá ver o que Clint vai fazer com Dirty Harry ;) Um abraço.

Anónimo disse...

Atenção que o Rocky foi o 6º filme e não o 4º como alguém que aqui disse!

Anónimo disse...

Fungindo um pouco.... os primeiros filmes realizados pelo Clint são o que se sabe.... muito mas muito longes da qualidade das ultimas obras dele, essas sim tudo filmes de eleição.

Para além de o Stalone ser decada e meia mais novo que o Clint... o que me leva a referir a comparação que fiz.

cumpts.

Anónimo disse...

Este está quase tão bom como o primeiro???? Que sacrilégio é esse? Há quantos anos não vês o primeiro? Tens de ser incessantemente espancado à paulada.

Carlos M. Reis disse...

Anónimo, fica registado ;) Cumprimentos.

Nasp, eu percebi ;) Um abraço!

Ricardo, por ti ou por algum Homem? É que de meninas eu não me importo... :P

brain-mixer disse...

Nada que chegue aos calcanhares do 1º e 2º (sim, o segundo!! Escrito por James Cameron) mas é óbvio que se desenraizou do passado. Mostra-nos um cinema gore, abusivo e pisa por vezes demasiado o risco. Mas é diferente dos anteriores por isso e é isso que elogio...
Rambo 5? Só se for surpreendentemente diferente em estilo.
Abraço!

Anónimo disse...

LOL. Tiveste bem, aceito com muito gosto a provocação!

Carlos M. Reis disse...

Edgar, estás banido deste blogue! Sabes bem porquê :P Não se espalha a desgraça dos outros! I will have my revenge! I will ;) Um abraço.

Ricardo :D Um abraço!

brain-mixer disse...

Se não queres ficar associado ao nome, posso sempre mudar ;)
Não quero dar cabo de ninguém...
Abraço!

Carlos M. Reis disse...

Não faz mal nenhum ;) Just joking! Um grande abraço.

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