
Por isso mesmo, recusou a realização das sequelas de Saw e só três anos mais tarde voltou ao grande ecrã com “Dead Silence”, um filme que revisitou os ventríloquos que o haviam enamorado enquanto criança. E mesmo sendo este um conceito visto e revisto no género, James Wan conseguiu surpreender a audiência com um twist final absolutamente inesperado. Infelizmente, a distância que a ideia central do filme oferece à realidade, fez com que a obra não atingisse o impacto emocional e reactivo de “Saw”. Como consequência, a dúvida instalou-se: seria Wan apenas fogo-de-vista?
A resposta veio juntamente com “Death Sentence”, um thriller de vingança onde Kevin Bacon assiste à morte do filho e decide fazer justiça pelas próprias mãos. Inspirado no estilo gráfico da década de setenta e em “The Crow”, um dos seus filmes favoritos, Wan constrói como poucos uma personagem guiada pela raiva, multi-facetada, num registo real e violento, onde as armas não são motivo de diversão para a plateia, mas de angústia. Com um par de cenas executadas na perfeição – como a da perseguição a pé no parque de automóveis -, “Death Sentence” peca apenas pelo seu final desinspirado, que contraria e arrefece a restante fita. No entanto, com trinta e um anos de idade, as dúvidas ficaram desfeitas: Wan não é mais uma incógnita.
N.d.r: Artigo publicado na revista Take.
Sem comentários:
Enviar um comentário