sábado, agosto 16, 2008

Funny Games US (2007)

Brincadeiras Perigosas” é um objecto raro e estranho. Um jogo provocatório de Haneke, que usa o espectador como um elemento indefeso e impotente que nada pode fazer perante as suas escolhas narrativas. A narrativa, bem como a audiência, são manipuladas de forma escandalosa e é esse desejo de poder do sexagenário realizador alemão – autor de “Caché” e de “La Pianiste” – que acaba por destituir “Funny Games US” de qualquer credibilidade enquanto obra cinematográfica. O que não invalida que enquanto jogo de expectativas e experiência artística, este remake homónimo de Haneke não seja uma sugestão portentosa para fugir às regras argumentativas tão banais quanto repetitivas do cinema moderno.

A premissa é tão simples como chocante: dois jovens rapazes – interpretados magníficamente por Michael Pitt e Brady Corbet – decidem torturar, por puro prazer, um grupo de famílias que passam férias nas suas afastadas casas junto a um belo lago. Longe da cidade e sem fuga possível, este é um espectáculo de intrépida violência, moldado segundo as regras do realizador – e não as da audiência – que aproveita, segundo alguns dos mais reputados analistas cinematográficos, para criticar de forma pungente o desejo comum e trivial das audiências por violência gratuita. Mas fará sentido censurar um determinado contexto, utilizando a mesma fórmula que se repudia?

No meio de tantas questões controversas e, porque não, contraditórias, existem aspectos técnicos que, no entanto, merecem ser enaltecidos e glorificados. A realização de Michael Haneke, apesar de obsessiva, é tremendamente eficaz e segura, sabendo o alemão escolher sempre o plano mais eficaz para transmitir a sua mensagem, ocultando a irascibilidade sem encobrir o pânico e todos os sentimentos adjacentes aos actos tirânicos de Pitt e Corbet. As interpretações de todo o elenco, sem excepção nem privilégio individual, são convincentes e exímias. Escolhas que, tal como o propósito da obra, não são inocentes: poucas dúvidas há que o facto de nomes como Tim Roth ou Naomi Watts já nada terem a provar ao público de todos os quadrantes certamente serviu para “comercializar” o intelectualismo de Haneke.

12 comentários:

Anónimo disse...

Tenho mesmo de ver esse filme. Aquilo é que são dois rapazes perturbados. Abraço ;)

Anónimo disse...

Já tinha visto o original e sou grande fã de Haneke (principalmente de "The Seventh Continent" e "Caché") e depois de ver este suposto remake (95% é a mesma coisa do primeiro), fiquei com um sentimento de vazio e "Funny Games U.S." é mais uma obra de estilo do que algo mais. Haneke vendeu-se um bocadinho, ou melhor, vendeu a sua mensagem aos americanos, talvez tenha feito bem (talvez não). Pelo menos, segundo o IMDb, já tem novo filme para estrear para o próximo ano.

Austríaco.

:)

Teste Sniqper disse...

Pedindo antecipadas desculpas pela “invasão” e alguma usurpação de espaço, gostaríamos de deixar o convite para uma visita a este Espaço que irá agitar as águas da Passividade Portuguesa...

Carlos M. Reis disse...

Francisco, é bom para fugir à rotina cinematográfica ;) Um abraço!

The Nader, concordo que é uma obra de estilo. No entanto, eu não tive a oportunidade de ver o original e por isso a mensagem ainda teve algum efeito em mim. Apesar de ser, para mim, de todo contraditória em si mesmo. Eu também tinha a ideia de ele ser austríaco, mas no IMDB diz que é alemão, e o raio do site raramente se engana ;) Talvez tenha adquirido a nacionalidade austríaca mais tarde. De qualquer das formas, é um pequeno pormenor ;) Um abraço!

Anónimo disse...

eu ainda nao consegui compreender o porque da versao US. ainda vi para verificar se haveria algumas difeenças, mas é uma copia exacta da primeira versao.
compreendo que os americanos sejam estupidos ao ponto de so verem coisas com a naomi watts e afins, mas qual o objectivo de haneke? tudo pelo dinheiro? pelo menos poderia evoluir ele proprio e criar qualquer coisa de mais extraordinario dentro do argumento ou mesmo da realizaçao. assim fico sem perceber.
e por falar em nao perceber, vi ha uns dias um filme intitulado Margot at the wedding, e fez-me realmente confusao. alguem o viu e me pode explicar o objectivo daquela coisa? e que nem posso chamar filme

Anónimo disse...

Knoxville: Referia-me ao novo filme dele, não à sua nacionalidade. O que quero dizer, é que este novo "Funny Games" não terá sido a melhor opção dele, daí voltar a trabalhar na Europa. Mas a premissa do "The White Tape" (2009) é boa, voltando aos temas tipo "Benny's Video". É esperar para ver. ;)

Paulo Alcarva disse...

Apenas uma correcção: Haneke é Austríaco e não Alemão.

Anónimo disse...

o filme é um lixo! quando o filme acabou eu não acreditei que eu passei 2h pra ver uma coisa tãão beesta. ¬¬

Anónimo disse...

réplica de laranja mecanica, só que um final diferente, mas o filme é trash, controle remoto foi demais e tudo ridiculo e sem criatividade, poderia ser um pouquinho melhor

Anónimo disse...

Só posso falar uma coisa,trash :D

Anónimo disse...

É o filme MAIS LIXO que eu já assisti em toda a minha vida! Eu já assisti a mais de 1400 filmes e sou cinéfilo assumido e me falta memória ao tentar encontrar um filme TÃO RUIM como este! Falta ação, falta enredo, as tomadas de câmeras são péssimas e a maior parte do tempo de filme o expectador fica fora da história sem conseguir assistir a cena q se passa!

Foi o tempo mais desperdiçado de toda a minha vida, e quem fala aqui neste forum que esse filme é bom ou diferente ao ponto de se tornar atraente também DEVE GOSTAR DE COMER MERDA!

Anónimo disse...

Merda? merda? mas quem voçê pensa que é? crítico de cannes? Este objecto de luxo cinematográfico é dos poucos filmes que valem a pena ver ... em faST .- forward!!!!!

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