terça-feira, dezembro 16, 2008

Hancock (2008)

Hancock não é um super-herói como todos os outros. A imortalidade, indestrutibilidade e a capacidade de voar deveriam conferir-lhe um estatuto de Deus amado em Los Angeles, mas o álcool e a indiferença perante a inconveniência de grande parte das suas investidas heróicas fazem com que necessite da ajuda de um profissional de Relações Públicas que vê em Hancock a sua oportunidade de brilhar perante os seus. O problema é que nem um nem outro esperavam que Mary, a mulher do RP, acabasse por ter muito mais a dizer do que inicialmente parecia.

Hancock” é um filme de opostos. O conceito que o nova-iorquino Peter Berg traz para a tela cinematográfica é verdadeiramente genial, numa inversão de estatuto que parece óbvia agora, mas nunca tinha sido verdadeiramente executada a este nível. A realização é segura e, apesar de alguns efeitos especiais descuidados – muito à imagem da personalidade do anti-herói -, a nível técnico pouco pode ser apontado a realizador e elenco que, com a naturalidade de quem sabe o que faz, superam com brio a adaptação a um género pouco comum nas suas carreiras.

O problema de “Hancock” é, então, estrutural. O que começa como uma divertida comédia de acção acaba como um drama romântico banal, misturando dois estilos que prejudicam o conceito inicial de divertimento sem limites. A própria caracterização inicial de Hancock, cuidada e refrescante, que envolve o Homem e o herói num turbilhão de emoções contraditórias durante a primeira fase da fita, acaba por sair prejudicada com a falsa necessidade de levar a intriga para outro nível. Como se não bastasse esta reviravolta, a “Hancock” falta ainda um forte vilão, cuja presença não fosse meramente superficial. De resto, especial destaque para a nobre e esbelta Charlize Theron, que rouba para si mesma todas as cenas em que entra, e para a interessante banda sonora que acompanha algumas das mais frenéticas cenas de “Hancock”.

6 comentários:

JB disse...

Acaba por ser uma óptima às dezenas de filmes banais de super-herois que por aí andam. Já farta tantos Spidermans, hulks, iron mans, etc... Este é uma lufada de ar fresco.

JB disse...

Acaba por ser uma óptima às dezenas de filmes banais de super-herois que por aí andam. Já farta tantos Spidermans, hulks, iron mans, etc... Este é uma lufada de ar fresco.

dianamatias disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
dianamatias disse...

já que ainda não vi o filme, vou fazer um comentário muito estúpido: quero ser como ele :p

Peter Gunn disse...

Vi à venda uma extended version do filme, com cenas que não apareceram no cinema...
Esta versão que falas é a normal ou a extended? :S

Se for a normal, qual será a diferença da extended? Será que poderemos estar perante um novo Kingdom of Heaven em que a versão de cinema assassinou por completo a visão do Riddley Scott?
Sinceramente não tenho muita esperança que o filme melhore mas pronto ;)

Saudações

Carlos M. Reis disse...

João, o conceito é definitivamente original e revigorante. O problema é que o filme tinha que ter escolhido um único caminho logo de ínicio. Ao tentar ser um pouco de tudo, estragou-se a si mesmo. Um abraço.

dfms, na parte do alcoolismo ou dos super poderes? :D Cumprimentos.

Peter, esta versão é a que vi no cinema, ou seja, a normal. Não faço ideia das diferenças para a Extended, mas fiquei curioso. Se descobrires, atira novidades ;) Abraço.

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