terça-feira, julho 13, 2010

Righteous Kill (2008)

Um assassino em série está à solta nas ruas de Manhattan, perseguindo criminosos que se safaram da justiça devido a “imperfeições” do sistema. Verdadeiro vigilante, “amigo da polícia” dizem alguns, deixa com as vítimas poemas de quatro versos com as razões da sua escolha. Basicamente, e nas suas palavras, a missão do vingador é fazer aquilo que a polícia quer mas não pode. Para resolver o mistério e apanhar o vilão-herói, são destacados Turk (Robert de Niro) e Rooster (Al Pacino), dois dos mais condecorados detectives nova-iorquinos. E quando a dupla começa a investigar, tudo parece indicar que afinal de contas é mesmo um polícia que está por detrás de todos os crimes.

A Dupla Face da Lei” está longe de ser um filme tão mau como foi levianamente rotulado um pouco por toda a imprensa nacional aquando da sua estreia em terras lusas. Numa espécie de “feitiço contra o feiticeiro”, não há dúvidas que foram as insuperáveis expectativas de mais um confronto de titãs no ecrã entre De Niro e Al Pacino que acabaram por provocar reacções tão adversas um pouco por todo o lado. Numa jogada de puro marketing, Jon Avnet (realizador do vulgar “88 Minutes” e do interessante “Fried Green Tomatoes”) conseguiu reunir a dupla eterna de “Heat” e colocá-los numa trama policial aparentemente semelhante ao da fita de Michael Mann. O problema é que não basta levar o espectador ao cinema com um sorriso, é preciso tirá-lo de lá satisfeito no final. E Avnet não é Mann – nem de perto nem de longe – e, apesar de conseguir alguns momentos deliciosos e únicos de química entre os dois monstros da sétima arte, principalmente nas cenas em que os coloca frente-a-frente em amena cavaqueira, com alguns close-ups interessantes, as comparações inevitáveis a todos os níveis com “Heat” aniquilaram aquele que, com um elenco banal, provavelmente seria considerado um exercício narrativo seguro e hábil, ou não fosse o guião da autoria de Russell Gewirtz, o mesmo por detrás de “Inside Man”. Assim, ficam para a história duas interpretações que, apesar de não quebrarem barreiras – haverá ainda alguma a ser quebrada por estes dois? -, comprovam que, a chegar aos setenta, ambos ainda têm categoria para nos presentear com o melhor de Corleone ou Bickle. Infelizmente, não depende só deles.

3 comentários:

Rui Francisco Pereira disse...

" Assim, ficam para a história duas interpretações que, apesar de não quebrarem barreiras – haverá ainda alguma a ser quebrada por estes dois? -, comprovam que, a chegar aos setenta, ambos ainda têm categoria para nos presentear com o melhor de Corleone ou Bickle"

Excelente frase esta, a ir de encontro à tua excelente crítica.
O filme, é um excercício vazio e interesseiro.

Vale o que vale...

Grande abraço ;)

P.S.-Concordo totalmente com o utilizador de cima xD LOLOL

José Quintela Soares disse...

Também escrevi no meu blogue sobre estas duas interpretações absolutamente fantásticas.

Carlos M. Reis disse...

Obrigado pela visita Jackie e José. Cumprimentos.

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