O condutor de "Drive" não tem nome, ao bom estilo do Homem Sem Nome de Clint Eastwood nos westerns de Sergio Leone, principalmente porque ele quase nunca fala. A sua comunicação é quase toda não-verbal, expressa através das suas viagens de carro ao som de música pop, das suas atitudes tão morais quanto violenta, da sua personalidade reservada e misteriosa, do seu olhar tão enigmático quanto insensível. Os seus poucos diálogos servem principalmente para o amolecer aos olhos do espectador, para o humanizar num mundo onde ser um super-herói moderno acarreta misturar o bem e o mal no mesmo saco. O seu estilo cativante, moldado num guarda-roupa inspirado, diz o realizador Winding Refn, na banda KISS e no "Scorpio Rising" de Kenneth Anger, faz com que aquele escorpião dourado às costas seja a sua armadura. Uma armadura que o protege nos seus momentos mais crus e animalescos. A sua arma, o carro. A razão do seu magnetismo, a presença atraente e hipnótica de Ryan Gosling. Certamente Quentin Tarantino ficou com pena de não o ter criado primeiro. E isso é o melhor elogio que lhe pode ser feito.
domingo, fevereiro 12, 2012
Um super-herói moderno
O condutor de "Drive" não tem nome, ao bom estilo do Homem Sem Nome de Clint Eastwood nos westerns de Sergio Leone, principalmente porque ele quase nunca fala. A sua comunicação é quase toda não-verbal, expressa através das suas viagens de carro ao som de música pop, das suas atitudes tão morais quanto violenta, da sua personalidade reservada e misteriosa, do seu olhar tão enigmático quanto insensível. Os seus poucos diálogos servem principalmente para o amolecer aos olhos do espectador, para o humanizar num mundo onde ser um super-herói moderno acarreta misturar o bem e o mal no mesmo saco. O seu estilo cativante, moldado num guarda-roupa inspirado, diz o realizador Winding Refn, na banda KISS e no "Scorpio Rising" de Kenneth Anger, faz com que aquele escorpião dourado às costas seja a sua armadura. Uma armadura que o protege nos seus momentos mais crus e animalescos. A sua arma, o carro. A razão do seu magnetismo, a presença atraente e hipnótica de Ryan Gosling. Certamente Quentin Tarantino ficou com pena de não o ter criado primeiro. E isso é o melhor elogio que lhe pode ser feito.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
2 comentários:
O Tarantino não só não ficou com pena de não o ter criado primeiro, como lhe deu o "nice try" award quando elaborou o top 10 dele de 2011. Embora não seja também um grande fã do Tarantino, concordo inteiramente com este "prémio". All style, no substance...
http://insidemovies.ew.com/2012/01/16/quentin-tarantino-favorite-movies-of-2011/
É um grande filme! Dos melhores entre os melhores do ano... apesar de o Tarantino não o ter valorizado (quando fez a sua lista dos melhores do ano 2011).
tem muito style mas também tem imensa substância em imensas subtilezas narrativas onde o poder da sugestão com os silêncios fala bem alto.
Classificação: 9/10
Enviar um comentário