Paul Conroy é um motorista de camião norte-americano destacado no Iraque, que acorda enterrado vivo dentro de um caixão, sabe-se lá onde e a que profundidade. Com oxigénio suficiente para pouco mais de uma hora, um isqueiro, uma caneta, uma navalha e um telemóvel são as únicas armas à sua disposição para arranjar maneira de ser resgatado e sobreviver.
Realizado magistralmente pelo espanhol Rodrigo Cortés, “Enterrado” é uma fita tão claustrofóbica quanto desesperante desde o seu primeiro segundo. Num exercício interessante de tortura psicológica ao espectador, colocando este na pele da personagem principal, deixando-o tão desorientado, confuso e indeciso em relação à situação quanto se sente Ryan Reynolds, Cortés foca o guião – a parte boa mas também as suas falhas – no poder de decisão das chamadas feitas – faria ou não o cinéfilo o mesmo -, sobrevalorizando o pânico e a atmosfera pesada sobre possíveis mensagens políticas de uma guerra sem nexo. Num one-man show inesperado (?!?) de Reynolds, destaque para os planos fluidos – chegam a haver movimentos inacreditáveis de 360 graus dentro de uma caixa, sem qualquer recurso a computadores – de “Buried”, bem como para o cartaz fenomenal inspirado no estilo do já falecido Saul Bass. Contrariando a expressão popular, a esta hora Hitchcock não tem razões para estar a dar voltas no caixão.
3 comentários:
Este foi, dos filmes que vi recentemente, um dos que mais me perturbou, chegando, quase literalmente, a tirar-me a respiração. Fiquei verdadeiramente fã de Buried.
Cumprimentos cinéfilos,
Inês
:) Cumprimentos Inês!
"Enterrado": 2*
Eu pessoalmente achei o filme razoável e pouco claustrofóbico, foi uma desilusão.
Há anos que queria ver "Enterrado" e vi-o recentemente, mas foi uma grande desilusão.
A história de "Buried" é bastante aborrecida, tal como o seu desenrolar.
Cumprimentos, Frederico Daniel...
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