Uma falha catastrófica no novo sistema de controlo de tráfego aéreo norte-americano, construído e criado com o objectivo de oferecer às máquinas o domínio total na análise e gestão do tráfego, de modo a reduzir o risco de erro humano, leva a que dois aviões, sendo um deles o Air Force One com o presidente dos Estados Unidos da América a bordo, estejam em rota de colisão, durante mais de hora e meia, sem que ninguém consiga entrar em contacto com os pilotos ou alterar seja o que for, já que um mal nunca vem só e uma explosão solar arrasou com as comunicações a nível global. Respiro agora fundo, que escrever uma sinopse com tanta vírgula e asneira mas nenhum ponto nem sentido não é para todos. Já estão a ver no que deu, certo?
Confesso: tenho um - entre outros - problema cinematográfico. Não perco nada que envolva aviões ou controladores de tráfego aéreo, por piores que sejam as críticas ou por maior que seja a certeza que vou apanhar uma banhada das grandes. E "Air Collision" é, sem margem para qualquer dúvida, das piores coisinhas que já passaram pela televisão cá de casa. Com erros técnicos a surgirem segundo após segundo - contados por alguém com coragem para rever o filme, seriam centenas -, um conjunto de humanos a quem hesito apelidar de "actores", um guião tão patético quanto grosseiro para alguém que esteja minimamente dentro do mundo da aviação e sets ridículos (a base militar responsável pela vida do presidente, por exemplo, resume-se a uma tenda, uma secretária e um telefone), eis mais uma pérola da produtora responsável - diz o IMDB - por tubarões de duas cabeças e nazis no centro da Terra. Fica a dica para os pilotos: para a próxima saquem da bússola. Mas só se for mesmo preciso, já que avião que deita abaixo um prédio com a asa e continua impecável provavelmente aterrava na Avenida da Liberdade sem problemas de maior.
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