Will Atenton (Daniel Craig) demite-se e troca Manhattan pela mais modesta Nova Inglaterra, em busca de sossego e de uma vida mais dedicada à sua mulher (Rachel Weisz) e filhas. Para tal, mudam-se para aquela que aparenta ser a casa com que sempre sonharam. Claro que não há bela sem senão e rapidamente descobrem através da sua misteriosa vizinha (Naomi Watts) que habitam agora numa casa assombrada pelo assassinato de uma família inteira pelas mãos de um homicida internado num hospital psiquiátrico local. Sinopse esta que só cola a todos os que não viram o trailer do filme, que incompreensivelmente revela uma das reviravoltas (mesmo que previsível) principais da história, num erro (ou será estratégia) cada vez mais comum em Hollywood.
"A Casa dos Sonhos" é um thriller psicológico disfarçado de filme de terror que, mesmo sem acrescentar absolutamente nada ao género e, por mais reveladora que possa ser esta comparação, ser uma versão light de "The Others", acaba por merecer um visionamento não pelo resultado final, mas pela soma de algumas das suas partes. E a razão é simples: o talento natural do irlandês Jim Sheridan - que não se percebe bem como veio aqui parar ao mundo das realidades paralelas - que, mesmo longe da mestria de outros tempos ("My Left Foot", "In the Name of the Father" ou "In America"), ainda sabe filmar como poucos. Destaque também para as interpretações sólidas de Craig, Weisz e Watts, que acabam por dar alguma credibilidade a uma narrativa insonsa e colmatar as mais que óbvias limitações das suas personagens.
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