Andrew, Matt e Steve são três jovens amigos, com personalidades completamente distintas. O primeiro é um rapaz tímido, vítima de abusos psicológicos e físicos tanto em casa como na escola; o segundo é o seu primo, sociável, bem parecido e aplicado na escola; o terceiro é o adolescente mais popular da escola, a votos para ser eleito para presidente da associação de estudantes da escola secundária. Com uma nova mania de documentar tudo em filme, Andrew segue num dia de festa rija Matt e Steve para uma gruta numa floresta, onde descobrem algo estranho - aparentemente de origem extra-terrestre - que lhes fornece instantaneamente poderes sobre-humanos, tais como voar ou controlar objectos com a mente. No entanto, a situação rapidamente passa de divertida e excitante a assustadoramente preocupante, quando Andrew, pela primeira vez no papel de predador em vez de presa, começa a usar o seu domínio da natureza para praticar o mal, vingando-se de todos aqueles que o molestam ou, simplesmente, o enervam.
Uma premissa forte, com possibilidades infinitas, transformada numa narrativa previsível, pouco ambiciosa - limita-se a exibir uma mão cheia de efeitos especiais pouco mais do que engraçados -, repleta de lugares comuns, onde o suspense e a simpatia pelas personagens nunca são chamadas à tela, tendo mesma a tentativa do californiano Josh Trank, realizador e autor de "Crónica", de construir uma relação amorosa resultado numa total patetice infantil. Deste modo, "Chronicle" é uma daquelas obras que não faz jus ao seu trailer, decepcionando as expectativas daquelas que ansiavam por um guião tão complexo quando surpreendente. No fim, fica a sensação de que o estilo de "lost footage" não passou de uma intenção directorial, já que várias cenas durante os últimos quinze minutos da fita - que, já agora, teve um desfecho mais do que esperado - são apresentadas com uma montagem/filmagem muito mais profissional do que o suposto. Bem pensado, "Crónica" mereceria mais meia hora de filme; como acabou por sair, teve hora e meia a mais.
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