Farto do seu estilo de vida em Nova Iorque durante os anos cinquenta, Paul Kemp decide deixar tudo para trás e aceitar uma oferta de emprego num jornal local de Porto Rico, território norte-americano sem personalidade jurídica nas Caraíbas. Adaptado na perfeição ao modo de vida porto-riquenho, entre muito álcool e drogas, a sua personalidade problemática, bem como a sua corajosa veia jornalística, irá trazer-lhe problemas quando decide investigar um luxuoso negócio turístico envolto numa elaborada rede de corrupção. Ainda para mais quando se apaixona por Chenault, uma sensual compatriota que está noiva, nem mais nem menos, de um dos poderosos cabecilhas corruptos.
Depois do sucesso artístico e crítico de "Fear and Loathing in Las Vegas", a expectativa para voltar a ver Johnny Depp interpretar uma personagem do jornalista e escritor norte-americano Hunter S. Thompson era bastante elevada, sendo mesmo um desejo de vários anos para os fãs de ambos. No entanto, "O Diário a Rum" é um bicho exótico completamente diferente da obra-prima dos anos noventa, muito mais calmo, desinteressante e fortuito, moldado muito mais em formato de thriller sobre os efeitos nefastos do poder e do turismo norte-americano na beleza e simplicidade de Porto Rico, do que propriamente um drama pessoal em torno de Paul Kemp, a personagem homónima de Thompson a cargo de Depp. E se este, bem como a belíssima e cativante Amber Heard cumprem eficazmente com as características e feitios inerentes às suas personagens, a narrativa, essa, é carregada de faits-divers absurdos que em nada contribuem para o interesse e fortalecimento da história. Em suma, a "The Rum Diary" faltou a intensidade, energia e estilo tradicional da escrita de Thompson, figura polémica que suicidou-se em 2005 com um tiro na cabeça, depois de ter dedicado os últimos anos da sua vida a criticar a administração de George W. Bush.
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