O General Almirante Shabazz Aladeen é considerado um dos mais cruéis, preconceituosos, ignorantes e excêntricos ditadores que o mundo já conheceu. Entre as famosas que colecciona na cama e as políticas extremamente machistas que pratica na sua nação, Aladeen encontra-se nos holofotes da atenção internacional devido a algumas fugas de informação relativas aos seu secreto e assustador programa nuclear. Pressionado pelas Nações Unidas a emitir um esclarecimento sobre as suas intenções, Aladeen desloca-se a Nova Iorque, mas, após uma tentativa de assassinato falhada, acaba por encontrar-se sozinho, sem dinheiro e sem poder nas ruas de Manhattan, irreconhecível devido à carecada que a sua mítica barba sofreu. Agora, custe o que custar, há que recuperar o lugar e afastar a maldita democracia do seu belo país oprimido.
Longe do formato irresistível e original de "Borat", onde a realidade e a ficção jogavam de forma hilariante entre si, "O Ditador" é uma comédia hollywoodesca como tantas outras, onde a ausência do estilo de apanhados a que Sacha Baron Cohen nos habituou nos últimos anos provoca grande mossa, não só no impacto da fita no espectador, como também na imagem rebelde do humorista, reciclada em "The Dictator" de forma quase hipócrita e banal. Caindo em armadilhas comuns do género e cometendo os mesmos erros de sátiras como "Scary Movie" ou "Not Another Teen Movie" - entre eles, o de escolher a abominavelmente irritante Anna Farris para o papel feminino principal -, "O Ditador" consegue, ainda assim, arrancar duas ou três gargalhadas inesperadas - e outras duas ou três esperadas, ou não tivesse o trailer revelado as mesmas logo à partida. No fim, fica a sensação de que a fórmula de sucesso de "Borat" secou completamente depois do agridoce "Bruno", tendo definitivamente chegado a hora do conceituado Larry Charles procurar inspiração noutro pateta qualquer que não Baron Cohen.
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