Cinco adolescentes decidem ir passar um fim-de-semana a uma casa velha e arrepiante, longe da cidade, perto de um lago rodeado por uma floresta abandonada. Da vaquinha de serviço à virgem, do garanhão ao nerd ganzado, sem esquecer o estereotipado príncipe cavalheiro, o grupo satisfaz propositadamente todas as necessidades de um bom filme de terror. Exactamente o que um conjunto de cientistas precisa para colocar em andamento um plano estranho e maquiavélico que pretende satisfazer forças paranormais, monstros mitológicos e deuses antigos, de modo a que estes poupem o nosso planeta de um destino catastrófico. Do sonho ao pesadelo, os cinco jovens amigos tudo vão fazer para sobreviver. Mesmo que isso não seja uma hipótese.
"The Cabin in the Woods" não passa de uma orgia de imagens vazias, ostentadas de forma curiosa por monstros que fazem parte das mais famosas e conhecidas mitologias de terror de várias culturas. Com ideias tão originais quanto mal cozinhadas, "A Casa na Floresta" é um produto pouco convencional, mas verdadeiramente frustrante e ridículo na sua concretização, repleto de metáforas mas desabitado de talento e imprevisibilidade, bem como daquele arrepio na espinha, fundamental para assustar verdadeiramente nos seus - poucos - sustos. Como se tal não bastasse, também os seus momentos de diversão caiem na banalidade, tornando tudo isto uma verdadeira incógnita a elevada aceitação por parte da crítica e do público que o filme tem provocado um pouco por todo o lado. Em suma, "The Cabin in the Woods" não é drama de terror, não é filme de ficção científica, não é comédia de terror - o magnífico "Zombieland" até dá voltas no caixão com certas comparações que foram feitas -, não é nada, mesmo tentando ser tudo. E, cara Sigourney Weaver, não se arranja nada melhor nestes dias que correm?
4 comentários:
É isso mesmo, de acordo. Aliás tenho visto poucas opiniões desfavoráveis, às quais me identifico bem mais. O filme até pode ter alguma lufada de ar fresco dentro do género, mas isso não chega para fazer um filme, na minha opinião. Os últimos dez minutos (que estão realmente bons, aquela confluência de géneros está bem conseguida) não sustentam todo o resto do filme. Como se o twist final desculpasse todos os clichés (demasiados) ao longo da fita, em que a experiência é deveras entediante e inconsequente. Mas enfim, fica as intenções (que poderiam ter sido muito mais exploradas) e a tentativa de variação ao que o género, repetidamente, nos tem oferecido.
Daria-lhe mais na classificação, mas genericamente estamos de acordo.
Cumprimentos,
Jorge Teixeira
Caminho Largo
Eu sou mais um que não tem opinião muito favorável em relação ao filme e, não sei se já viste, mas dentro do mesmo estilo (sátira aos filmes de terror) acho o "Tucker and Dale vs Evil" bem melhor.
Não poderia discordar mais desta crítica. Cabin in the Woods foi uma das maiores surpresas de 2012, com uma premissa aparentemente tão banal consegue desconstuir todo a história do cinema de terror, brincando com os esperados lugares-comuns e piscando o olho ao espectador com referências a inúmeros filmes e franchises do género. Os fans de Joss Whedon vão encontrar o típico humor que o caracteriza, bem como inúmeros actores dos seus trabalhados anteriores que ele gosta de ir reciclando. Quanto à Sigourney Weaver, não há má performance que lhe assista, até num anúncio da Kellogs ficava bem.
Jorge :) Um abraço.
ZB, não vi mas tenho aqui para ver. Não me vai escapar. Sou grande fã do género (as comédias de terror ao bom estilo do Shaun of the Dead ou do Zombieland). Abraço.
Pedro, é a sua opinião e consigo perceber a sua fundamentação, bem como as cenas onde se baseia para tal. Mas não partilho dela. Quanto à Sigourney, concordo com o que diz. O que não faz com que seja um desperdício que em vez de andar na crista da onda, ande em anúncios da Kellogs. Cumprimentos.
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