Um asteróide de tamanho suficiente para exterminar com toda a vida no nosso planeta está a três semanas de atingir a Terra. Falhada a derradeira missão para o destruir - onde estavas tu Bruce Willis?!? -, resta agora a Dodge (Steve Carell) e a todos os outros humanos consciencializarem-se que o fim está próximo. Se para uns é a oportunidade para cometerem todas as loucuras para as quais nunca tiveram antes coragem, para Dodge é a triste altura para entrar numa crise existencial e amorosa, ou não tivesse a sua esposa fugido a sete pés mal a apocalíptica notícia saiu. Mais eis que, por mero acaso do destino, conhece Penny, jovem vizinha britânica a viver semelhantes emoções, mesmo tendo em conta a sua personalidade ser completamente antagónica à de Dodge. Com o fim a aproximar-se, decidem ajudar-se mutuamente: ele irá levá-la à sua família; e ela, em troca, irá auxiliá-lo na procura de um antigo amor de adolescência. Entre aventuras absurdas e desventuras amorosas, os dois desenvolvem uma amizade inesperada que irá alterar as suas perspectivas sobre a vida. Ou, pelo menos, sobre a pouca vida que lhes resta.
Estreia na realização da guionista de "Nick and Norah's Infinite Playlist", "Seeking a Friend for the End of the World" é uma metáfora de hora e meia em forma de filme, num tom tão melancólico e depressivo quanto romântico e divertido, alternando o absurdo com o sentimento e um sorriso com uma lágrima com uma comodidade espantosa, o que o torna uma comédia romântica moderna para todos aqueles que não suportam o inevitável final feliz. Longe do blockbuster mainstream da Hollywood apocalíptica, mas também distante da arrogância e presunção narrativa de, por exemplo, "Melancholia" de Lars Von Trier - mas, justiça seja feita, também da sua maravilhosa cinematografia -, "Até que o fim do Mundo nos Separe" é o sair do armário de Steve Carrell, que arranca uma interpretação fabulosa ao lado de Keira Knightley. Para amar ou detestar, é certo, a verdade é que "Seeking a Friend for the End of the World" quebra várias convenções do género, nunca parando de surpreender na sua simplicidade, mesmo quando falha em explorar a quantidade inimaginável de alternativas que um cenário como o fim do mundo possibilitava. Ironicamente, em termos cinematográficos trata-se de um cordeiro em pele de lobo, o que irá levar muita gente enganada até si. E, infelizmente, afastar muito boa gente de uma aflitiva - no melhor sentido - história de amor.
3 comentários:
Boas, para mim o "sair do armário" do Steve Carell foi em Litle Miss Sunshine. Para além dos bons trabalhos onde ele se sente como peixe na água, ou seja no campo da comédia.
Achei o filme francamente mediano...Dava-lhe 3 estrelas consistentes mas não mais do que isso. A interpretação da Keira teve apenas o dom de me enervar...
Filme fraquinho
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