Um asteróide de dimensões monstruosas está em rota de colisão com o nosso planeta. Chamada a intervir pelo governo norte-americano, a NASA decide juntar uma equipa com os melhores profissionais de perfuração petrolífera do país e treiná-los de forma expedita para, em menos de dezoito dias, conseguirem "aterrar" no meteorito, plantar uma bomba atómica e salvarem a humanidade da extinção.
Vamos começar pelo óbvio: para apreciar "Armageddon", é fundamental o espectador abstrair-se das inúmeras implausibilidades do filme, dos erros físicos e científicos, do facto de a maior nação à face da Terra considerar que seria mais fácil treinar uma mão cheia de saloios para serem astronautas do que pegar nestes últimos e ensiná-los a furar buracos ou, pura e simplesmente, o facto de tal algazarra planetária - sim, o apocalipse estava a dias de acontecer e algumas cidades foram destruídas pelo caminho - não merece uma única abordagem psicológica ou social aos efeitos do fim eminente na população humana. Esqueçam isso tudo e "Armageddon" é possivelmente um dos guiltypleasures mais difíceis de revelar de milhares de cinéfilos em todo o mundo. Cocktail de adrenalina, humor e testosterona, Michael Bay constrói uma obra de puro entretenimento, onde inteligência e lógica são conceitos irrelevantes. Realizador de momentos e não de cenas, Bay filma e edita a uma velocidade estonteante, sendo o grande trunfo deste seu trabalho a forma como caracterizou todo um elenco de excelência: Buscemi e Stormare revelam-se estratosféricos e Willis, Affleck, Duncan ou mesmo Liv Tyler nunca se perdem no meio de tanta bandeira americana. Milionário em todos os sentidos, "Armageddon" revelou-se um espetáculo áudio-visual único, acompanhado por uma banda sonora inesquecível liderada pelos Aerosmith.
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